Ataques

Polícia monitora facções que atuam assaltando bancos em São Luís

Segundo a polícia, pelo menos duas facções agem na capital e de forma diferente do interior; dois suspeitos do ataque ao Bradesco, no São Francisco, foram presos na Ilhinha

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Gilcilene Nascimento Gomes e Eduardo de Castro Oliveira, presos pela explosão do Bradesco
Gilcilene Nascimento Gomes e Eduardo de Castro Oliveira, presos pela explosão do Bradesco (bandidos)

SÃO LUÍS - A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou nesta sexta-feira, 30, durante coletiva na sede da Polícia Civil, na Avenida Beira-Mar, que há, pelo menos, duas facções que estão atacando agências bancárias na capital maranhense. O objetivo é investir na comercialização de droga e adquirir armamentos de grosso calibre. Somente este ano, oito ataques a agências bancárias em São Luís foram registradas pela polícia. O último alvo foi o Bradesco, na Avenida Castelo Branco, no São Francisco, na madrugada de quinta-feira, 29. Até o momento dois suspeitos de envolvimento nesse caso foram presos, Eduardo de Castro Oliveira e Gilcilene Nascimento Gomes.

Segundo o delegado Luciano Bastos, chefe do Departamento de Combate a Roubo a Instituições Financeiras (Decrif), órgão ligado a Superintendência de Investigações Criminais (Seic), afirmou que os ataques a bancos na capital são feitos por facções criminosas, enquanto no interior do estado são integrantes de organizações criminosas interestaduais.

Luciano Bastos disse inda, que o Decrif já conseguiu identificar pelo menos duas facções criminosas envolvidas e que seus integrantes estão sendo monitorados. Um desses grupos tem como ponto base a Vila Conceição, área do Altos do Calhau, onde já ocorreram diversas ações da Seic, que resultaram em prisões e apreensões de armamento de grosso calibre e de drogas como maconha, crack e cocaína.

O delegado explicou que na maioria, quatro ou cinco bandidos participam das ações criminosas, realizadas de forma rápida. Dois criminosos entraram na agência e armam a explosão, enquanto os outros fazem a cobertura. Em pouco menos de cinco minutos, eles fogem, deixam um estrago na agência bancária. “Eles agem muito rápido com receio da chegada da polícia”, disse o delegado.

Quanto aos assaltos a bancos do interior do estado, são realizados por bando criminoso organizado e com ligações com bandidos de outros estados. Geralmente o grupo é composto por mais de 10 assaltantes e age sempre na madrugada. Eles escolhem a cidade e chegam atirando em via pública para amedrontar a população.

Em alguns casos, o bando se divide e atacam delegacia e a sede do quartel da Polícia Militar para evitar a ação policial, enquanto o restante ataca o banco, destruindo os caixas eletrônicos. Na fuga, os bandidos levam moradores com reféns e roubam veículo. “No interior continua sendo empregado a técnica do novo cangaço”, disse o delegado.

“Eles assaltantes de atacam agências bancárias na capital agem muito rápido com receio da chegada da polícia”Luciano Bastos, delegado da Seic

Prisão

O delegado Pedro Fernandes, da Seic, informou que os criminosos que explodiram o Bradesco na madrugada desta quinta-feira, mas não conseguiram levar o dinheiro. Antes do ataque eles havia roubado veículo Clio prata, na capital.

Policiais da Seic começaram a investigar e conseguiram identificar Eduardo de Castro que estava escondido na Ilhinha. Ele tinha sido beneficiado com a saída temporária do Dia dos Pais, em agosto do ano passado, e não retornou ao Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Ainda na tarde de quinta-feira, 29, foi montado um cerco policial nessa localidade, com o apoio, inclusive, do helicóptero do Centro Tático Aéreo (CTA) que conseguiu prender Eduardo Castro e Gilcilene Nascimento. Na residência dela a polícia encontrou material explosivo e outros apetrechos utilizados durante as ações criminosas.

Combate

O delegado Carlos Alessandro de Assis, superintendente da Seic, informou que a polícia tem intensificado o combate a essas ações. Somente este ano, a polícia prendeu 90 pessoas envolvidas em assaltos a bancos na capital e no interior do estado e apreendeu 18 armas de fogo. Além disso, a polícia tem intensificado o trabalho de inteligência que tem atingido bons resultados.

Números

8

é o número de agências bancárias na capital maranhense atacadas por quadrilheiros este ano, segundo dados da polícia

90

é o número de bandidos acusadas desse tipo de ação criminosa que foram tirados de circulação somente pela Seic, além da apreensão de 18 armas de fogo

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