Igreja do Desterro

Séculos XIX a XXI: a consolidação, fatos marcantes e o carinho do povo

Igreja do Desterro recebeu este nome porque se refere à fuga da Sagrada Família e, por isso, impõe à mãe de Jesus a nomenclatura de "Nossa Senhora da Fuga"; devoção permanece com moradores novos e antigos

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Vista do Largo da Igreja do Desterro, pela Rua da Palma; moradores da área conversam sentados à porta
Vista do Largo da Igreja do Desterro, pela Rua da Palma; moradores da área conversam sentados à porta

Terços e ladainhas no festejo
Neste sábado, 24, às 18h, continuará a programação do Festejo de Nossa Senhora do Desterro, na igreja, com terço, ladainha e santa missa. No domingo, 25, será a partir das 17h30, com nova missa.

De segunda, 26, a sexta-feira, 30, a agenda acontecerá às 18h30, no templo. O encerramento ocorrerá no sábado, 31, com alvorada a partir das 6h.

Ao meio-dia, na Igreja do Desterro, será celebrada Missa de Cura e Libertação, com o tema: “No amor de Maria, sereis curado pela fé em Jesus”.

Às 16h, acontecerá Santa Missa de encerramento. “Nossa responsabilidade é fomentar o amor e a devoção por Maria e José, que, numa prova fiel, foram a uma terra desconhecida até então para cumprir a missão dada a ela de ser mãe de Jesus Cristo”, afirmou o padre Roney Rocha, pároco da Catedral da Sé e atualmente responsável pela Igreja do Desterro.

Trecho do texto de Domingos Vieira Filho sobre parte da história da Igreja Nossa Senhora do Desterro publicada na edição do “Jornal do Maranhão: Semanário de Orientação Católica”, de 19 de novembro de 1967

“A Igreja de Nossa Senhora do Desterro, situada na parte mais antiga da cidade, data de tempos recuados. É difícil precisar a data exata de sua edificação. César Marques, que bisbilhotou arquivos e sacristias, não pôde indicar com segurança o evento. Mas assevera que “foi o primeiro templo que houve no Maranhão onde funcionaram os nossos primeiros bispos e onde dormiram o sono eterno os primeiros habitantes do Maranhão.
De início, como quase todos os primeiros templos coloniais, era uma simples palhoça, com as paredes de taipa, contemplando defronte o mar, a poucos passos da cidade própria. A primitiva inovação era Nossa Senhora do Desterro que, para Frei Agostinho de Santa Maria, era “imagem de grande devoção”.
Com a invasão holandesa, deu-se um verdadeiro sacrilégio. Os comandados de Corneliszoon Lichthardt, cuja frota de 18 naus ancorara na enseada fronteiriça à capela de N. S. do Desterro, entraram a pilhar e saquear a cidade indefesa e inerme, entregue desidiosamente à fúria do invasor.
Na sua passagem destruidora, os batavos despedaçaram a veneranda imagem de N.S. do Desterro.”

[…]

“Em 1865, resolve a Câmara Municipal de São Luís, face ao perigo que ofereciam as ruínas, rogar ao bispo autorização para arrazá-las e, em seu lugar, construir uma praça e um mercado de peixe. Protesta porém, com veemência pela imprensa, o doutor César Marques, rememorando o valor histórico do templo e tanto insiste em sua defesa, tão simpáticos e convincentes, que aquele prelado, após mandar estudar o caso, resolve constituir uma comissão para empreender a reedificação da igreja, considerada “a única sagrada que possuímos”.
Marcelino José Antunes Pimenta, um dos membros dessa comissão, deixou seu nome imorredouramente ligado à história do templo pela devoção e perseverança com que se atirou à empresa.
A 21 de outubro de 1869, o bispo Frei Luís da Conceição Saraiva visitava a igreja, já completamente restaurada, a qual foi entregue ao público, depois de por ele
abençoada, a 21 de novembro seguinte. No período, também foi entregue a torre.
Os anos rolam na esteira do tempo e, triste é confessar, novamente o simpático templo, integrado na tradição da cidade, monumento histórico que é, cai no abandono.”

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