Violência

1.776 mortes violentas foram registradas em um ano no estado do Maranhão

Números referentes a 2018 foram divulgados pelo 13º Anuário Brasileiro; média é de 148 crimes por mês; no país, ocorreram 57.341 assassinatos ano passado

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

SÃO LUÍS - Um montante de 1.776 mortes violentas intencionais (homicídio, latrocínio, lesão seguido de morte, morte de policial e morte em decorrência de intervenção policial) ocorreram ano passado no Maranhão, segundo dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado ontem. A média foi de 148 assassinatos por mês. Em 2017, o registro foi de 2.058 mortes violentas em todo o estado.

O anuário foi elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e a organização é uma coleta de informações das secretarias estaduais de Segurança Pública e Defesa Social e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda de acordo com os dados do Anuário, ocorreram 57.341 mortes violentas ano passado no Brasil e, contra 64.021 casos em 2017.

No Maranhão, segundo os dados do Anuário, ocorreram no ano passado 1.619 homicídios dolosos, enquanto os crimes de latrocínio (roubo seguido de morte), foram 71 casos e o registro de 14 casos de lesão corporal seguido de morte. Houve, também, o registro de quatro assassinatos de policiais e 72 casos de mortes decorrentes de intervenção policial. Somente na Grande Ilha, foram 297 mortes violentas intencionais no ano passado, enquanto que em 2017, um total de 473 casos.

Morte do prefeito Ivanildo Paiva, de Davinópiolis, teve repercussão
Morte do prefeito Ivanildo Paiva, de Davinópiolis, teve repercussão

Casos graves

Um dos casos que chamou a atenção no ano passado foi o assassinato do delegado da Polícia Federal David Farias de Aragão, de 35 anos, ocorrida no dia 5 de maio. Três homens invadiram uma casa na praia do Meio, em São José de Ribamar, onde a vítima e sua família participavam de uma festa familiar. Ao reagir ao assalto, o delegado foi morto a tiros e a golpes de faca por um dos bandidos e ainda teve a sua pistola roubada.

No dia 6 de fevereiro deste ano, os acusados desse crime, Davi Costa Martins e Wanderson de Morais Baldez, foram condenados a mais de 30 anos de reclusão cada em regime fechado pela Justiça Federal. Um adolescente também foi envolvido nesse crime. A sentença de condenação foi expedida pelo juiz da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal, Magno Linhares. A pena de Davi Costa Martins foi de 32 anos e seis meses, enquanto a do seu cúmplice, foi 31 anos e 10 meses de prisão. Os dois réus já estão presos há oito meses no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Também ocorreu um outro crime chocante no mês de maio do ano passado na capital. Uma criança de apenas seis anos foi assassinada ao ser atingida por bala perdida quanto voltava de uma igreja com sua mãe. O fato ocorreu no Bairro de Fátima. Segundo a Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), a morte foi provocada por desavença entre facções rivais.

Crianças mortas

Um tiroteio realizado por criminosos na praça Cantor Evaldo Cardoso, no bairro da Vila Adelaide Cabral, em Santa Inês, no dia 22 de outubro do ano passado, resultou na morte de Jhoniel Ribeiro Rodrigues, de 7 anos, e Vitor Gabriel Rodrigues, de 8 anos, e ainda deixou um adolescente ferido.

O delegado Éderson Martins disse que essa ação criminosa tinha como alvo o ex-presidiário Raimundo Wallyson Sousa Félix, o Gordinho, de 19 anos, que teria roubado a residência Leandro Santos Rodrigues, de 23 anos. No dia do duplo assassinato, Leandro Santos em companhia de Danilo Cutrim Lima, de 28 anos, foram até a praça onde tentaram executar Gordinho.

Os tiros atingiram as duas crianças que morreram e um adolescente foi baleado. Ainda nesse dia foi preso Leandro Santos e, na manhã do dia seguinte, a polícia prendeu Gordinho que portava uma arma de fogo. Esse criminoso estava utilizando tornozeleira eletrônica já que responde pelos crimes roubo e tráfico de droga.

Também nesse dia foi detido o irmão de Leandro, identificado como Lailton Santos, acusado de ter fornecido as munições para Danilo Cutrim realizar esse tiroteio na cidade de Santa Inês. Já Danilo Cutrim foi preso na capital já que pretendia fugir para o Paraguai.

Execução

Ainda no ano passado ocorreu a execução do prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva. O corpo dele foi encontrado em uma área de plantação de eucalipto, no povoado Jussara, zona rural desse município, com perfurações de balas. Ele estava com as mãos o os pés amarrados. A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) montou uma força tarefa para investigar esse caso sob a coordenação dos delegados Praxíteles Martins, Jeffrey Furtado e Gustavo Tavares.

No dia 17 de janeiro deste ano, a polícia entregou no Fórum Henrique de La Roque Almeida, em Imperatriz, o inquérito que investigou o assassinato. Segundo a polícia, cerca de R$ 200 mil teria sido o valor cobrado pelos executores desse crime. A motivação seria de cunho político e econômico. Seis pessoas estão presas suspeitas de envolvimento no episódio.

Ainda de acordo com a polícia, Rubem Firmo e José Messias são acusados como os mandantes desse crime. Enquanto, José Denilson teria contratado por aproximadamente R$ 200 mil os militares Francisco de Assis e Willame Silva para a execução do prefeito Ivanildo Paiva. Quanto Douglas Silva, teria emprestado um veículo aos executores.

Violência

A violência continua predominando no estado. Na segunda maior cidade do Maranhão, Imperatriz, já ocorreram este ano, 68 assassinatos, quatro deles somente neste mês. O último registro foi na última segunda-feira, 9, e teve como vítima o pastor de uma igreja evangélica, Jorge Antônio Magalhães, de 50 anos.

O caso está sendo investigado como crime de latrocínio pela Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoas (DHPP). Até a tarde de ontem, um dos suspeitos havia sido preso e apresentado na delegacia. A polícia informou que a vítima estava andando de bicicleta quando foi abordada por três criminoso, no bairro Nova Imperatriz. O evangélico foi espancado e a sua bicicleta roubada. Ele morreu no Hospital Municipal de Imperatriz.

Saiba mais

Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelaram que somente este mês na Grande Ilha já ocorreram sete casos de homicídio doloso, quatro latrocínios; um caso de morte em confronto com a polícia e um registro de morte a esclarecer.

Número

1.776

mortes violentas intencionais ocorreram durante o ano passado no Maranhão, 297 somente na Região Metropolitana de São Luís

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