Atitude

Trump desiste de endurecer controle de armas nos EUA

Presidente dos EUA chegou a admitir conversas com a oposição para maior controle de antecedentes para compra de armas de fogo nos EUA. Em conversa com líder de lobby armamentista, porém, Trump voltou atrás

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Presidente dos EUA, Donald Trump, fala a jornalistas na Casa Branca
Presidente dos EUA, Donald Trump, fala a jornalistas na Casa Branca (Reuters)

WASHINGTON - O presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou as intenções de endurecer o controle de antecedentes para a compra de armas de fogo nos Estados Unidos depois de conversar com o presidente da Associação Nacional do Rifle (NRA), informou a imprensa local ontem, 21.

Depois de ataques a tiros em massa neste ano, Trump chegou a apoiar, provisoriamente, um endurecimento do controle de venda para potenciais compradores. A medida serviria para superar as brechas que não permitem registrar muitas das vendas de armamento.

Trump chegou, inclusive, a admitir que havia conversas com representantes do Partido Democrata, de oposição, para se chegar a uma legislação sobre armas nos EUA. Ele também havia sugerido à NRA – um lobby dos mais proeminentes dos Estados Unidos – repense a oposição a alguns controles na compra de armas.

De acordo com alguns meios de comunicação norte-americanos, o presidente disse na terça-feira ao diretor da NRA, Wayne LaPierre, que pediria ao Congresso a aprovação de leis de "bandeira vermelha". Isso permitiria a proibição temporária da venda de armas para pessoas consideradas como um risco para elas mesmas ou para outros.

Por outro lado, Trump reforçou que não lideraria os esforços para estabelecer uma lei que impeça vendas não declaradas e não controladas – tanto online quanto em exibições de armas.

Em 5 de agosto, em pronunciamento na Casa Branca, Trump pediu para que os parlamentares dos Estados Unidos aprovem leis que exijam uma checagem de antecedentes para a compra de armas e disse que os EUA precisam derrotar o supremacismo branco.

Expectativa

A posição de Trump a respeito do tema é crucial, uma vez que os congressistas do Partido Republicano – que contam com o voto dos cidadãos favoráveis às armas – não pretendem mudar as leis de armas sem o apoio do presidente.

Por outro lado, o Partido Democrata sabe que não pode impor leis no Congresso sem o apoio dos republicanos. Afinal, o partido governista controla o Senado.

A Casa Branca não fez comentários oficiais sobre os relatos da imprensa, que afirmam que Trump foi quem iniciou a conversa telefônica com LaPierre.

Porém, o próprio diretor do NRA confirmou na terça-feira o telefonema e disse que Trump é um forte defensor da segunda emenda à Constituição. Os defensores entendem que a norma garante direitos absolutos e amplos para comprar e possuir armas de fogo sem interferência do governo.

"Hoje falei com o presidente. Discutimos as melhores maneiras de evitar tais tragédias", tuitou LaPierre em referência aos tiroteios em massa.

Trump "é um presidente que defende ferrenhamente a segunda emenda e apoia nosso direito de portar e manter armas!", escreveu LaPierre.

Em conversa com jornalistas na terça-feira, 20, Trump não mencionou a ligação, embora tenha dito que os Estados Unidos têm "verificações de antecedentes muito, muito fortes neste momento" e acrescentou que as regras poderiam ser mais rígidas para pessoas com problemas mentais.

"Muitas das pessoas que me trouxeram até onde estou são fortes defensores da segunda emenda, e eu também sou", disse o presidente.

Democratas vêm pedindo alguma atitude em resposta as ataques armados deste mês em El Paso (Texas) e Dayton (Ohio). Somados os dois casos, houve 31 mortes – todas com rifles semi-automáticos.

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