Opinião

O Maranhão na Bienal do Livro

Benedito Buzar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Pelo décimo oitavo ano, o Rio de Janeiro serve de palco em 2019 para mais uma Bienal Internacional do Livro, evento que me transporta para 1991, quando exercia, no Governo Edison Lobão, o cargo de presidente do SIOGE - Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado do Maranhão, órgão que prestou inestimáveis contribuições à nossa cultura, lançando concursos literários e publicando obras de intelectuais maranhenses.

1991 foi, portanto, um marco na vida cultural maranhense, que, pela primeira vez, via uma instituição pública estadual participar de uma promoção internacional, em que o livro era o fulcro do encontro e reunia o que o Brasil tinha de melhor no seu universo editorial.

Tendo o SIOGE como carro-chefe e com o apoio de instituições do nível da Academia Maranhense de Letras, Universidade Federal do Maranhão e Alumar, marcamos presença no evento para mostrar que, a despeito dos percalços e das dificuldades, o Maranhão ainda mantinha a fama conquistada no passado de ser um celeiro de talentos e onde a cultura permanece viva e altiva.

Para materializar projeto tão ambicioso, o SIOGE, a AML, a UFMA e a Alumar contrataram no Rio de Janeiro os serviços profissionais do saudoso Gerd Phuegler, que produziu no nosso stand uma decoração para lembrar as antigas salas residenciais de São Luís, onde as famílias se reuniam e se deleitavam com maravilhosos saraus.

Num espaço de apenas vinte metros quadrados, Gerd, montou um cenário de época e emoldurado por figuras emblemáticas da literatura maranhense, do quilate de Gonçalves Dias, Artur e Aluísio Azevedo, João Lisboa, Coelho Neto, Graça Aranha, Raimundo Correia, Viriato Correia, Humberto de Campos e Odorico Mendes, decoração que fez o nosso stand ser premiado como o mais original da V Bienal.

Além da exposição e venda de obras de autores maranhenses, do passado e do presente, conhecidos e desconhecidos, foram valiosos os contatos mantidos com renomadas Livrarias e Editoras do Brasil, interessadas em promover e divulgar no mercado nacional livros que fizeram sucesso naquele certame cultural, a exemplo da “Ilha Latifundiária”, de Ribamar Trovão, “Ana Jansen, na Ilha do Maranhão”, “Frutuoso Ferreira, o poeta devolvido”, e “Guia de São Luís do Maranhão”, de Jomar Moraes; “História do Maranhão” e “0 Maranhão na República”, de Mário Meireles; “Breve Memória das Comunidades de Alcântara”, de Mundinha Araújo, e “Desintegração do sistema escravagista no Maranhão”, de Jalila Ayoub Jorge.

Impossível citar o nome das visitas ilustres que passaram pelo stand maranhense, mas merecem registro o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Alencar, o ministro da Cultura, Sérgio Rouanet, os secretários da Cultura do Estado e da cidade do Rio de Janeiro, Moniz Bandeira e Eduardo Novais, o ex-ministro da Cultura, José Aparecido de Oliveira, o presidente da Biblioteca Nacional, Afonso Romano, os escritores Mário Pontes, Wilson Martins, Márcio Sousa, Gilberto Mendonça Teles e Armando Nogueira.

Dentre os intelectuais maranhenses: Nauro e Arlete Machado, Josué Montello, Ferreira Gullar, Lago Burnett, Clóves Sena, Manoel Caetano, Neiva Moreira, Tobias Pinheiro e Joaquim Campelo.

A presença do SIOGE foi tão retumbante que impeliu, no ano seguinte, em 1992, à participação do Maranhão na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada no Morumbi.

Pinacoteca de Eliézer

O intelectual e membro da Academia Maranhense de Letras, Eliézer Moreira, é dono da maior e mais rica pinacoteca privada do Maranhão.

Ninguém conseguiu armazenar tanta obra de inestimável valor pictórico, ao longo do tempo, como Eliézer.

Mas, o tempo e a vida, mostraram que chegara a hora de se desfazer de algumas telas nobres, o que começou a fazer com lágrimas nos olhos.

Maranhão do Sul

É de causar revolta o projeto do senador Siqueira Campos, que pretende roubar do Maranhão o que a natureza e Deus nos deram de presente: um imenso território.

Não acredito que o famigerado projeto seja acolhido pelo Congresso Nacional, pois o Brasil não tem condições financeiras e institucionais para cumprir as formalidades da legislação que disciplina a matéria separatista.

Não sei se deu para rir ou para chorar, a lamentável manifestação da senadora Elisiane Gama, a única congressista maranhense, a apoiar a criação do Maranhão do Sul.

Mudança de brisa

Dona Eney, viúva do ex-governador Pedro Neiva, sempre viveu numa confortável casa, localizada na Avenida Beira-mar.

De um mês para cá, ela passou a ter um novo lar, pois atendeu aos apelos do filho Jaime e da nora Alberlila, que há anos insistiam para morar com eles no Olho D’Àgua.

Dona Eney, do auge de seus noventa anos, está feliz por trocar a brisa da Beira-mar pelos ventos do Olho D’Àgua.

A lei do mais forte

Um senador e dois deputados federais do Maranhão lutam ardorosamente em Brasília, para saber quem é o mais forte junto ao Presidente Jair Bolsonaro.

O senador Roberto Rocha e os deputados federais, Hildo Rocha e Aloísio Mendes, para ostentarem no peito a condecoração de o preferido do Planalto, desenvolvem uma batalha de foice no escuro.


Maldito Sarampo

Na minha época de criança, eu e meus irmãos fomos atacados inapelavelmente pelo sarampo.

Mas o sarampo, daquele tempo, com todas as mazelas da medicina, não lembro de ter levado alguém para a cova.

A doença se caracterizava apenas por deixar o corpo da criança literalmente empolada. Só isso e nada de matar.

O silêncio da UEMA

Não dá para entender o silêncio da reitoria da Universidade Estadual do Maranhão em torno da gritante denúncia do deputado César Pires, de irregularidades praticadas no curso de Medicina, em Caxias.

A denúncia, extremamente grave de que alunos de universidades privadas, inclusive do exterior, estariam se transferindo, com base em liminares jurídicas, para a UEMA, exige manifestação oficial da Instituição, sob pena de comprometê-la pela omissão diante de um caso absurdamente inadmissível e reprovável.

Posse de Elsior

O escritor Elsior Coutinho deu um toque de emoção no ato de sua posse, na Academia Maranhense de Letras.

Ao se reportar à figura de Manoel Lopes, ao qual sucedeu, homenageou o poeta com a presença de um cantor que interpretou uma canção dedicada à esposa do saudoso intelectual, Dona Maria do Carmo que, por sinal, participou da solenidade.

O protocolo acadêmico pode ter sido atropelado, mas Elsior foi muito cumprimentado pela ousada e tocante iniciativa.

Perdeu o gás

Depois que a deputada Ana do Gás foi nomeada para comandar a Secretaria de Estado da Mulher, aboliu completamente o apelido que a tornou conhecida nos meios políticos e lhe valeram conquistar dois mandatos na Assembleia Legislativa.

Ela perdeu o Gás e virou Ana Mendonça, seu nome de batismo.

Vidigal e o Jornal Nacional

Em comemoração aos 50 anos do Jornal Nacional, lembrei do jornalista Edson Vidigal, que na sua campanha para se eleger deputado federal, em 1978, num comício no interior do Estado, fez um apelo no seu melhor estilo.

- Se eu for eleito deputado federal, todas as noites o Jornal Nacional falará no meu nome.

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