BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil está "quase na ingovernabilidade no tocante às reservas". "A intenção dessas grandes reservas, e isso sempre se discutiu na ONU, é que, pela autodeterminação dos povos indígenas, seriam novos países no futuro", afirmou.
A declaração ocorreu em entrevista à atriz e youtuber Antonia Fontenelle, apoiadora do presidente nas redes sociais, gravada na sexta-feira, e divulgada na última segunda-feira.
O presidente voltou a afirmar que países "como a Alemanha, em especial", estavam "comprando o Brasil via Fundo Amazônia". Disse ainda que a crise internacional pelas queimadas foi um momento duro. "Essa pancada aí de o 'capitão incendiário da Amazônia' foi barra pesada".
Segundo Bolsonaro, o presidente da França, Emmanuel Macron, "mexeu com os brios" dos países amazônicos. As críticas sobre o Brasil foram contornadas pela articulação com outras nações, como os EUA, disse. "Quando começou (a reunião da cúpula do) o G-7, Macron estava isolado."
O presidente afirmou que os países amazônicos devem elaborar uma "nota conjunta" sobre a crise na região, além de reafirmar que "temos direito e vamos explorar de forma sustentável a região amazônica".
Bolsonaro voltou a afirmar que será determinante para a escolha do novo procurador-geral da República a opinião do candidato sobre meio ambiente e "minorias". "Cada vez se quer mais terra pra índio. O próximo PGR tem de ser nota 7 em tudo. Não ser dez num (ponto) e dois no outro", afirmou.
O presidente disse, ainda, que a listra tríplice para a escolha ao cargo é "invenção do passado" e que não precisa ser seguida. Segundo o presidente, há três nomes em análise para a chefia do MPF. "A senhora Raquel Dodge já falou que gostaria de ser reconduzida", disse, sem apontar se a atual PGR está no páreo para a escolha.
Moro
O presidente também disse que o desgaste com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, por suposta interferência na Polícia Federal foi "algo artificial" e "potencializado" pela imprensa.
"Eu sugeri um nome (para a superintendência do Rio de Janeiro) e ele (Moro) apareceu com outro. Ficou num impasse. Eu poderia impor. Não quero me impor. Na reta final, pode botar aquele que o diretor-geral da Polícia Federal (Mauricio Valeixo) quer, sem problema nenhum. Acabou vazando isso aí dizendo que eu tava (sic) interferindo na PF. Foi algo artificial", disse Bolsonaro
Bolsonaro e Moro já deram sinais de trégua na última semana, quando trocaram afagos em evento no Planalto de lançamento de uma série de medidas na área de segurança.
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