Violência

ONU repreende Rússia por uso de força contra manifestantes

Mais de mil pessoas foram detidas durante manifestação no sábado; protesto era contra a impugnação de candidaturas de oposição para o governo municipal

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Manifestação em Moscou contra impugnação de candidaturas de oposição à prefeitura da cidade
Manifestação em Moscou contra impugnação de candidaturas de oposição à prefeitura da cidade (Reuters)

MOSCOU - A polícia da Rússia parece ter usado força excessiva contra manifestantes no fim de semana, supostamente ferindo mais de 70, e pode ter violado o direito básico à liberdade de expressão, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) ontem, 30.

O porta-voz de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, questionou a desqualificação de 57 candidatos opositores ou independentes da eleição municipal de Moscou, o que causou o protesto em massa.

A polícia russa deteve mais de mil pessoas em Moscou no sábado (27), durante uma das maiores operações de repressão dos últimos anos contra uma oposição, cada vez mais desafiadora que critica o controle rígido do presidente Vladimir Putin.

"Estamos receosos porque a polícia russa parece ter usado força excessiva contra os manifestantes durante a manifestação no centro de Moscou no sábado (27)", disse Colville em um boletim.

"Quando se controla as multidões na Rússia, como em qualquer lugar, o uso da força por parte da polícia deveria ser sempre proporcional à ameaça, se houver uma, e só deveria ser empregado em último caso", escreveu o porta-voz da autoridade responsável por questões de direitos humanos da ONU.

Manifestações sem restrição

O governo da Rússia deveria permitir que as pessoas se organizem e participem de assembleias pacíficas sem restrições, acrescentou.

Alguns manifestantes foram libertados, mas 79 receberam multas variando entre 10 mil e 150 mil rublos, e 40 foram condenados a penas de 3 a 15 dias de prisão, informou Colville.

O escritório de direitos humanos da ONU ficou preocupado com relatos segundo os quais algumas pessoas sob custódia não tiveram acesso a advogados, ou a alimentos e água, disse Colville, observando que estes são direitos básicos garantidos por leis internacionais ratificadas pela Rússia.

Quanto à decisão da comissão de desqualificar candidatos devido à suposta falsificação de assinaturas de eleitores, ele disse: "A questão aqui é se todos estes 57 candidatos realmente deveriam ter sido excluídos, se é irrefutável que estas assinaturas foram forjadas".

O fato de que eram todos candidatos opositores ou independentes alimentou entre os manifestantes a ideia de que certamente algo aqui não está correto, de acordo com ele.

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