Policiamento

Lojistas cobram segurança para o Centro Histórico

Comerciantes estão reclamando dos constantes arrombamentos dos pontos comerciais, principalmente durante a madrugada, e afirmam que videomonitoramento não está funcionando

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

[e-s001]Comerciantes cobram, da cúpula da Polícia Militar do Maranhão (PMMA), segurança para a área do Centro Histórico de São Luís e uma central de monitoramento e vigilância em funcionamento 24 horas para evitar as empreitadas criminosas. Na noite da última segunda-feira (19), eles se reuniram com o comandante do Batalhão de Turismo da Polícia Militar (BPTur), coronel José Honório, e discutiram a ausência de policiamento ostensivo, principalmente no período da madrugada, naquela área. Na semana passada, O Estado publicou uma reportagem que tinha como foco os constantes arrombamentos aos pontos comerciais naquela área.

A reunião aconteceu na loja Star Discos, localizada na Rua Portugal, que foi alvo de criminosos, no último dia 7. O proprietário, Biné Barros, o Biné Roots, contou que os bandidos conseguiram arrombar os cadeados da porta da frente da loja e fizeram “um raspa” no local. O prejuízo foi em torno de R$ 5 mil.

Ele ainda disse que a polícia precisa estar presente na região, inclusive no decorrer do período da noite e madrugada, por ser o horário em que o movimento das pessoas é menos intenso. “A polícia precisa estar presente 24 horas na área. Os arrombamentos estão sendo constantes, e quando chegamos, pela manhã, temos a notícia de mais um caso de assalto a pontos comerciais do Centro Histórico”, desabafou Biné Roots.

A conselheira de Segurança do Centro e São Francisco, Gerlândia França, ressaltou que na semana passada os comerciantes enviaram um ofício ao comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ismael Fonseca, pedindo que fosse resolvida a questão dos arrombamentos constantes aos estabelecimentos comerciais do Centro Histórico e exigindo um encontro entre os lojistas e os representantes do alto comandado da Polícia Militar.

Medidas
O coronel José Honório informou que o comandante da PMMA determinou a sua ida a esse encontro com os comerciantes do Centro Histórico e ressaltou que deveria também ter a participação de representante da Polícia Civil, pois afirmou que a Polícia Militar realiza o policiamento ostensivo, enquanto a Civil tem a missão investigativa.

Ele disse que nos últimos meses houve aumento de policiamento e viaturas circulando pela área. Ainda informou que, no momento, a Polícia Militar não está mais trabalhando com o serviço velado, em que os militares trabalhavam à paisana e, na maioria das vezes, resultava na prisão de criminosos.

[e-s001]Ainda segundo o coronel, os lojistas devem juntar forças com a polícia para combater a criminalidade naquela região. Uma das medidas é a utilização de segurança eletrônica e a instalação de câmeras de vigilância. “Uma loja tendo alarme já facilita o trabalho da polícia e até mesmo a chegada imediata dos militares”, explicou o coronel.

Ele também esclareceu que o sistema de videomonitoramento que existe no Centro Histórico é de responsabilidade da Prefeitura, mas o projeto Nosso Centro, lançado pelo governo no mês de julho deste ano, solicitou câmeras para esta área da capital, que será monitorada pelo Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops). O projeto também contempla a ampliação do sistema de patrulha por bicicletas e motocicletas e a implantação e realocação de postos de segurança.

Pedidos
“Não sabemos quando e quem será a próxima vítima dos arrombadores”, desabafou o presidente de Segurança do Centro Histórico, Ivan Madeira. Ele disse que no começo deste ano os assaltantes fizeram um arrastão na sede da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina e o prejuízo superou os R$ 10 mil.

Ivan Madeira também afirmou que os lojistas querem policiamento 24 horas, pois, no momento, a polícia circula na área até a meia-noite e a presença de guardas municipais fazendo rondas. Além disso, um sistema de monitoramento de câmera funcionando e os comerciantes tenham acesso a esse material de vídeo. “As câmeras do Centro Histórico não funcionam, e os assaltantes estão fazendo a festa na região”, declarou.

O Estado entrou em contato com a Prefeitura para saber informações sobre o funcionamento das câmeras, mas até o período da tarde de ontem não tinha obtido resposta.

Arrombamentos
No encontro entre os lojistas do Centro Histórico e a Polícia Militar, a comerciante Aradiane Cruz, de 46 anos, disse que na semana passada o seu boxe, localizado no Mercado das Tulhas, foi furtado. Os criminosos arrombaram a porta central da feira e, logo após, serraram os cadeados do congelador em que havia dois sacos grandes de camarão.

Ela declarou que os feirantes se reuniram e reforçaram a tranca dos portões do mercado para evitar novos furtos. “Os comerciantes se juntaram para pagar o trabalho de reforço das trancas dos portões da feira”, contou a feirante.
Maria Diniz, de 39 anos, relatou que os assaltantes agem durante a madrugada e utilizam pé de cabra para arrombarem as portas e os cadeados. Muitos desses acusados são os usuários de drogas que circulam pela área no decorrer do dia com o propósito de observar o movimento das lojas e, em seguida, realizarem as suas empreitadas criminosas. “Eles assaltam e passam alguns dias sem andarem na área”, comentou.

Segurança
O policiamento ostensivo do Centro Histórico é feito pelo Batalhão de Turismo da Polícia Militar (BPTur). No momento, a segurança local conta com cerca de 30 homens da Polícia Militar, que atuam em viaturas ou motocicletas, e realizam abordagem a pedestres e veículos em situação suspeita.

O BPTur frisa que, em virtude dos eventos realizados nas praças, a segurança recebe o reforço de mais 40 PMs. Além disso, por questões estratégicas, em março deste ano foi inaugurado um Posto Fixo da PM dentro do Terminal da Praia Grande para garantir maior segurança na área.

O trabalho de policiamento também é realizado pelos integrantes do 9° Batalhão da Polícia Militar (9° BPM) e Batalhão Tiradentes. Os policiais realizam a segurança em toda a área comercial do Centro. A PM conta com uma viatura para o atendimento de eventuais ocorrências na Rua Grande e informa que retomou a Operação Centro Seguro, que tem como um dos objetivos realizar rondas no horário de 0h até 6h, com o intuito de reduzir arrombamentos durante os finais de semana (sextas, sábados e domingos).

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