Mostra

Arte no caos

Exposição "Inventário do Caos" reúne objetos colecionados ao longo do tempo pelo artista plástico Filipi Espindola que dá outros significados às peças

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Um dos trabalhos em cartaz na mostra "Inventário do Caos"
Um dos trabalhos em cartaz na mostra "Inventário do Caos" (Inventário do caos)

São Luís - Com a exposição “Inventário do Caos”, o artista plástico Filipe Espindola, apresenta um universo de fragmentos históricos e ficcionais, coisas colecionadas e selecionadas que viram arte em suas mãos. A mostra, em cartaz na Galeria Trapiche Santo Ângelo (Praia Grande), equipamento de cultura da Prefeitura de São Luís, fica aberta para visitação até o dia 13 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 14h às 19h. A entrada é gratuita.

As obras trazem uma mistura de ossos, exoesqueletos de insetos, pequenas garrafas de bebida, folhas secas, folhetos de viagem, mapas, carcaças, restos, objetos catados e colecionados durante anos, peças avulsas de um jogo de xadrez, anúncios de orelhão, miniaturas, fotografias, memórias. São um universo de pequenas obsessões pela catalogação de objetos, composição de formas, texturas e volumes.

“Inventário do Caos” é um discurso autobiográfico, porém sempre atravessado pela história de povos originários, populações LGBTIQ+, sexualidade, gênero que estão presentes seja pelo lugar de destaque nas obras, seja pelo tom de denúncia de alguns trabalhos nos quais Filipe Espindola apresenta uma linguagem cifrada em colagens e assemblagens, seus principais meios de criação.

Para dar forma a tudo isto, o artista reúne, numa mesma composição, coisas desimportantes das ruas das cidades por onde transita; objetos colecionados ao longo de décadas que denunciam os modos de operar das indústrias e da sociedade espetacular (maços de cigarro, caixinhas de fósforo, selos, moedas, cartões telefônicos); objetos orgânicos passíveis de deterioração com o tempo como ossos, galhos, folhas; objetos de valor afetivo; objetos utilizados por seus avós, ou pelos avós de alguém desconhecido; fotografias próprias; entre outros.

O corpo aparece de forma enfática, uma vez que Espindola trabalha com modificação corporal há cerca de 25 anos atuando como perfurador (piercer) e tatuador. Está também no campo da performance, linguagem que investiga desde os anos 1990, iniciando-se com mestres como Schinke e Renato Cohen, e firmando parcerias com artistas como Ron Athey, coletivo transnacional La Pocha Nostra e SaraElton Panamby. Para organizar uma perspectiva de historicidade, o artista persegue também as coisas em sua decomposição e a morte aparece como um tema recorrente.

Trajetória

Espindola é paulista, mas reside há dois anos em São Luís. A mostra traz uma perspectiva de expor um recorte de sua trajetória como artista plástico, com destaque para as assemblages e colagens bidimensionais (dos anos 1990 até hoje), mas também apresenta cerâmicas, desenhos, livros de artista, esculturas e resíduos de performances, obras produzidas desde sua graduação em Artes Plásticas na Unicamp bem como no período em que gerenciou o ateliê de modificação corporal Studio Nômade (1999 a 2010). Figuram também alguns detalhes de coleções, uma parte importante de suas referências e modos de criar.

"A Galeria tem a ressalva de convidar artistas a partir da vivência com a cidade e o que percebemos nela, além da relevância das obras. O trabalho de Filipe Espindola é muito meticuloso, rico em detalhes. É um artista que expressa muito bem a sua leitura de mundo, potencializando isso em suas criações. Trazer ele para este equipamento público é um ganho para toda cidade, pois nos leva a apreciar a arte e dialogar com os contextos políticos nos quais se encontram", destacou a diretora da Galeria Trapiche, Camila Grimaldi.

Serviço

O quê

Exposição “Inventário do Caos”

Quando

Até o dia 13 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 14h às 19h

Onde

Galeria Trapiche Santo Ângelo – Praia Grande

Entrada gratuita

Exposição Inventário do Caos

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