São Paulo - As taxas de juros médias cobradas pelas instituições financeiras no cartão de crédito rotativo e no cheque especial subiram em junho e ultrapassaram a barreira dos 300% ao ano, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central (BC).
O juro médio do cartão de crédito rotativo para pessoas físicas subiu de 299,8% ao ano, em maio, para 300,1% ao ano, em junho deste ano. No primeiro semestre, o crescimento foi de 14,7 pontos percentuais, pois a taxa estava em 285,4% ao ano no fim de 2018.
Já a taxa média do cheque especial, de acordo com a instituição, avançou de 320,9% em maio para 322,2% em junho de 2019. Nos seis primeiros meses deste ano, a alta foi de 9,6 pontos percentuais – pois somava 312,6% ao ano no fim de 2018.
O aumento dos juros bancários em junho, e no primeiro semestre, acontece em um ambiente de estabilidade da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para controlar a inflação. Essa taxa está na mínima histórica de 6,5% ao ano desde março do ano passado.
Ao mesmo tempo, o crescimento das taxas cobradas pelos bancos foi registrado em um ambiente de inadimplência relativamente estável. A taxa geral de inadimplência para pessoas físicas somou 3,3% em junho, contra 3,4% em maio e 3,2% no fim do ano passado.
Linhas de crédito caras
O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado pela pessoa que não pode pagar o valor total da sua fatura no vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Para usar o crédito rotativo, o consumidor paga qualquer valor entre o mínimo e total da fatura. O restante é automaticamente financiado e lançado no mês seguinte, com juros.
O cheque especial é uma linha emergencial que permite ao correntista gastar um certo limite definido pelo banco, mesmo que ele não tenha dinheiro na conta.
A recomendação de especialistas é de que os clientes evitem essas linhas de crédito ou as utilizem por um período muito curto de tempo, pois as taxas de juros cobradas são extremamente elevadas.
A recomendação é que os clientes substituam essas modalidades por linhas mais baratas, como, por exemplo, o crédito consignado, em que as prestações do empréstimo são descontadas da folha de pagamentos.
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