Fumo

Tabagismo: Brasil reduz em 40% o número de fumantes

Dados são da OMS; redução entre a população feminina é ainda maior, 44%; esses resultados colocam o país como referência internacional no combate ao tabagismo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Houve redução significativa do uso do tabaco em todas as faixas etárias
Houve redução significativa do uso do tabaco em todas as faixas etárias (cigarro )

SÃO PAULO - O Brasil é referência global no combate ao tabagismo. Isso porque, na última década, o país conseguiu reduzir em 40% o número de fumantes. Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na semana passada, agora o Brasil se tornou o segundo país do mundo a cumprir o mais alto nível das seis medidas de controle do tabaco recomenda pela entidade.

O documento ainda apontou que dentre os 171 países que aderiram a essas medidas globais apenas Brasil e Turquia implementaram as ações com sucesso. Neste cenário de redução, as mulheres brasileiras são protagonistas, com queda de 44% – valor acima da média nacional, de acordo com dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel).

Tabaco
O levantamento revelou também que houve uma redução significativa do uso do tabaco em todas as faixas etárias, como de 18 a 24 anos de idade ( de 12% em 2006 para 6,7%, em 2018), 35 e 44 anos (de 18,5% para 9,1%) e entre 45 a 54 anos (de 22,6% para 11,1%). No número geral de fumantes, em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse percentual era de 15,7%.

Porque reduziu
Segundo o novo relatório, a redução do consumo é resultado direto das ações implementadas no país. Começando pelo tratamento do tabagismo, que é oferecido em mais de quatro mil unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre 2005 e 2016, quase 1,6 milhão de brasileiros realizaram o tratamento de cessação do tabaco na rede pública de saúde.

“Queremos ser primeiro mun­do em saúde pública e na luta antitabagista. Queremos ser o primeiro país do mundo livre de tabaco. E isso depende de nós”, afirmou Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, durante o lançamento do relatório.
Outra medida bem-sucedida é a oferta de um serviço telefônico nacional para tirar dúvidas desde 2001. O Disque Saúde (136), como é chamado, ajuda a população a entender o problema e o número para contato deve estar obrigatoriamente estampado no rótulo frontal de todos os maços de cigarros.

O fumo passivo também é uma preocupação do governo brasileiro. Para proteger a população contra a fumaça do tabaco, a legislação antifumo foi aperfeiçoada ao longo dos anos. Essa medida levou o Brasil a se tornar o primeiro país com uma população acima de 100 milhões 100% livre de fumo. A Lei 12.546/2011, que proíbe o ato de fumar em locais fechados (públicos e privados), ainda impede a possibilidade da existência de fumódromos.

Outros pontos de controle do governo diz respeito a necessidade de advertências sobre os perigos do tabaco. As embalagens de cigarro, por exemplo, precisam conter mensagens mais impactantes. Por determinação de lei federal, as imagens de alerta devem ocupar 30% da parte frontal da embalagem e em 100% da parte de trás.

A publicidade também foi afetada. Em 2000, a legislação brasileira proibiu nos meios de comunicação de massa, como TV, rádio, revistas, jornais e outdoors. O patrocínio de marcas de cigarro foi vetado em eventos culturais e esportivos, além da proibição total de pontos de venda.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.