Protestos

Mais de 15 estados e têm protestos contra lei de abuso de autoridade

Manifestantes cobraram do presidente Jair Bolsonaro o veto total à Lei de Abuso de Autoridade, avaliada como caminho para reduzir o combate à corrupção e o impacto de operações como a Lava Jato

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
(Protesto realizado na Bahia)

BRASÍLIA - Manifestantes se reuniram em 36 cidades de 15 estados e no Distrito Federal na manhã e tarde de ontem para protestar contra o projeto de lei de abuso de autoridade aprovado pelo Congresso Nacional e que aguarda sanção do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). Foram registrados atos em AL, BA, DF, ES, GO, MA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP.

Os protestos, que foram convocados pelo grupo Vem pra Rua, entre outros, também citam apoio à Lava Jato e ao governo Bolsonaro. Pedem ainda a indicação do procurador Deltan Dallagnol à Procuradoria-Geral da República.

Em São Luís, manifestação foi concentrada em frente a sede da Polícia Federal, situada na Cohama.

Em Belo Horizonte, manifestantes atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e cobraram do presidente Jair Bolsonaro veto total à Lei de Abuso de Autoridade, avaliada como caminho para reduzir o combate à corrupção e o impacto de operações como a Lava Jato.

Sanitários químicos alugados por fundadores do Patriotas, que participaram da organização do ato junto com o movimento Vem Pra Rua, tiveram cartazes pregados com a inscrição "STF - Sanitário Togado Fedorento". Pela primeira vez em atos pró-Bolsonaro em BH, ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaram em segundo plano.

"As pessoas elegeram Jair Bolsonaro para ele mudar o que vinha ocorrendo no país em relação à corrupção", afirma a coordenadora do Vem Pra Rua na cidade, Kátia Pegos, que acredita em possível perda de apoio da população ao presidente caso a lei não seja vetada integralmente.

Para a militante, as instituições estão querendo se blindar contra investigações. "Há indícios de que o presidente não está sendo tão incisivo como deveria nesta questão. Bolsonaro não tem que ter medo de enfrentar deputados, senadores ou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O povo está com ele", disse.

Mensagens eram exibidas e lidas por manifestantes do alto de um caminhão de som do Vem Pra Rua. "Não elegemos Bolsonaro para abafar investigações contra bandidos", dizia uma delas. "Veta tudo, Bolsonaro", afirmava outra. Faixas e cartazes também cobravam o veto do presidente à lei.

Queimadas

Com o embate ao longo da semana entre o governo brasileiro e de países europeus sobre as queimadas na floresta amazônica, o tema também acabou sendo incluído na manifestação na capital mineira. Participantes do ato reclamaram da reação dos governos estrangeiros às queimadas.

Com uma bandeira da França em que se lia "a Amazônia é nossa. Respeitem nossa soberania", a advogada Fátima Lima, de 59 anos, reclamou das críticas do presidente do país, Emmanuel Macron, sobre as queimadas. "A França está cheia de problemas internos. O que ele quer é usar a Amazônia de forma política para se reeleger", disse.

Brasília

Já em Brasília, ato organizado pelo movimento Vem Pra Rua reuniu cerca de 5 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, segundo estimativas dos próprios organizadores. A Polícia Militar não divulgou números de participantes no protesto e não foram registradas ocorrências

A manifestação foi convocada em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O ato pedia o veto ao projeto de lei que pune abuso de autoridade, já aprovado pelo Congresso e que aguarda sanção presidencial, e o impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli. Além disso, outras duas bandeiras do protesto eram pela manutenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cadeia e pela escolha do procurador Deltan Dallagnol para a Procuradoria Geral da República (PGR).

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