Vida Educação

Como docentes devem lidar com estudantes em depressão

Durante a fase de tratamento, é necessário que haja acolhimento, tanto da família como da escola; o bullying é outro fator que deve ser acompanhado nas escolas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Quando o assunto é depressão,  toda atenção é pouca e se deve observar os primeiros sintomas no dia a dia na escola e na casa da criança
Quando o assunto é depressão, toda atenção é pouca e se deve observar os primeiros sintomas no dia a dia na escola e na casa da criança (Depressão)

Profissionais no exercício de educar podem se deparar com sintomas de depressão nas crianças e jovens dentro da sala de aula. Por essa razão, a psicopedagoga Regina Lima diz que toda atenção é pouca e que se deve observar os primeiros sintomas no dia a dia. O bullying é outro fator que merece atenção no ambiente escolar.

“Sabemos que o nosso corpo é bem inteligente e dá sinais; grita quando algo não vai bem. Algumas reações como o chamar atenção em excesso ou agir de forma distanciada de seus pares, isolando-se constantemente, assim como a falta de apetite, o sono constante, o desinteresse de algo que até então era importante e a irritação são alguns pressupostos observáveis”, explica Regina Lima.

A especialista, no entanto, lembra que o espaço escolar não tem a função do tratamento terapêutico. “Pode e deve, sim, lidar com as emoções dos alunos, mas o cuidar da saúde emocional compete somente ao profissional habilitado para essa função. O encaminhamento médico deve ser realizado para a identificação da doença, se houver, e para o tratamento da patologia”, destaca a psicopedagoga.

Tratamento
Regina Lima ressalta que durante a fase de tratamento é necessário que haja acolhimento, tanto da família como da escola, desde a observação dos primeiros sintomas de fragilidade. “Os aspectos para o desenvolvimento emocional e a sua relação com a aprendizagem devem se dar de forma tranquila e ajustada com a preocupação familiar e escolar no favorecimento da qualidade de vida da criança”, observa a psicopedagoga.

Bullying
A conscientização é melhor ferramenta dos educadores para combater o bullying no ambiente educacional. Segundo ela, é necessário realizar iniciativas que melhorem a troca de informações e a reflexão sobre o assunto.

“Palestras, materiais de divulgação e atividades que visam estimular a cooperação e a proximidade entre os alunos e educadores podem ajudar na prevenção do bullying. O mais importante é que tanto os alunos quanto a família e toda a equipe escolar precisam estar esclarecidos em relação ao assunto, sabendo da sua seriedade e consequências”, afirma Regina Lima.

A especialista diz que dentro do possível, os professores devem registrar a caracterização do problema, quais as consequências relacionadas anterior e posteriormente às reincidências dos comportamentos violentos, intencionais e repetitivos. “A agressão por vezes não é só moral, mas física também. Devem-se ouvir as partes envolvidas para que se tenha uma real observação das ocorrências. O suporte social e o apoio psicológico são imprescindíveis na intervenção”, relata a psicopedagoga.

Aspectos de intervenção
Regina Lima pondera que o apoio afetivo é fundamental. No entanto, saber ouvir a criança ou o grupo e encorajá-los a construir seus próprios valores morais são a tônica para um bom desfecho. “Os pais devem abster-se de usar recompensas para que consigam o que é desejado no processo educativo. Deve, sim, encorajar a criança a construir seus próprios valores morais. Só assim, ela não terá medo de ser repreendida e fará a reparação de sua atitude”, propõe a especialista.

Por fim, Regina Lima alerta que a escola, como a família, tem por obrigação demonstrar à criança ou ao jovem o quanto é importante para ele o reconhecimento do "limite”, e quando este não está sendo respeitado. “O bullying sempre traz resultados negativos para todos”, observa a psicopedagoga.

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