Safra

Safra de grãos do estado será 11,1% menor, segundo Conab

De acordo com levantamento do órgão, queda na produção de grãos no estado é refletida pelo forte impacto da redução na área plantada, que saiu de 1,818 milhão de hectares para 1,572 milhão de hectares, recuo de 13,5%

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Arroz: no passado, foi uma das principais culturas produzidas no Maranhão
Arroz: no passado, foi uma das principais culturas produzidas no Maranhão

Com exceção do algodão, as lavouras de soja, milho, feijão e arroz registram queda na produção na safra 2018/2019 de grãos no Maranhão, conforme constatado nos dados do 11º levantamento da safra, divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Desse modo, o estado deve colher 4,963 milhões de toneladas de grãos, volume 11,1 % menor que o verificado na safra anterior (5,585 milhões de toneladas).

Ainda que de um modo geral tenha havido aumento de 2,8% na produtividade da lavoura, não foi suficiente para evitar a queda na produção de grãos no estado, refletida pelo impacto da redução da área plantada, que saiu de 1,818 milhão de hectares para 1,572 milhão de hectares, recuo de 13,5%.

O arroz que no passado foi uma das principais culturas produzidas no Maranhão está em declínio a cada ano - hoje é somente o sexto produtor nacional, já tendo chegado a segundo em outras épocas. Na atual safra, devem ser colhidas apenas 130,3 mil toneladas, ante as 320,9 mil toneladas colhidas na safra 2017/2018, o que representa uma queda de 59,4%.

O levantamento da Conab mostra que o principal fator está no recuo de 49,4% da área plantada de arroz no estado. Ou seja, nesta safra foram plantados apenas 84,4 mil hectares, enquanto na safra passada chegou-se a plantar 166,7 mil hectares. A produtividade também não colaborou, registrando queda de 19,8%.

O feijão, que é um dos principais alimentos na mesa dos maranhenses, também decepciona quando verifica o volume da produção. Na atual safra, não passará de 29 mil toneladas, o que corresponde a uma redução de 50,2% em relação â safra anterior, quando se colheu 58,2 mil toneladas. Mais uma vez a resposta para o mau desempenho na lavoura está na área plantada de feijão, que recuou 47,9%.

Menor escala

Embora em menor escala, o milho também apresenta resultado negativo na atual safra maranhense de grãos. Segundo a Conab, o estado deve colher 1,792 milhão de toneladas, ante 1,814 milhão de toneladas da safra anterior, queda de 4,9%. Embora a cultura tenha registrado aumento de 12% na produtividade, a área plantada recuou 15%, totalizando 410,8 mil hectares cultivados.

A soja seguiu praticamente o mesmo patamar de queda do milho. A estimativa é de se colher 2,917 milhões de toneladas da oleaginosa, redução de 1,9% em comparação à safra passada, quando a produção chegou a 2,973 milhões de toneladas. Ainda que tenha havido um aumento de 4,3% na área plantada de soja, não foi o suficiente para compensar a perda na produtividade da lavoura (kg/hectare), que chegou a 5,9%.

A única cultura que tem bom desempenho no estado é o algodão em caroço, cuja produção deve chegar 114,5 mil toneladas nesta safra, aumento de 31,2%. Isso se deve ao incremento de 5,7% na produtividade e ao crescimento de 24,2% na área plantada, saindo de 22,3 mil hectares para 27,7 mil hectares.

Números

4,963

Milhões de toneladas é a estimativa da produção de grãos para o Maranhão nesta atual safra

1,572

Milhão de hectares é a área planta de grãos no estado do Maranhão, representando recuo de 13,5%

Conab confirma que Brasil terá produção recorde de grãos para este ano

Brasília

Os números atualizados da safra 2018/2019 de grãos, divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirmam a produção recorde para este ano. O país deverá colher 241,3 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 6% ou 13,7 milhões de toneladas se comparado à safra anterior. A área plantada está prevista em 63 milhões de hectares, com um aumento de 2% sobre o mesmo período.

A produção do milho primeira safra deve ficar em 26,2 milhões de toneladas, uma redução de 2,1% sobre a safra passada. A colheita encerrou-se na região Centro-Sul e segue ocorrendo nas regiões Norte e Nordeste. Quanto ao milho segunda safra, terá uma produção recorde de 73,1 milhões de toneladas, 35,6% a mais em relação à safra de 2017/18. A colheita foi intensificada e agora estende-se a 84% da área plantada. A soja sofreu uma redução de 3,5% na produção e atingiu 115,1 milhões de toneladas. As regiões Centro-Oeste e Sul representam mais de 78% dessa produção.

O feijão primeira safra, cuja colheita já foi encerrada, teve uma redução de 22,5% na produção e deve chegar a 996,4 mil toneladas. Isso foi causado principalmente pela diminuição de área e produtividade no Paraná, Minas Gerais e Bahia. O de segunda safra, onde a colheita está em fase final, teve um clima favorável que contribuiu para uma produção de 1,3 milhão de toneladas, 7,2% acima da obtida no período anterior. O feijão terceira safra também teve aumento de 20,5% e deve ter uma produção de 739,6 mil toneladas. O plantio foi finalizado em julho.

O país deverá colher também 4 milhões de algodão em caroço e 2,7 milhões de pluma, 34,2% a mais do que na safra anterior. Enquanto o trigo tem produção estimada em 5,4 milhões de toneladas, o arroz deve ficar em 10,4 milhões de toneladas, um recuo de 13,6%. O estudo aponta como causa as reduções de área do cereal ocorridas nos principais estados produtores.

Mais

Aumento

As culturas que tiveram aumento de área, em relação à safra passada, foram o milho segunda safra, com área total de 12,4 milhões de hectares, a soja com 35,9 milhões e algodão com 1,6 milhão de hectares. Em relação às culturas de inverno, para o trigo, estima-se uma área de 1,99 milhão de hectares, 2,6% menor que em 2018. As demais culturas (aveia, canola, centeio, cevada e triticale) apresentam incrementos na área de plantio, passando de 546,5 mil hectares, na safra anterior, para 552,2 mil hectares na safra atual. De acordo com o levantamento, as geadas ocorridas no início de julho, sobretudo no Paraná, demandam maior monitoramento das lavouras.

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