Editorial

Desperdício, apesar da escassez

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Um vazamento na rede de abastecimento da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema), que por vários dias atormentou a vida de moradores da Rua da Cerâmica, no bairro João Paulo, alertou para uma situação recorrente em São Luís: o desperdício de água tratada. O problema ganha contornos absurdos quando se sabe que a maioria dos bairros da capital recebe água em dias alternados, obedecendo ao sistema de rodízio estabelecido pela companhia há, pelo menos, duas décadas.

Além do desperdício causado pela fissura na tubulação, os populares amargaram um segundo transtorno: a inundação do trecho, que comprometeu a mobilidade, a acessibilidade e expôs a comunidade ao risco de acidentes, pois a Rua da Cerâmica é uma via com fluxo permanente de tráfego e está incluída no itinerário de algumas linhas de ônibus que servem ao João Paulo e adjacências. Por causa dos múltiplos incômodos, moradores entraram em contato com a Caema, via telefone, para cobrar providência, mas não obtiveram resposta imediata.

Trata-se de uma situação inadmissível para uma metrópole como São Luís, onde a população paga uma tarifa elevada pelos serviços da Caema, embora o abastecimento não atenda plenamente as necessidades dos cidadãos/clientes, que nesse e em tantos outros casos convivem com frequência com a falta d’água e, muitas vezes, são obrigados a caminhar longas distâncias em busca do líquido precioso. Em situações extremas, chegam a contratar carros-pipas, arcando com uma despesa extra, uma vez que as faturas mensais são emitidas religiosamente pela companhia para fins de cobrança.

Casos de desperdício de água, como o ocorrido na Rua da Cerâmica, foram registrados em outras áreas da cidade, como Outeiro da Cruz, a poucos metros da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e na Rua Paulo Frontim, entre o Monte Castelo e o Retiro Natal. Em ambas as localidades, populares externaram sua indignação, pois trata-se de áreas quem apesar de serem mal abastecidas, registram sucessivas perdas, ocasionadas por vazamentos e outros problemas na rede.

Críticas à parte, é preciso reconhecer os esforços da Caema, sobretudo na atual gestão, para atender as solicitações dos cidadãos prejudicados por alguma falha – própria ou provocada por terceiros - no sistema de abastecimento. No caso da Rua da Cerâmica, uma equipe técnica foi acionada, em pleno fim de semana, para consertar o vazamento após sucessivos pedidos da comunidade. O reparo não foi feito com a agilidade esperada, mas a mobilização de operários e máquinas, mesmo que tardia, demonstra que os chamados da população não são ignorados, em hipótese alguma.

E quando o apelo popular, por si só, não funciona, a imprensa exerce papel fundamental para o atendimento das demandas. Isso porque é comum aos cidadãos recorrerem aos meios de comunicação em busca de apoio em questões diversas, com margem elevada de êxito.

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