Editorial

O esperado saque do FGTS e do PIS

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Trabalhadores que têm recursos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), empresas que buscam recuperar dívidas de seus inadimplentes e o mercado de consumo estão em contagem regressiva para quando chegar setembro e a Caixa iniciar o pagamento do FGTS.

Pelo calendário informado pela Caixa, quem tem conta poupança no banco, abertas até 24 de julho deste ano receberão a partir de 13 de setembro (pessoas que fazem aniversário nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril). No dia 27 de setembro, poderão sacar os nascidos em maio, junho, julho e agosto. E a partir de 9 de outubro, quem aniversaria em setembro, outubro, novembro e dezembro.

De acordo com a Medida Provisória nº 889/2019, que autorizou novas modalidades de saque do FGTS, o trabalhador que tiver recursos disponíveis no Fundo, seja conta ativa ou inativa, poderá sacar até R$ 500,00. Se tiver, por exemplo, três contas, terá a possibilidade, em tendo fundo para isso, de receber R$ 1.500, ou seja, a retirada de R$ 500 por conta.

Os saques do FGTS estão estimados em R$ 28 bilhões na economia, que somado com o do PIS (R$ 2 bilhões), totalizarão R$ 30 bilhões que serão injetados na economia brasileira.

Em 2017, na gestão do presidente Michel Temer, também houve liberação de saques do FGTS, totalizando R$ 44 bilhões.

Tendo em vista o alto índice de inadimplência, a alta taxa de desemprego, a expectativa é de que os recursos sejam usados pelo trabalhador para pagar dívidas em atraso. De acordo com o Serasa Experian, dos mais de 63 milhões de brasileiros inadimplentes atualmente, 36,1%, o equivalente a 23 milhões de pessoas, possuem dívidas em atraso de até R$ 500.

Mas, na hora de quitar dívidas, caso o débito seja um pouco maior do que o valor sacado, a especialista em desenvolvimento humano Rebeca Toyama, recomenda que o trabalhador tente fazer uma negociação.

Portanto, antes de mais nada, é preciso que o trabalhador tenha cautela com a maneira com que o valor será utilizado. Até porque, com um bom planejamento, muita gente poderá sair do endividamento, dependendo do valor do débito.

Mas há aquelas pessoas que destinarão o dinheiro para o consumo, uma aposta do comércio, ou mesmo para a poupança.

No caso de consumo, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é de que pelo menos R$ 3,3 bilhões do total dos R$ 30 bilhões do FGTS e PIS, sejam gastos no segmento de vestuário, o equivalente a 11% dos recursos. Em 2017, quando também houve saques, o varejo ficou com R$ 12 bilhões.

E mais do que nunca o varejo aguarda ansioso por esses recursos, pois de janeiro a junho, o setor apresentou queda de no volume de vendas, em relação ao mesmo período do ano passado.

E como em 2017, quando o segmento de vestuário foi o que mais se beneficiou dos saques do FGTS, concentrando 38% do total que coube ao varejo, ou seja, R$ 4,1 bilhões, a expectativa também é positiva para este ano.

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