Teatro

Comédia regional no palco para animar as férias

"O Desejo de Catirina" será reapresentada de amanhã até o dia 1o de agosto, no Teatro Alcione Nazaré; espetáculo tem direção de Uimar Júnior e Tony Costa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Cena do espetáculo
Cena do espetáculo (O Desejo de Catirina )

São Luís - A partir de livre adaptação do texto do escritor Wilson Chagas, a comédia “O Desejo de Catirina” será reapresentada de amanhã até 1º de agosto, às 19h, no Teatro Alcione Nazaré, no Centro de Criatividade Odilo Costa, filho (Praia Grande). Com direção de Uimar Júnior e Tony Costa, o espetáculo é baseado na história tragicômica mais popular dos folguedos maranhenses, ou seja, o auto do bumba meu moi.

No elenco de “O Desejo de Catirina” estarão Júlio Fernandes (ator convidado), Tony Costa, Danilo Barnu, Tony Ferraz, Cristina Gomes e Uimar Júnior. O figurino é assinado por Jeisa Moraes e os cenários, adereços e a sonoplastia de Uimar Júnior e iluminação de Tony Costa.

O espetáculo conta a lenda da negra Catirina que, grávida, sente um desejo de comer um cozido de língua de boi. Só que não um cozido de língua de um boi qualquer. Tem de ser a língua do boi “Mimoso”, o mais querido da fazenda e que, além de garboso e malhado, sabe dançar.

O coitado do “Nêgo Chico” ainda tenta de todas as formas dissuadir sua amada, sugerindo-lhe outras “iguarias” típicas de mulher grávida e desejosa. Porém, não tem jeito nem conversa. Catirina faz drama e não resta a Chico roubar o boizinho Mimoso e tirar-lhe a língua para a sua amada.

Entretanto, aproxima-se o dia dos festejos juninos e, durante os preparativos, o dono da fazenda manda buscar o boizinho de estimação e prepará-lo para dançar para os convidados. No entanto, descobre, por meio de seus vaqueiros, que Mimoso sumiu e, pior, morreu.

Entre desmaios e desmandos, choro e alvoroço, o patrão inconformado manda os vaqueiros irem à descoberta de quem havia cometido tamanho crime. Os mandados retornam com a notícia de que haviam encontrado os restos mortais do Mimoso “lá pras bandas da casa do Nego Chico”.

Ante a denúncia, o patrão manda trazer o “dito cujo” já preso e amarrado para pagar por tamanha desfeita. Chegam os vaqueiros com o “Nego Chico” amarrado e que, depois de açoitado pelo chicote do patrão, confessa o “crime de amor”. Contudo, Chico pede uma chance para tentar reparar o dano. O patrão consente e Chico vai em busca do Cazumbá e implora ao espírito da floresta que ressuscite o Boi Mimoso. O Cazumbá faz uma dança-ritual e o boizinho começa a dançar. Então, tudo termina em festa.

Segundo Uimar Júnior, a comédia é leve e despretensiosa, com um formato feito para agradar, principalmente, ao público infantil. “No entanto, temos sido aplaudidos por todas as faixas etárias. A linguagem simples e humorada, aliada às mensagens de impacto, atuais e necessárias em tempos confusos e conflitantes do cenário político, social e moral nacional, atinge em cheio aquele público consciente de sua própria história, de seu povo e de sua cultura, com suas dores e alegrias”, destaca.

O espetáculo traz expressões e palavras características da região. Além disso, a miscigenação é exaltada, a comunhão entre os povos defendida e até um aspecto da ideologia de gêneros é colocada em debate. Questões do cotidiano de São Luís também aparecem, como o transporte público, a falta de respeito ao próximo e a violência.

Auto

O auto do bumba meu boi é um retrato do Brasil colonial sertanejo, especialmente do Nordeste brasileiro. As relações de poder, laborais e sociais são evidenciadas pelo típico coronelismo da época, que, de alguma forma, ainda sobrevive na sociedade brasileira atual. Assim sendo, as três principais matrizes étnicas da formação do povo estão representadas por meio de seus principais personagens.

Serviço

O quê

Espetáculo “O Desejo de Catirina”

Quando

De amanhã até o dia 1o de agosto, às 19h

Onde

Teatro Alcione Nazaré (Praia Grande)

Ingressos: R$ 20,00

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