Saúde & Bem Estar

Mais brasileiros adotam hábitos saudáveis, mas obesidade cresce no país

São Luís foi a capital com menor índice de obesidade, conforme pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada pelo Ministério da Saúde.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
O brasileiro está mais obeso do que há 12 anos, mas tem melhores hábitos alimentares
O brasileiro está mais obeso do que há 12 anos, mas tem melhores hábitos alimentares (Obesidade)

São Paulo - Embora mais brasileiros tenham incorporado frutas e hortaliças na dieta e feito exercícios, os índices de obesidade seguem crescendo por aqui. Pelo menos, é o que indica a última Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), divulgada em julho, pelo Ministério da Saúde. Segundo o estudo, a taxa de obesidade no país passou de 11,8% para 19,8%, entre 2006 e 2018. É um aumento de 67,%. São Luís, tem o menor índice registrado pela pesquisa.

Para esse levantamento, foram ouvidas, por telefone, 52 395 pessoas maiores de 18 anos de idade, entre fevereiro e dezembro de 2018. A amostragem abrange as 26 capitais do país, mais o Distrito Federal.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, apesar do maior consumo de vegetais, o brasileiro compra muitos itens calóricos e sem tanto valor nutricional. “Temos ainda um aumento maior de obesidade porque ainda há consumo elevado de alimentos ultraprocessados, com alto teor de gordura e açúcar.”

O estudo mostra que, no período, a alta do índice de obesidade foi puxada eminentemente por duas faixas etárias: dos 25 aos 34 anos e dos 35 aos 44. Nesses grupos, o indicador subiu, respectivamente, 84,2% e 81,1% (ante 67,8% de aumento na população em geral, como mencionado antes).

Menor índice
A capital com o menor índice de obesidade foi São Luís do Maranhão: 15,7%. Na outra ponta, está Manaus (Amazonas), com 23%.

O ministério destacou que, ao contrário do padrão verificado até então, identificou-se um nível maior de obesidade entre as mulheres. A percentagem foi de 20,7% contra 18,7% dos homens.

A Vigitel também reúne dados sobre o excesso de peso (quando o índice de massa corporal ainda não chegou a obesidade, mas já ultrapassou o limite considerado saudável). Os pesquisadores concluíram que mais da metade da população brasileira (55,7%) se encontra nessa condição. É um crescimento de 30,8% acumulado ao longo dos 13 anos de análise. Em 2006, a proporção de brasileiros com sobrepeso era de 42,6%.

Nesse quesito, as mulheres apresentaram um aumento mais significativo do que os homens. O delas aumentou 40%, ao passo que o deles subiu 21,7%.

Mudança de hábitos
Apesar dos dados sobre obesidade, o número de entrevistados que relataram seguir hábitos mais saudáveis também aumentou. O consumo regular de frutas e hortaliças, por exemplo, passou de 20% para 23,1%, entre 2008 e 2018. É uma variação de 15,5%.

A recomendação é da ingestão de, no mínimo, cinco porções diárias de frutas e hortaliças, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Vigitel aponta que as mulheres têm se alimentado melhor, já que 27,2% delas mantêm a ingestão recomendada. Entre homens, a taxa é de 18,4% – no geral, fica em 23,1%.

Outro registro positivo diz respeito à prática de atividades físicas no tempo livre. A taxa subiu 25,7% na comparação de 2009 com 2018. O salto foi de 30,3% para 38,1%.

A dedicação a uma rotina de exercícios de ao menos 150 minutos semanais é mais comum entre homens (45,4%) do que em mulheres (31,8%). Adultos com idade entre 35 e 44 anos geraram o aumento mais expressivo na última década, de 40,6%.

Diabetes: um problema cada vez mais comum
Em comunicado, o ministério ressalta que, nos últimos anos, os entrevistados da pesquisa Vigitel demonstraram um conhecimento mais amplo sobre saúde,o que facilita o diagnóstico de doenças como diabetes.

Segundo o estudo, 7,7% da população adulta brasileira tinha o quadro de diabetes confirmado em 2018. Em 2006, a proporção que era de 5,5%. As mulheres têm um percentual maior de diagnóstico: 8,1%, ante 7,1% dos homens.

NÚMEROS

67,8% foi o aumento do índice de obesidade de 2006 a 2018
19,8% é o índice atual de obesidade
11,8% era o índice de obesidade em 2006
15,7% é o índice de obesidade em São Luís, o menor entre as capitais, segundo a pesquisa; o maior é o de Manaus, com 23%

Cinco porções de frutas e hortaliças ajudam a evitar qualquer doença

Uma extensa revisão, feita com dados de 830 mil pessoas, comprovou que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de consumir cinco porções de frutas, hortaliças e legumes por dia turbina mesmo a saúde. Ao comparar os grandes fãs deste alimentos aos pouco ávidos por eles, um time de cientistas americanos e chineses notou que adicionar à rotina uma maçã ou algumas folhas de alface, por exemplo, fazia a incidência de morte por diversas causas, sobretudo as cardiovasculares, baixar, em média, 5%.

“Com base nos nossos achados, um indivíduo que come cinco porções diárias de vegetais tem uma redução de 25% no risco de morrer por qualquer doença em comparação com quem quase não os consome”, conta o epidemiologista Wei Bao, dos Institutos Nacionais de Saúde, nos Estados Unidos. “De cinco em diante, não vimos benefícios adicionais”, ressalta. Não quer dizer que a partir da sexta porção haverá prejuízos. Longe disso. O que ocorre, na verdade, é uma espécie de efeito platô – em tese, cinco porções teriam, no corpo, o mesmo resultado de sete.

Cinco porções de frutas, verduras e legumes por dia, equivalem a aproximadamente 400 gramas por dia. Mesmo o Brasil sendo um dos maiores produtores de frutas, apenas 40% da população ingere os alimentos nas refeições diárias.
Imagine que você precisa comer algo como 4 bananas nanincas por dia. Agora considere que, em média, o brasileiro consome apenas 57kg de frutas anualmente, algo próximo de 15 gramas por dia. É como se, em vez de 4 bananas, nós comêssemos pouco mais de meia fruta por dia.

Claro que não precisamos ingerir todas as porções de um único alimento. Aliás, quanto mais variedade tiver no prato, melhor. Então podemos optar por aquelas dicas das cores: monte um cardápio colorido, pois são maiores as chances de você estar ingerindo vitaminas que se complementam.

Por exemplo, a cenoura é rica em vitamina A, enquanto o agrião é uma ótima fonte de vitamina C e as maçãs possuem vitaminas do complexo B. Bastam esses 3 alimentos inseridos no longo do dia, em porções adequadas, para você já ter uma melhora significativa da qualidade da alimentação.

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