De centro-esquerda

Novo governo da Itália tomará posse nesta quinta

Coalizão improvável de dois partidos políticos rivais deve melhorar os laços com a União Europeia e adotar uma postura mais suave em relação à imigração

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

ROMA - Depois de um mês de crise política na Itália,desencadeada pelo ex-ministro do Interior Matteo Salvini, do partido de extrema direita Liga, o Partido Democrático , de centro-esquerda, e o Movimento 5 Estrelas,considerado “antissistema”, conseguiram formalizar um novo governo nesta quarta-feira.

Após reunião com o presidente Sergio Matarella, o primeiro-ministro Giuseppe Conte, que manterá o cargo que tinha no governo anterior, anunciou a composição de um Executivo composto por sete mulheres e 14 homens. A improvável coalizão de dois partidos políticos rivais deve melhorar os laços com a União Europeia e adotar uma posição mais suave em relação à imigração.

"Considerando um programa orientado para o futuro, dedicaremos nossas energias, competência e paixão a tornar a Itália melhor para o interesse de todos os cidadãos", disse Conte na apresentação de sua equipe.

O novo governo de Conte assumirá oficialmente o cargo hoje, 5, depois de prestar juramento de manhã no Palácio Quirinal, sede da Presidência da República. O governo anterior, que era formado pelo M5S com o partido de extrema direita Liga, entrou em colapso no mês passado, quando Salvini, da Liga, saiu da coalizão como estratégia para provocar novas eleições.

A aposta de Salvini deu errado, inaugurando uma nova aliança entre partidos que até então eram adversários políticos ferozes, mas que, em seu governo, devem atenuar a repressão aos imigrantes que chegam de barco da África e procurar reparar laços tensos com Bruxelas.

O cargo-chave de ministro da Economia foi entregue a Roberto Gualtieri, do PD, que atuou como chefe da Comissão de Assuntos Econômicos do Parlamento Europeu e influenciou as negociações de 2018 para suavizar as regras da UE para auxílios estatais a bancos em crise.

O líder do 5 Estrelas Luigi Di Maio, que atuou como vice-primeiro ministro, ministro da Indústria e ministro do Trabalho no governo anterior, foi nomeado ministro das Relações Exteriores no novo gabinete, apesar de não ter experiência em diplomacia internacional.

O Ministério do Interior, que equivale à Casa Civil e foi dirigidopor Salvini nos últimos 15 meses, foi entregue a Luciana Lamorgese, uma funcionária de carreira sem filiação política.

Depois que os ministros forem empossados, Conte terá que ganhar votos de confiança em ambas as casas do Parlamento antes que o governo possa começar oficialmente a trabalhar.

Coalizão

Buscando ampliar sua pequena maioria no Senado, o gabinete incluirá Roberto Speranza, que recebeu a pasta da Saúde. Speranza é uma figura importante no partido de esquerda LEU, o que significa que o partido se tornará parte da coalizão.

Os dois partidos divulgaram na terça-feira,3, um programa de 26 pontos para a coalizão, colocando um orçamento maior para 2020 no topo da agenda, mas agradando os mercados com o compromisso de elaborar um orçamento que não coloque em risco as finanças públicas.

Enfatizando a justiça social, as duas partes se comprometeram a introduzir um salário mínimo, suspender um aumento de impostos previsto para janeiro e aumentar os gastos em educação, pesquisa e bem-estar.

O mercado de ações da Itália teve expressiva alta na semana passada, na esperança de que um governo fosse formado, evitando a ameaça de instabilidade política prolongada e de eleições antecipadas.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.