Empreendedorismo

Empreendedores revelam histórias de luta e sucesso de seus negócios

Um vendedor que se tornou empresário, uma mãe que decidiu abrir lojas e um filho que se tornou sócio dos pais; essas histórias têm em comum a vontade de vencer, ainda que as adversidades no caminho sejam enormes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Empresário Marcelo Pereira dá sugestão a cliente sobre as opções de lanches ofertadas por sua empresa
Empresário Marcelo Pereira dá sugestão a cliente sobre as opções de lanches ofertadas por sua empresa (empreendedor)

SÃO LUÍS - De longe, na praça de alimentação, logo se nota um funcionário diferente ao apresentar aos clientes as opções de lanches. Com o cardápio nas mãos, Marcelo Pereira (38) passa por cada cliente explicando como são feitos os alimentos e, rapidamente, ganha a atenção de quem está por ali. Usa crachá e uniforme, assim como todos os demais por trás do balcão, mas é bem mais do que um colaborador cumprindo o expediente. Ele é o próprio dono do negócio. “O que engorda o boi são os olhos do patrão”, comenta bem-humorado, enquanto orienta os empregados da unidade Mini Kalzone, no Rio Anil Shopping.

De origem humilde, Marcelo Pereira conta que trabalha desde a adolescência, pois sempre gostou de ter o próprio dinheiro. Por isso, além de estudar, sempre buscou oportunidades de ser recompensado financeiramente. Ambicioso, em 2005, ele foi para Florianópolis (SC), onde começou a trabalhar na rede Mini Kalzone.

“Eu me dediquei bastante, depois de um ano, passei a ser gerente de loja em Brasília. Em seguida, voltei para Florianópolis, de onde saí para inaugurar lojas em Mato Grosso, São Paulo e aqui no Maranhão, onde surgiu a oportunidade de ser um franqueado da rede, há um ano e meio”, relembra.

Vendo de longe e em resumo, pode até parecer que as conquistas alcançadas por Marcelo foram fáceis de atingir. Mas, na verdade, o caminho foi e continua sendo bastante árduo. Só para se ter uma ideia, ele dedica 15 horas por dia ao negócio. Para ele, a palavra de ordem é determinação. “Não é fácil. É preciso estar perto e amar o negócio, senão a pessoa desiste mesmo”, ressalta.

Passos para empreender

Esse cuidado, indispensável e essencial, é o primeiro passo para motivar a equipe que trabalha para que o negócio tenha êxito. “Como que um líder vai apresentar aos colaboradores a ideia de que é preciso cuidar e zelar, se ele próprio não o fizer?”, pontua Diego Henrique, economista e professor do curso de Administração da Faculdade Estácio São Luís.

Assim como o cuidado, outro item importante para que o empreendimento dê certo é o estudo. “Não tem jeito. É preciso investir em atualização, reciclagem de conhecimento, especialização e tecnologia. Vivemos em uma era em que os produtos, de um modo geral, não duram tanto tempo, pois novas tecnologias são apresentadas o tempo inteiro, logo, tudo vai ficando obsoleto ou ultrapassado de uma maneira muito mais rápida. É fundamental, para empreender, ter ‘visão de águia’ e enxergar sempre além”, indica o professor Diego Henrique.

Outra recomendação importan­te do especialista é conhecer bem o terreno onde se pisa, para que os passos sejam dados sem medo. “Investir é para gente corajosa, mas não aventureira. Aventurar é tentar a sorte. Empreender é acreditar com fundamentos. Porém, mesmo que se calcule e se avalie todas as variáveis de uma decisão, é preciso ter em mente que nem sempre se acertará, e isso é bom! Errar é até mesmo fundamental na caminhada empreendedora, uma vez que os erros ensinam e fortalecem”, destaca.

Se uma decisão é tomada e o resultado não é bem o esperado, o ideal é avaliar tudo de novo, quantas vezes forem necessárias, até que se encontre uma nova forma de caminhar. A orientação é da psicóloga Celiane Chagas, do Hapvida Saúde.

