Artigo

A Amazônia e o Parlamento

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

O Dia da Amazônia figura no calendário de datas comemorativas brasileiras já há alguns anos; no entanto, esta deve ser a primeira vez que recebe a atenção que merece.

Como representante do povo do Maranhão, que é um dos estados que compõem a Amazônia Legal, percebi desde muito cedo que falta ao conjunto da sociedade brasileira uma consciência maior sobre essa parte tão importante e tão preciosa do nosso território.

A Floresta Amazônica corresponde a 40% do território nacional. Pelo seu tamanho, é mais que uma região, é praticamente um subcontinente. No entanto, ela é pouco conhecida pela maior parte do povo brasileiro, concentrado nas grandes cidades do litoral do Nordeste e do Centro-Sul. A Amazônia entra no noticiário em ocasiões como esta, quando aumenta a devastação do bioma, mas falta conhecimento sobre seus desafios e potenciais, e faltam planos consistentes para seu desenvolvimento sustentável.

É isso que precisa mudar. Tenho a alegria de estar numa posição em que posso dar uma contribuição significativa nesse sentido.

Em 28 de agosto, fui eleito relator da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas. Falar sobre mudanças climáticas, no Brasil, é falar sobre Amazônia. O Brasil e a Indonésia são os dois únicos países do mundo em que mais da metade das emissões de gases de efeito estufa decorre de desmatamento. Reduzir tais emissões, em cumprimento de compromissos internacionais assumidos pelo Governo do Brasil, passa necessariamente pelo combate ao desmatamento ilegal - crime que, entre os biomas brasileiros, agride com maior força o amazônico.

O Brasil sempre teve um papel internacional de relevo no debate das questões ambientais, que não deve ser abandonado, mas sim reforçado. Longe de subserviência, ele demonstra nossa liderança ao enfrentar um tema cada vez mais determinante para o destino de toda a humanidade. Mesmo antes do Acordo de Paris, nosso país já havia decidido implementar ações com vistas à redução de emissões de gases de efeito estufa, por meio da Política Nacional sobre Mudança do Clima, oriunda de projeto do ilustre deputado Sarney Filho e aprovada pelo Congresso Nacional.

Acredito que o Poder Legislativo deve manter esse protagonismo. Contando com o apoio dos demais Deputados representantes de estados amazônicos, e contando também com a colaboração dos colegas da Comissão sobre Mudanças Climáticas, é possível pôr o desenvolvimento sustentável da Amazônia na agenda nacional.

Entrei na política pelo PV. Hoje integro o PSD, onde minha preocupação ambiental continua muito viva. Ao longo de meus dois mandatos na Assembleia Legislativa do Maranhão, pude participar do Parlamento Amazônico, que congrega representantes de nove estados da Amazônia Legal na busca de soluções para os problemas regionais.

Minha experiência me dá a certeza de que, com diálogo, podemos abrir caminhos para a melhoria de vida da população amazônica sem prejuízo da preservação da floresta.

Este Dia da Amazônia deve servir para isso. Não para trocar acusações, achar culpados ou fazer guerra de narrativas. Mas sim para, juntos, buscarmos o desenvolvimento sustentável do maior bioma brasileiro.


Edilázio Júnior

Deputado federal pelo PSD


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