Artigo

Maçonaria Imperial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Como todos sabem, a Maçonaria sempre esteve envolvida em movimentos sociais, fato que deu bastante notoriedade a instituição em todo o mundo. A Independência do Brasil foi um dos grandes feitos da Maçonaria Brasileira idealizada pelos maçons José Bonifácio de Andrada e Silva e Joaquim Gonçalves Lêdo. José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu na cidade de Santos, capitania de São Paulo, em 13 de junho de 1763, ele foi um líder político, conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. Joaquim Gonçalves Lêdo nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1781, ele foi um dos articuladores da independência se tornou notoriamente conhecido por idealizar o dia do fico.

No campo político, Andrada e Silva foi ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a julho de 1823, e desde o início colocou-se em apoio à regência de dom Pedro de Alcântara. Proclamada a Independência, comandou uma política centralizadora e organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal.

O Grão Mestre José Bonifácio de Andrada e Silva e o primeiro Grande Vigilante Joaquim Gonçalves Lêdo já tinham em mente o plano de propor a Independência do Brasil dentro da Ordem Maçônica. Em 13 de julho de 1822, por proposta de José Bonifácio, dom Pedro I é iniciado na Maçonaria na Loja Maçônica Comércio e Artes, e logo elevado ao grau de Companheiro Maçom e posteriormente é exaltado ao grau de Mestre Maçom. Enquanto isso crescia em todo o Brasil o movimento pela Independência encabeçado pelos maçons.

Os acontecimentos se sucediam, até que a 20 de agosto de 1822 é convocada uma reunião extraordinária na Maçonaria e nessa reunião assume o malhete, Joaquim Gonçalves Lêdo, que era o primeiro grande vigilante, devido à ausência de José Bonifácio que se encontrava viajando. Joaquim Gonçalves Lêdo profere um eloquente e enérgico discurso, expondo a todos os irmãos maçons presentes a necessidade de se proclamar imediatamente a Independência do Brasil.

A proposta foi posta em votação e aprovada por todos e em seguida lavrou-se a ata da reunião. Presume-se que a cópia da ata dessa memorável reunião tenha sido enviada a dom Pedro I, juntamente com outros documentos que o alcançaram na tarde do dia 7 de setembro de 1822 às margens do riacho Ipiranga, culminando com a proclamação da Independência do Brasil naquele mesmo dia. Pandiá Calógeras, em seu livro “Formação Histórica do Brasil”, página 103, afirma: “Não há mais quem possa negar à Maçonaria um papel preponderante na emancipação política do Brasil. Realmente, desde 1815, com a fundação da Loja Maçônica Comércio e Artes, a idéia da Independência começou a agitar os espíritos brasileiros. Em, 1820, descoberta uma conjuração, foram perseguidos tenazmente os maçons. Porém, no ano seguinte, conseguiram eles triunfar, organizando lojas pelos quatro cantos do Brasil”. Gustavo Barroso, em seu livro “História Secreta no Brasil”, diz: “Ninguém ignora que a Independência do Brasil foi concebida e proclamada entre as quatro paredes dos templos maçônicos”.

Quando dom Pedro I empunhou a espada e gritou “Independência ou Morte”, realizava em público o que já havia sido resolvido nos subterrâneos. A Independência política já havia sido proclamada na Maçonaria, na sessão de 20 de agosto de 1822. O dia 20 de agosto ficou conhecido em todo território nacional como o dia do maçom sendo comemorado todos os anos.

Com o surgimento do novo Império do Brasil, dom Pedro I teve que tomar várias providências para garantir a soberania do novo país. Ele tratou de montar uma alta estrutura diplomática para que as boas relações exteriores fossem mantidas, o objetivo era evitar invasões ou guerras entre países fronteiriços, tudo em nome da soberania nacional. Nesse importante período a Maçonaria deu total apoio a dom Pedro I, razão pela qual o imperador nomeou vários maçons como ministros de estado.

Influenciados por José Bonifácio de Andrada e Silva, vários maçons se tornaram deputados e senadores no império, e ajudaram a mudar a história do Brasil. Entre eles se destacam: Francisco Gê Acayaba de Montezuma (1794-1870) foi senador do Império, Martin Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844) foi deputado e presidente da Câmara dos Deputados, João Vieira de Carvalho (1781-1847) foi senador do Império, Manoel Alves Branco (1797-1855) foi senador do Império, Paulino José Soares de Souza (1807-1866) foi senador do Império, Joaquim Marcellino de Britto (1799-1879) foi deputado, entre outros. A bem da verdade muitos maçons dedicaram suas vidas em defesa da pátria e da soberania do Brasil.


Ubiratan João de Castro

Grão Mestre

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