Transtornos

Água do mar invade casas e ruas em Raposa na maré alta

Previsão era de 6,6 metros na variação da maré; água salgada provocou alagamentos na cidade

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Moradores do município metropolitano de Raposa acordaram assustados neste domingo, 1º, quando a água do mar invadiu ruas e casas daquela cidade, em decorrência da maré de sizígia, que ocorre quando o sol e a lua estão alinhados em relação à Terra. A água salgada provocou alagamentos, gerando transtornos. A previsão era de 6,6 metros na variação da maré.

Com a maré de sizígia, a água invadiu praças e ruas localizadas às margens da praia. Motoristas tiveram dificuldade para trafegar pelos locais, que estavam tomados pela água salgada. Mesmo nesta situação, ciclista ainda se arriscavam e passavam por trechos alagados, assim como pedestres. Em muitos pontos, o asfalto não era mais visto devido à presença da água do mar.

A fim de contornar a situação, algumas pessoas retiravam seus calçados para conseguir atravessar as ruas. O ponto de ônibus também ficou alagado. Os pedestres tentavam evitar os trechos tomados pela água e subiam em calçadas. Algumas crianças carregavam outras menores, para que não se molhassem, em direção aos seus destinos. As ondas estavam tão fortes que chegaram a cobrir inteiramente algumas estruturas do Cais de Raposa.

Outros transtornos
Além da invasão às casas e ruas, as ondas também provocaram outros transtornos, como a destruição do piso em alguns trechos da área costeira. A região do cais foi o mais afetado, porque fica em um plano mais baixo. Devido ao impacto da maré, o solo ficou repleto de desníveis, o que ficou similar aos efeitos de um processo de erosão. A estrutura ficou desgastada pela força das águas.

Esse avanço da maré ocorre durante alguns meses do ano e sempre provoca transtornos. Em março deste ano, por exemplo, a água também invadiu casas, comércios e ruas de Raposa, que é um dos municípios mais afetados quando ocorre a maré de sizígia.

Maré de sizígia
A variação do nível do mar em relação à faixa de areia é um fato que pode ser verificado em qualquer parte do planeta, pois é algo natural. Esta variação é provocada pelo ciclo diurno da maré, que está associado à atração gravitacional entre a Lua e a Terra.

A rotação da Terra e o movimento de translação da Lua, além da força gravitacional, colaboram para a formação das marés. A maré alta ocorre na face da Terra que está voltada/oposta à Lua. Já a maré baixa ocorre nas faces que estão formando aproximadamente um ângulo de 90° com relação à Lua.

Além da força gravitacional exercida pela Lua, a maré também é influenciada pela força gravitacional que o Sol exerce sobre a Terra. A influência do Sol é menor devido a sua distância, mas também pode ser notada dependendo da fase da Lua.

A amplitude da maré (ou seja, a diferença entre a maré alta e a maré baixa) será diferente dependendo da fase da Lua. Quando estamos em Lua Cheia ou Lua Nova, a força gravitacional da Lua combinada com a do Sol cria amplitudes maiores da maré. Isto é, marés altas maiores que a média e marés baixas menores do que a média.

O mar, então, avança/recua mais em relação à faixa de areia. Neste caso, ocorre a maré de sizígia, que também é conhecida como “maré viva”. Também há a as marés de quadratura, conhecidas como “marés mortas”, que ocorre quando a Lua está no quarto minguante ou crescente e as forças gravitacionais da Lua e do Sol se opõem.

Tabua de maré

Segunda-feira, 2

8h45 – 6,5 metros
21h11 – 6,3 metros

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