Comerciantes que trabalham no Terminal Rodoviário de São Luís, situado às margens da Avenida dos Franceses, cobram o início das obras de reforma do local, que já está há cinco meses parcialmente interditado. Segundo eles, o prejuízo por causa da paralisação já é de 80%. Por causa dos tapumes separando uma parte da rodoviária, passageiros não circulam nos trechos com grande concentração de restaurantes e lanchonetes.

O Estado esteve no terminal rodoviário e verificou que a reforma está paralisada. Os tapumes continuam fixados em uma parte do local, impedindo a passagem de pessoas. Os comércios situados naquele trecho estão quase fechando as portas. Uma peixaria e restaurante ficaram isolados do outro lado dos tapumes de proteção. Ali, quase ninguém transita, porque está proibida a passagem.

Queda nas vendas
Indignada, a comerciante Val Gaspar contou que as vendas caíram 80% em seu restaurante com a interdição. Os tapumes estão colocados ao lado do estabelecimento comercial dela. “A gente está aqui só com a cara e a coragem. Sofremos bastante com a paralisação das obras. Ninguém aparece aqui, a não ser nossos clientes já conhecidos”, reclamou.

Segundo ela, a área onde o restaurante está localizado é de desembarque. Mas, com a reforma paralisada, cada vez menos pessoas são vistas no trecho. Os prejuízos só aumentam. “Eu tenho esse restaurante há seis anos. É nossa forma de se sustentar. O pior é que ninguém liga para isso, para resolver esse problema. Eu paguei meu aluguel aqui com atraso neste mês, porque as vendas estão fraquíssimas”, comentou Val Gaspar.

Ela, que paga um aluguel de R$ 2 mil, ainda tem esperanças de que a situação seja resolvida. Além de Val, outros comerciantes, que não quiseram se identificar, reclamaram dos prejuízos nos lucros. “Sinceramente, não sei mais o que fazer. Não sei se fecho logo esse comércio. A decisão é difícil. Não sei até quando mais aguentarei, porque estamos trabalhando apenas para pagar aluguel”, declarou um comerciante.

Restaurante fechado
Um dos comerciantes mais antigos do Terminal Rodoviário de São Luís é Raimundo Nonato Piske. O restaurante dele, que foi o primeiro construído no local, está fechado desde que os tapumes foram colocados. Ouvido por O Estado, recentemente, ele contou que estava sofrendo ameaças de fornecedores por causa dos atrasos.

“Eu tenho três funcionários trabalhando comigo e os prejuízos apenas se acumulam. Mas não posso fazer nada, porque a área está isolada para a reforma”, declarou o comerciante sobre a situação. O restaurante dele está situado do outro lado dos tapumes, e também é proprietário de uma peixaria na rodoviária, que é administrada pela RMC Comércio e Serviços Ltda.

O Estado tentou contato com representantes da RMC, mas ninguém quis se manifestar sobre o assunto.

Passageiros reclamam
Os comerciantes não são os únicos que estão reclamando. Os passageiros também pedem providências para que as obras sejam logo iniciadas e os tapumes retirados para livre circulação. “Eu viajo praticamente todos os dias para Rosário e sei como essa situação está complicada. Todos nós sofremos com isso. Até a paisagem da rodoviária fica comprometida com essa interdição”, disse Rômulo Cavalcante, servidor público municipal.

A Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) informou, em nota, que o processo de licitação para a escolha da empresa que vai administrar o Terminal Rodoviário de São Luís está em curso. Informou, ainda, que a sessão para abertura de propostas de preços ofertados pelos licitantes está marcada para a próxima semana, momento no qual já poderá ser proferido o resultado final da licitação, caso não haja novos recursos administrativos e jurídicos. Com a licitação, será feito investimento de mais de R$ 4,5 milhões no Terminal Rodoviário de São Luís, proporcionando a revitalização completa do espaço.

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