Obras paradas

Interdição de área na rodoviária causa prejuízos financeiros a comerciantes

Sem clientes transitando pelo trecho interditado para reparos, um dos comerciantes, Raimundo Nonato Piske, teve de fechar o estabelecimento comercial, que empregava três funcionários

Nelson Melo / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Comerciantes sofrem com espaços interditados há três meses, no Terminal Rodoviário e São Luís
Comerciantes sofrem com espaços interditados há três meses, no Terminal Rodoviário e São Luís (rodoviária)

SÃO LUÍS - A interdição de uma área no Terminal Rodoviário de São Luís já perdura há quatro meses e os problemas decorrentes desta realidade apenas se acumulam, prejudicando passageiros, funcionários e pessoas que possuem empreendimentos no local. O comerciante Raimundo Nonato Piske, de 70 anos, é um dos afetados pelas obras, ainda não iniciadas na rodoviária. O restaurante dele, o primeiro construído no local, está fechado desde que os tapumes foram colocados por causa da reforma.

Há mais de três décadas no Terminal Rodoviário de São Luís, Raimundo Piske disse que, desde que o local foi interditado, simplesmente não houve condições para que o restaurante continuasse funcionando. Sem clientes transitando pelo trecho, a única alternativa foi fechar, temporariamente, o estabelecimento comercial. “Eu tenho três funcionários trabalhando comigo, e os prejuízos apenas se acumulam. Mas não posso fazer nada, porque a área está isolada para a reforma”, declarou o comerciante.

De acordo com ele, a situação está tão grave que, além do prejuízo financeiro, ainda tem de lidar com ameaças de fornecedores. Diante de tantos problemas enfrentados, o comerciante já está até cogitando passar o ponto, pois não há esperanças de que a reforma na rodoviária se inicie em breve. “É uma situação constrangedora. E pior que não recebo nenhuma indenização pelos danos sofridos em decorrência dessa interdição”, reclamou.

A fim de buscar soluções para o problema, Raimundo Piske procurou a Defensoria Pública do Estado (DPE). Indignado, ele pede que o Governo do Estado “olhe para a rodoviária”, uma vez que várias áreas do local estão sofrendo com essas obras paralisadas. Na avaliação do comerciante, a reforma foi mal programada. Enquanto o impasse continua no Terminal Rodoviário de São Luís, o mundo desaba sobre quem necessita do local para sobreviver.

Além dele, outros comerciantes estão sofrendo prejuízos financeiros, como Rosenira Lopes da Cruz, que também tem um restaurante no local. Com pouca movimentação na área interditada, a rentabilidade caiu bastante para ela e outros donos de negócios na rodoviária, entre chaveiros e cabeleireiros.

O problema da licitação
Além da questão da reforma, ainda há a licitação, que permanece paralisada desde o momento em que uma das empresas concorrentes entrou com recurso e conseguiu interrompeu o processo. A Associação dos Comerciantes, Prestadores de Serviços e Usuários do Terminal Rodoviário de São Luís (Rodoservice) está tentando agilizar o caso em reuniões com a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) e outros órgãos.

A empresa RMC Comércio e Serviços Ltda está administrando a rodoviária há 13 anos, embora seu prazo de permanência fosse de seis meses no início de sua gerência, segundo Rosenira Lopes da Cruz, presidente da Rodoservice. Proprietária de um restaurante no local, ela relatou que o Terminal Rodoviário de São Luís contém diversos problemas estruturais, da rede elétrica ao sistema hidráulico.

No cargo desde abril de 2017, a presidente da Rodoservice comentou que, há mais de três décadas, não há avanços no lugar e os transtornos só aumentam. O processo licitatório – que tem a RMC como uma das empresas na disputa -, está paralisado após recurso da Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico Ltda (Sinart), que ficou impedida de participar do processo administrativo depois de pendências em documentações.

Na semana passada, a Rodoservice se reuniu, novamente, com a MOB, que, durante o encontro, garantiu que até amanhã (7) a licitação seria resolvida definitivamente, como Rosenira Lopes pontuou.

O Estado solicitou um posicionamento do Governo do Estado acerca da interdição no Terminal Rodoviário e também sobre o processo licitatório, mas, até o fechamento desta edição, não recebeu resposta.

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