Táxi-lotação

Táxis-lotação tentam se adequar à nova realidade do Centro de SL

Após as obras de requalificação do Complexo Deodoro, os carrinhos, como são popularmente conhecidos, já mudaram várias vezes seus pontos de embarque e desembarque; ultimamente, estão baseados no Apicum

Ismael Araújo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Cooperados atuam padronizados e permanecem em pontos-base até serem solicitados para embarque
Cooperados atuam padronizados e permanecem em pontos-base até serem solicitados para embarque (carrinho)

Após a finalização das obras de requalificação do Complexo Deodoro, localizada no centro de São Luís, os táxis-lotação, também conhecidos como carrinhos, tentam se adequar à nova realidade dessa localidade. Uma delas é a definição dos pontos para servirem de embarque e desembarque de passageiros. No momento, existem mais de 600 condutores que desenvolvem esse tipo de trabalho no transporte alternativo, de forma diária, somente nessa região da capital.

O vice-presidente da Cooperativa de Táxi e Transporte da Área Itaqui-Bacanga (Coopettaib), Reginaldo Lima, informou que, com o início das obras de requalificação da Deodoro, em dezembro de 2017, a rotina das pessoas que trabalhavam na área teve de ser modificada. Os pontos-base dos carrinhos mudaram várias vezes, para que não atrapalhassem o trânsito na área e, ao mesmo tempo, não perderem sua clientela.

Ele ressaltou que, primeiramente, o ponto-base dos carrinhos ficava situado nas proximidades da Biblioteca Pública Benedito Leite. Em seguida, foi transferido para a Rua do Outeiro, próximo ao antigo Colégio Marista, e ainda chegaram a se mudar para as proximidades do Parque do Bom Menino. No momento, o ponto de apoio está sendo na Rua Frei Querubim, no bairro Apicum, tendo como local de embarque e desembarque em frente ao antigo supermercado do Hiper Bom Preço e próximo ao banco Itaú da Rua da Paz, no Centro.

Sob controle
Reginaldo Lima informou que os carrinhos ficam estacionados no ponto de apoio, no Apicum. Segundo a solicitação, se deslocam para o local de embarque e desembarque. “O veículo somente deixa o ponto de apoio após a solicitação feita pelo nosso cooperado, via rádio”, explicou o vice-presidente da Coopettaib.

Ele também declarou que, em frente ao prédio do antigo Hiper Bom Preço existem quatro baias e duas nas proximidades do Itaú, nas quais os carrinhos ficam parados em um intervalo de cinco minutos. Lá, é realizado o embarque e desembarque. Também há a presença, na maioria das vezes, de agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), controlando o trânsito nessa via.

Ainda segundo Reginaldo Lima, no momento, há mais de 500 cooperados, que atuam padronizados, com uniformes, mas existem os “corredores aleatórios”. Estes condutores não estão cadastrados e não possuem pontos de base na área central da cidade.

Um dos cooperados, Fábio Vilas Boas, disse que, no momento, ainda há a luta pela legalização da categoria e está no aguardo da Prefeitura. “Toda a documentação já foi entregue para a Prefeitura e falam que está sendo analisada. Essa luta é antiga, pois queremos circular de forma legal na cidade”, afirmou o cooperado.

Clientela
O outro cooperado, Ocy Ferreira, frisou que essa é uma forma de levar o sustento para casa e a população procura muito pelo serviço. “Estou aqui lutando para levar a comida para a minha família e desejo que esse trabalho venha logo a ser legalizado”, disse.

A estudante Darlene Gomes, de 20 anos, moradora do Anjo da Guarda, paga R$ 2,50 para ir ao seu bairro em um carrinho, enquanto no coletivo pagaria um valor maior para fazer o deslocamento do Centro para a sua residência. A funcionária pública Denize Martins, de 45 anos, disse que também utiliza diariamente o carrinho por ser um meio de transporte mais rápido. “Moro no Alto da Esperança, e o coletivo da área demora muito a passar. Então, prefiro o carrinho para fazer a minha locomoção”, explicou.

Fiscalização
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informou ontem, por meio de nota, que realiza, rotineiramente, fiscalização do transporte irregular de passageiros na capital maranhense, em vários pontos da cidade, incluindo a área citada na reportagem, o que já resultou na autuação e apreensão de vários veículos. A SMTT comunica ainda que as fiscalizações são feitas diariamente em regiões específicas de São Luís.

FIQUE SABENDO

A prática do táxi-lotação é considerada ilegal pela Lei nº 3.375, de dezembro de 1998, Código Tributário do Município. Teoricamente, quem for pego realizando o serviço está sujeito à multa de R$ 2.042,00, além de estar passível de pena de detenção. Por isso, as cooperativas não podem explorar o serviço de transporte alternativo na capital, pois não há legislação específica para o setor. A liberação para a prestação do serviço só ocorreria por meio de lei municipal, criada pela Câmara de Vereadores de São Luís. Em São Luís, o serviço público de transporte coletivo urbano é regulamentado pela Lei nº 3.430/96, que não prevê o transporte alternativo urbano.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.