COLUNA

Introspecção

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23

Desde o fim das eleições de 2018 que a disputa presidencial de 2022 ganhou espaço nos movimentos políticos do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). As críticas ácidas e constantes ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), a defesa ao legado do PT e do ex-presidente Lula e ainda uma campanha maciça de divulgação de ações do governo maranhense foram - até semana passada - as estratégias do comunista para construir um caminho rumo ao Palácio do Planalto.
No entanto, acontecimentos no Maranhão relacionados a desapropriação da área do Cajueiro levaram o governador a se voltar exclusivamente - pelo menos nas redes sociais - para seu mandato. Sem críticas ao presidente e sem defesa de Lula.
Nem a entrevista que o ex-presidente petista concedeu ao jornalista Bob Fernandes considerando Flávio Dino como uma das opções da esquerda para 2022 levou o comunista a sair de sua “introspecção no seu governo”. Não teve, nas redes sociais, postagens para comemorar, comentar ou pelo menos reproduzir a entrevista concedida por Lula ao jornalista Bob Fernandes.
Nem Dino e nem seus aliados entraram na questão dita por Lula. Uma estratégia clara para, neste momento ruim da gestão estadual, não levar os holofotes ao comunista, que agora está mais governador e nem pré-candidato a Presidência da República.

Sendo governador
O fim de semana do governador Flávio Dino nas redes sociais teve somente postagens sobre os Jogos Escolares Maranhenses (Jems) com direito a vídeo do comunista lutando judô.
Anúncios de inaugurações também tiveram fotos com cumprimento de agenda em São Luís e no interior do estado.
O máximo que Dino postou que pudesse se relacionar com questões nacionais foi sobre o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal.

Filiação
A filiação do ex-prefeito de São Luís, Tadeu Palácio, ao PSL neste fim de semana deixou o cenário político atento a mais uma possível candidatura à Prefeitura de São Luís.
No entanto, o próprio Palácio deixou claro que não estava se filiando ao PSL com a intenção de disputar o mandato de prefeito de novo.
Segundo ele, sua decisão de voltar a um partido político se relaciona com a vontade que ele tem de que o governo Bolsonaro dê certo e o Brasil se desenvolva.

Sem definição
Mas por ser ex-prefeito, Tadeu Palácio acaba sendo visto como um nome para entrar na disputa, até mesmo porque o PSL já disse que vai ter candidato próprio em São Luís.
E além de Palácio - se chegar a ser pré-candidato a prefeito - o partido tem ainda o suplente de deputado federal, apóstolo Sílvio Antônio, e o juiz federal Roberto Veloso, que foi convidado a entrar na legenda quando deixar a magistratura.
De fato, segundo o presidente estadual da sigla, vereador Chico Carvalho, ainda não há um caminho definido do PSL em São Luís. Por enquanto, somente em São Pedro dos Crentes que o partido terá a candidatura à reeleição do prefeito Lahésio Rodrigues.

Resistência
Outra reação à filiação de Tadeu Palácio se deu por parte dos membros do movimento de direita. Foram feitas críticas a Palácio por ele ter sido do PDT, partido pelo qual ele foi prefeito da capital.
Segundo os direitistas, o PSL não deveria abrir as portas para um ex-membro de partido de esquerda.
Vale lembrar que Tadeu Palácio deixou o PDT há mais de 10 anos e já passou pelo então PMDB (hoje MDB) e pelo PR (agora PL), partido pelo qual ele disputou as eleições de 2012 em São Luís.

Sem lição de casa
A senadora Eliziane Gama (Cidadania) diz que cobrará explicações do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, sobre eventuais cortes de bolsas do CNPq.
No entanto, a senadora esquece de cobrar de seu próprio aliado no Maranhão investimentos maiores em pesquisa.
O governo estadual investiu pouco mais de R$ 60 mil no Fundo de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico nos oito meses de 2019.

Contradição
Enquanto as críticas a atuação da Polícia Militar na comunidade Cajueiro e em frente ao Palácio dos Leões ainda ecoam contra o governo estadual, o secretário Francisco Gonçalves, de Direitos Humanos, divulga evento de sua pasta com debate sobre autoritarismo.
Uma contradição, no mínimo.
Os diálogos insurgentes da Secretaria Estadual de Direitos Humanos deste mês será com o jornalista Mário Magalhães que ministrará palestra sobre autoritarismo, mas não o do Maranhão.

DE OLHO

R$ 62 mil é o valor gasto até agora, em 2019, pelo governo estadual com o Fundo de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fapema).

E MAIS

• O presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Osmar Filho (PDT), firmou mais uma parceria institucional com os Correios para lançar um selo alusivo aos 400 anos da Casa.

• Mesmo sendo o PSDB, o vereador Estevão Aragão se reuniu com o deputado federal Eduardo Braide, pré-candidato a Prefeitura de São Luís.

• O deputado Adriano Sarney (PV) enquadrou o colega de parlamento, Duarte Júnior (PCdoB). O comunista debochou de uma medalha ao cantor Bruno Shinoda proposta por Adriano, que lembrou a Duarte que ele votou a favor da medalha ao cantor.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.