Incidentes

Maranhão registra mais de 1.300 quedas de postes no 1º semestre

Cerca de 300 equipamentos foram derrubados ou danificados apenas em São Luís; ocorrências configuram crime, e infrator deve custear a troca

Monalisa Benavenuto / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Acidentes com danos em postes já chegaram a 1.330 no primeiro semestre, no MA
Acidentes com danos em postes já chegaram a 1.330 no primeiro semestre, no MA (poste)

Mais de 1.300 postes caíram ou foram danificados entre os me­ses de janeiro a junho deste ano, no Maranhão. Destas ocorrências, 22% foram registradas em São Luís e, de acor­do com a Companhia Energética do Maranhão (Cemar), as principais causas são os acidentes de trânsito e colisões de veículos. As avarias resultantes de abalroamentos representam prejuízo mensal superior a R$ 1 milhão à empresa. Conforme determinações legais, quem causa estas infrações ao patrimônio público pode responder criminalmente, estando sujeito a cumprimento de detenção de seis meses a três anos e pagamento de multa.

O número de ocorrências, que havia apresentado redução de 2017 para 2018, durante o primeiro semestre – quando os registros passaram de 1.910 para 1.216 –, voltou a subir em 2019. Segundo a Cemar, de janeiro a junho deste ano, 1.330 estruturas foram danificadas ou derrubadas em todo o estado, representando acréscimo de 60% nos casos. Na capital, o aumento foi ainda mais significativo, e as ocorrências mais que dobraram, passando de 112 em 2018 para 291 neste ano, uma média de 1,3 poste por dia.

Os acidentes de trânsito com quebra de postes afetam tanto os ocupantes do veículo em questão e seus familiares, quanto a população residente no entorno da ocorrência. Por esse motivo, o problema configura dano ao patrimônio público, constante no art. 163 do Código Penal Brasileiro.

Em alguns casos, os responsáveis pelos abalroamentos ou colisões de veículos que danificam as estruturas da distribuição de energia elétrica são identificados e respondem criminalmente. Nes­tes casos, os infratores devem restituir os danos e, segundo a Cemar, são considerados todos os custos associados aos materiais envolvidos e equipes atuantes na realização da manutenção e restabelecimento da energia elétrica.

Todos os encargos resultam em R$ 4.965,25, pagos pelo indivíduo responsabilizado pela ocor­rência. Quando não é possível identificar os responsáveis, a companhia acaba arcando com os custos e o prejuízo financeiro decorrente da quebra de postes chega a R$ 1.102.285,63 por mês.

Ano passado
Durante todo o ano de 2018, a Cemar contabilizou 2.735 acidentes em vias públicas, com quebra de postes, uma média de quase 7,4 postes por dia. Ainda de acordo com a companhia de fornecimento de energia elétrica, é de suma importância a atenção por parte do condutor, principalmente em época de chuvas constantes e intensas.

Por que acontecem?
De acordo com as autoridades de trânsito, acidentes desta natureza acontecem, normalmente, pelos seguintes fatores: excesso de velocidade, más condições das vias, estado de embriaguez, sonolência do condutor ou falha mecânica e falta de atenção dos condutores como, por exemplo, o uso do celular ao volante e à falta de manutenção dos veículos.

Para identificar quebra de poste?
O conselho inicial é que as pessoas não se aproximem de fios e cabos partidos ou caídos e que não toquem em pessoas ou objetos que estejam em contato com a rede elétrica.

Em caso de ocorrências dessa natureza, a Cemar orienta que a população entre em contato por meio dos canais de atendimento (Central 116 ou Chat de atendimento no site www.cemar116.com.br), informando o local com ponto de referência. Para lidar com as ocorrências, a companhia dispõe de equipes de plantão, que trabalham 24 horas.

Casos recentes
No início da manhã do dia 7 de junho, dois carros se chocaram na Avenida Senador Vitorino Freire, depois do Terminal da Praia Grande no sentido Anel Viário. Um carro Ford Ka prata bateu em um Renault Logan e, em seguida, colidiu em um poste de alta-tensão. A batida foi tão violenta que o poste atingido caiu e um segundo poste também foi abaixo. O Logan envolvido no acidente parou na outra mão da avenida. O motorista do Ford Ka foi socorrido com escoriações, e o outro condutor saiu ileso. O trânsito foi desviado. O Corpo de Bombeiros alertou sobre os riscos de mais acidentes em razão da corrente elétrica na fiação. A Polícia Militar também se fez presente.

Apesar de serem os principais causadores, nem sempre a queda de postes está relacionada a acidentes de trânsito. Em 14 de abril, após as fortes chuvas que atingiram a capital, oito postes de energia tombaram na Rua Corrêa Lima, no Turu. Segundo os moradores, uma provável causa para a queda dos postes estava relacionada à construção de um empreendimento no local. Segundo eles, parte do aterramento onde os postes estavam instalados foi retirada, pela construtora responsável pela obra, para a construção de uma calçada, deixando as estruturas vulneráveis à força da chuva intensa que atingiu a cidade nesse dia.

A preocupação era ainda maior, porque um dos postes não tombou totalmente, ficando pendurado pela fiação, oferecendo risco aos pedestres que ainda passavam pelo local, onde mo­ram muitas crianças e idosos e é utilizada, também, como principal via de ligação entre os bairros Vila Luizão, Turu e Parque Jair. Equipes da Cemar estiveram no local para desativar o sistema elétrico, repor os equipamentos e restabelecer o fornecimento de energia no bairro.

SAIBA MAIS

As vias com o maior número de acidentes em São Luís são as avenidas Jerônimo de Albuquerque, Daniel de La Touche, São Luís Rei de França, Guajajaras, Litorânea, Holandeses, Portugueses, Africanos, Franceses, Estrada da Maioba (MA–202), e a Estrada de São José de Ribamar (MA-201). Os acidentes geralmente ocorrem durante a madrugada e nos finais de semana, segundo os órgãos de trânsito.

Nos pontos com os maiores registros de ocorrências, a Cemar instalou defensas (elementos de concreto na frente dos postes - atualmente feitas com manilhas recheadas de areia), cujo objetivo é amortecer o impacto da colisão dos veículos em acidentes, dificultando a queda do poste sobre o carro, preservando assim a vida do motorista e dos passageiros.

NÚMEROS

1.330 estruturas foram danificadas ou derrubadas em todo o estado, de janeiro a junho deste ano
7,2 postes por dia foram danificados no Maranhão, neste primeiro semestre
1.216 incidentes com postes haviam sido registrados no primeiro semestre de 2018; 2.735 o ano todo
R$4.965,25 é o valor total dos encargos pagos pelo indivíduo responsabilizado
pela ocorrência

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.