Boa história

Viagem de férias ao passado histórico de uma família na Ilha

Carlos Renato Silvy Teive veio para conhecer o Forte Santo Antônio da Barra, do qual seu trisavô, Raimundo Luís Cabral de Teive, foi comandante de 1878 a 1890

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Carlos Renato Silvy Teive em visita, com a família, ao Forte Santo Antônio, onde seu trisavô foi comandante e também faleceu
Carlos Renato Silvy Teive em visita, com a família, ao Forte Santo Antônio, onde seu trisavô foi comandante e também faleceu

SÃO LUÍS - As férias do promotor de Justiça catarinense Carlos Renato Silvy Teive em São Luís foram uma viagem ao túnel do tempo. Ele veio ao Maranhão, principalmente, para conhecer o Forte Santo Antônio da Barra, na Península da Ponta d’Areia, do qual o trisavô, Raimundo Luís Cabral de Teive, foi comandante durante 12 anos, ou seja, de novembro de 1878 a novembro de 1890. Foi lá, inclusive, que o comandante viveria seus últimos momentos, pois sofreu um infarto dentro da própria fortaleza, aos 62 anos.

A curiosidade de compreender as histórias que marcaram a trajetória de sua família levou o catarinense e sua família a desembarcarem na capital. Eles queriam sentir a energia do lugar, fechar os olhos e imaginar como tudo aconteceu e, ao mesmo tempo ver, com seus próprios olhos o cenário deslumbrante da Baía de São Marcos, que um dia o trisavô teve o privilégio de contemplar.

O Forte Santo Antônio da Barra é um lugar especial. Ele representa o marco histórico do período de resistência portuguesa às invasões estrangeiras e foi transformado em centro cultural para visitação, incluindo um museu de embarcações tradicionais maranhenses, um memorial e um museu de imagem e som.

Meu desejo era conhecer a fortaleza onde meu trisavô trabalhara. A partir de pesquisas, eu sabia que o monumento havia sido restaurado e isso, claro, aumentou, ainda mais, a minha curiosidade”

O bisavô de Carlos Renato era maranhense, mas com o falecimento do trisavô ele foi com os irmãos mais velhos para Porto Alegre, deixando apenas dois no Maranhão. Em seguida, o bisavô migraria com o irmão mais velho, Luís dos Reis Cabral Teive, também coronel do Exército Brasileiro, para Florianópolis (SC).
Um dos momentos mais emocionantes de sua estada em São Luís foi quando chegou ao Forte Santo Antônio. O turista ficou maravilhado com o que viu. Lá estava parte da história de seus antepassados e, claro, também sua.

“Eu tive uma sensação muito boa quando pisei no Forte de Santo Antônio da Barra. Meu desejo era conhecer a fortaleza onde meu trisavô trabalhara. A partir de pesquisas, eu sabia que o monumento havia sido restaurado e isso, claro, aumentou, ainda mais, a minha curiosidade”. E complementou: “Eu sabia, também, que havia a casa do comandante, hoje transformada em ala administrativa, e quis ver tudo de perto. Fiquei muito contente quando me deixaram entrar e realizar o meu sonho”, contou.

Carlos Renato Silvy Teive com a família no Forte de Santo Antônio da Barra
Carlos Renato Silvy Teive com a família no Forte de Santo Antônio da Barra

Cemitério

Foi a primeira vez que Carlos Renato pisou no Maranhão. Ele ficou encantado e não perdeu a oportunidade de conhecer, também, os Lençóis Maranhenses. Foi, ainda, ao Cemitério do Gavião em busca do jazigo do trisavô. “Ele foi sepultado no Cemitério da Santa Casa de Misericórdia, mas descobri que seus restos mortais foram transferidos para o Gavião. Agora, estamos tentando localizar, com a ajuda dos funcionários”, revelou.

Carlos Renato conta que seu tataravô, Luiz Maria Cabral de Teive, era português originário da Ilha Terceira e coronel do Exército, tendo migrado para o Brasil em 1807 e morrido durante a Revolução Farroupilha, em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Seu irmão, Francisco Assis Cabral Teive, foi o primeiro Capitão de Mar-e-Guerra do Maranhão.

São muitos entrelaçamentos que fazem o catarinense se sentir um pouco maranhense e alimentar certo carinho pela cidade e pelo estado como um todo. A pesquisa começou com o pai dele e agora está sendo aprofundada. A ideia é que, no segundo semestre de 2020, ele comece a escrever um livro para, posteriormente, lançar em São Luís, em homenagem a toda essa história.

Carlos Renato Silvy Teive desembarcou em São Luís com a esposa, Júlia Queiroz Campos, e os filhos Davi Campos Teive, de 7 anos, e Marina Campos Teive, de 5. Os quatro ficaram apaixonados pela culinária maranhense. “Adoramos a moqueca de camarão e a pescada. Fomos, inclusive, visitar a Igreja de São João Batista, onde foi rezada a missa de Sétimo Dia do meu trisavô, no dia 22 de novembro de 1890. Conhecemos, ainda, a Igreja da Sé, o Palácio dos Leões e o Teatro Arthur Azevedo. Ficamos encantados”, declarou.

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