“Isso serve, na verdade, para vários momentos e setores da nossa vida: relacionamentos, trabalho, família, etc. Quando algo dá errado, é preciso sempre refletir e se perguntar o que você poderia ter feito para que o resultado fosse outro. Não estamos falando aqui de se culpar, mas de assumir a autorresponsabilidade que cada indivíduo precisa ter consigo, em vez de apontar culpados e se dar por satisfeito”, comenta Celiane.

Realizando o grande desejo de abrir uma loja

Foi justamente com foco na autorresponsabilidade que Pollyana Blan­co (39), mãe de dois meninos (um de 3 e outro de 5 anos), concluíram que somente ela poderia decidir o rumo da própria vida e buscar a felicidade. “O desejo de empreender era latente e, em 2017, nós conseguimos realizar o nosso grande desejo de abrir uma loja. Como eu amo calçados, unimos o útil ao agradável e identificamos uma grande oportunidade de trazer para São Luís uma unidade da Constance”, conta.

A empresária nunca achou que seria fácil, mas também não tinha ideia exata de todas as dificuldades que teria que enfrentar para alcançar o sucesso. “Ser lojista é um desafio diário e de muitas responsabilidades. Formamos uma família em nossas lojas, temos muito compromisso com nossas vendedoras e nossos clientes. Por isso, buscamos sempre a melhor experiência de compras para todos”, ressalta. De olho no mercado e movida pelos sonhos, Pollyana e o marido, Milton Blanco, rapidamente alcançaram êxito com a primeira unidade da Constance. A segunda loja não demorou a ser inaugurada, no Rio Anil Shopping.

“Meu grande sonho é ver a marca ser referência no segmento em São Luís”, revela.
“Sonhar não custa nada, mas representa muito”, atesta a psicóloga Celiane Chagas. “Uma pessoa que não tem grandes desejos a realizar, grandes objetivos a alcançar, mais facilmente permanecerá na chamada zona de conforto, onde ninguém cresce. As pessoas crescem nas crises, nas mudanças, nas evoluções. Só é importante traçar um plano de metas e estabelecer prazos para as suas realizações. Assim, ficará mais fácil sonhar e realizar, e sonhar de novo, em um ciclo positivo de erros, acertos e recomeços”, enfatiza a especialista.


Família
Se alguns empreendedores sofrem com a falta de tempo para dedicar à família, outros correm para acompanhar os parentes na jornada no mundo dos negócios. Esse é o caso do jovem Yann Buhatem (25). Ele só tinha 5 anos de idade quando os pais abriram o primeiro restaurante da família, o Tai Pan. Foi lá que ele passou boa parte da infância, acompanhando o trabalho dos pais à frente do negócio. O tempo passou, Yan se qualificou e hoje soma com a família na gestão da empresa.

“Eu passei muitos anos vendo o trabalho e as conquistas suadas dos meus pais. Então fui em busca de conhecimento, estudei Administração na PUC-RJ e voltei a São Luís para cuidar dos negócios com meu pai e minha mãe”, explica Yann, que divide com a mãe, Flávia Buhatem, o acompanhamento diário do trabalho dos colaboradores nos seis empreendimentos da família, todos no ramo da alimentação.
Há cerca de dois anos atuando na gestão direta das empresas da família, tão jovem, cheio de ideias e criatividade, Yann já venceu vários desafios e conseguiu marcar um novo tempo para o restaurante Tai Pan, que agora se apresenta ao mercado de um jeito bem mais moderno e inovador, a começar pela presença do negócio nas redes sociais. “Encaro a missão como um grande desafio, que estou disposto a superar a cada dia”, anuncia.

Com a família trabalhando em união, e com a colaboração especial do próprio filho, Flávia Buhatem comemora: “Estamos felizes com a caminhada de Yann e com os negócios da nossa família. Para além do mercado, nós temos uma missão social, focada na geração de emprego e renda para 180 trabalhadores. E va­mos continuar em busca de crescimento”, conclui a mãe empreendedora e orgulhosa.

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