Alerta

Colesterol alto afeta crianças: é a dislipidemia na infância

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia realiza a Semana Nacional de Combate ao Colesterol e alerta sobre a necessidade de teste de dosagem durante os primeiros anos de vida

Ismael Araújo / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
No ambulatório do HU-UFMA, as pessoas são orientadas sobre a necessidade de fazer o teste de colesterol
No ambulatório do HU-UFMA, as pessoas são orientadas sobre a necessidade de fazer o teste de colesterol (Colesterol)

O colesterol alto também afeta as crianças e, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, representa uma ameaça à saúde por estar associado ao maior risco de infarto e acidente vascular cerebral no futuro próximo. Em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Colesterol, 8 de agosto, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) realizou em todo o país, desde a última quinta-feira, se estendendo até este sábado, 10, a Semana Nacional de Combate ao Colesterol, e teve como tema central “Colesterol no alvo: proteja o coração dos seus filhos”.

No Maranhão, o evento teve co­mo base a sede do ambulatório de endocrinologia do Hospital Dutra, no Centro. A enfermeira Vivian Brito, uma das organizadoras da campanha ressaltou que este ano a SBEM trouxe o colesterol na infância para ser evidenciado. A dislipidemia, que é o colesterol alto, pode ser detectado ainda na infância e, com tratamento adequa­do, pode evitar o infarto do coração entre os 40 e 50 anos.

Ela informou que, durante a campanha, os pacientes que compareceram ao ambulatório de endocrinologia do HU-UFMA tiveram informações sobre essa doen­ça como também receberam material informativo e responderam um questionário em que havia perguntas relativas a vida dos filhos, inclusive, a realização de exames para diagnosticar a dislipidemia ou hipercolesterolemia familiar.

Silas Brasil, de 33 anos, disse que a sua filha, Sofia Brasil, de 5 anos, ao fazer exames laboratoriais, também fez o teste de dosagem de colesterol. “Ela foi fazer exame de sangue, então, aproveitei e pedi para ser feito o de colesterol, mas não foi constatada nenhuma anormalidade”, declarou o pai de Sofia.

Mais atividades
Vivian Brito informou que na quin­ta-feira, 8, e sexta-feira, 9, as atividades da campanha ficaram concentradas no hospital, mas neste sábado, 10, ocorrem na área externa no Shopping da Ilha, no Maranhão Novo. Neste local, a equipe do setor de Endocrinologia do HU-UFMA distribuirá material informativo e alertará o público sobre essa mazela, que está atingindo as crianças.

Ela ainda ressaltou que no HU-UFMA há um ambulatório específico para o tratamento de pessoas com dislipidemia. Esse trabalho é feito às quintas-feiras, com cerca de 12 atendimentos. “No decorrer do ano, mais de 50 pessoas já foram atendidas no Dutra”, afirmou a enfermeira.

A DOENÇA

A hipercolesterolemia familiar é uma doença caracterizada por altos níveis de colesterol logo na infância. Existem duas formas do problema. Estima-se que a versão heterozigótica, mais leve, afeta uma em cada 200 a 500 crianças. Em geral, os níveis de colesterol no sangue ficam em torno de 350 e 550 mg/dl. Isso provavelmente pode resultar doença cardiovascular antes dos 50 anos se não tratados adequadamente. A segunda versão é a forma homozigótica. Ela é uma doença mais rara e grave. De acordo com a SBEM, ocorre um caso a cada 1 milhão de indivíduos, podendo acontecer na proporção de um para 30 mil em determinadas populações. Os valores de colesterol total, nesse caso, podem ultrapassar 1 000 mg/dl – só o LDL (o colesterol “ruim”) chega a superar 500 mg/dl. Ainda segundo a SBEM, esses indivíduos, se não controlados precocemente, apresentarão doença cardiovascular antes até dos 20 anos de idade. Além do risco às artérias, esse grupo pode sofrer com xantomas, lesões de pele originárias do excesso de gordura circulante. A SBEM sugere que a primeira dosagem de colesterol na infância seja feita em toda a criança entre 9 e 11 anos. Elas deveriam passar por uma triagem para a HF. Enquanto em crianças com obesidade, diabetes, problemas renais ou autoimunes, assim como naquelas com histórico familiar de doença cardiovascular precoce (antes dos 50 anos), se recomenda que os exames de colesterol sejam feitos a partir dos 2 anos de idade. O tratamento inicial se baseia em mudanças de estilo de vida, como aumento da prática de atividade física, adequação da dieta (pobre em gorduras e rica em fibras) e controle do peso. Se essas medidas não surtirem efeito, deve ser iniciado o tratamento com remédios. O objetivo é manter o LDL-colesterol, mais perigoso aos vasos, abaixo de 130 mg/dl.

SERVIÇO

O que: Semana Nacional de Combate ao Colesterol
Quando: Sábado (10)
Atividades: Orientações educativas e distribuição de folders
Local: Shopping da Ilha, no Maranhão Novo

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