Apelo

Funcionários públicos protestam pela primeira vez em Hong Kong

Com máscaras pretas para esconder os rostos, eles se juntaram aos outros manifestantes; os organizadores da manifestação declararam que mais de 40.000 pessoas participaram do protesto

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Manifestação em Hong Kong em agosto foi a primeira que contou com a adesão de funcionários públicos
Manifestação em Hong Kong em agosto foi a primeira que contou com a adesão de funcionários públicos (Reuters)

HONG KONG - Milhares de funcionários públicos se reuniram na sexta-feira,2, à noite pelo horário local no centro de Hong Kong para expressar solidariedade com as manifestações que ocorrem atualmente na cidade. Eles fizeram um apelo para que as autoridades restabeleçam a confiança entre o governo e a população.

É a primeira vez que funcionários públicos participam de um protesto em Hong Kong. Usando máscaras pretas para esconder os rostos, eles se juntaram aos outros manifestantes reunidos no bairro empresarial da cidade.

Os organizadores da manifestação declararam que mais de 40.000 pessoas participaram do protesto. A polícia afirmou que eles eram 13.000 nas ruas. “Acredito que o governo deveria responder a nossas exigências mas, no lugar disso, ele usa a polícia como um escudo”, comentou Kathy Yip, funcionária de 26 anos.

Oito pessoas foram presas, de acordo com a polícia, incluindo Andy Chan, fundador do Partido Nacional de Hong Kong. Ele teria tido acesso a armas e ao material usado para confeccionar bombas artesanais. A fabricação e a detenção ilegais de explosivos são crimes que podem levar a 14 anos de prisão.

Cerca de cem manifestantes cercaram o posto de polícia onde Andy Chan foi detido, exigindo sua liberação. Hong Kong deve se tornar palco de uma onda de protestos nesse fim de semana e de um movimento de greve na segunda-feira (5), que pode afetar os transportes, as escolas e as empresas.

O movimento, que começou por causa de um projeto de lei de extradição para a China, se estendeu para outras reivindicações, como o aumento das liberdades democráticas ou a demissão da dirigente do executivo local, Carrie Lam.

Imparcialidade e militância

Em uma carta publicada no Facebook, um grupo anônimo de funcionários públicos pediu que Lam responda às exigências dos manifestantes: a retirada completa da lei de extradição, que permanece apenas suspensa, a anulação de penas contra manifestantes detidos, a criação de uma comissão investigativa independente e um pacote de reformas políticas. “A população está à beira do caos. Hong Kong sempre se comportou bem e usufruiu de um nível de liberdade. É uma pena assistir a essa extrema repressão”, dizem os autores do documento.

Na quinta-feira (1) à noite, o governo lembrou aos 180.000 funcionários públicos da cidade seu dever de “imparcialidade”. “Nessas horas difíceis, os empregados governamentais devem permanecer unidos e trabalhar juntos para manter os valores capitais do serviço públicos e não incomodar o funcionamento do governo”, declararam autoridades locais em um comunicado.

Os confrontos entre manifestantes e a polícia têm se tornado cada dia mais violentos. Os policiais foram criticados por usarem força desproporcional e por permitirem que grupos criminais ataquem os participantes dos protestos.

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