Lançamento

História de um escultor em documentário

"Celso Antônio, Brasileiro", filme roteirizado e dirigido por Beto Matuck e produção executiva de Joaquim Haickel e Joan Santos, será lançado neste sábado, às 10h, no Cinépolis do São Luís Shopping

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Um dos trabalhos de Celso Antônio
Um dos trabalhos de Celso Antônio (Celso Antonio)

SÃO LUÍS- Uma imersão na trajetória do escultor maranhense que viveu entre 1896 e 1984 e participou intensamente do movimento modernista, ao lado de Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Manuel Bandeira. É assim o documentário “Celso Antônio, Brasileiro”, roteirizado e dirigido por Beto Matuck e produção executiva de Joaquim Haickel e Joan Santos, a ser lançado neste sábado, às 10h, no Cinépolis do São Luís Shopping (Jaracati). O documentário, com 80 minutos, tem produção de Joel Yamaji e Beto Matuck e direção de fotografia assinada por Tiago Tambelli.

Conforme Beto Matuck, apesar de aclamado como um importante artista de vanguarda, a obra de Celso Antônio de Menezes é hoje refém do desconhecimento. O filme refaz o caminho do escultor, indagando o que teria provocado o seu declínio e impedido que sua obra ficasse registrada no imaginário das artes do Brasil e do mundo. “É um documentário sobre um artista que voltou para o Brasil produzindo obras importantes, mas que, por algum motivo, morreu no esquecimento. De mneira poética, o filme tenta resgatar e entender o que levou a esse esquecimento. São momentos de ápice e queba que precisam ser resgatados. A questão da memória e da importância desse artista é o que permeia o filme”, diz Matuck.

A capital maranhense tem apenas uma obra pública do artista exposta: um busto de Antônio Lobo situado no Largo da Igreja de Santo Antônio, no centro de São Luís. O acervo do Museu de Artes Visuais da cidade só possui um medalhão com o rosto de Aluísio Azevedo (1857-1913) feito pelo escultor. Afora essas obras, há algumas poucas peças em coleções particulares.

A linha condutora do filme é o olhar de uma pesquisadora, que esculpe história perdida do escultor maranhense cujo trabalho ela conhece por acidente. A narrativa segue os fatos em ordem cronológica, observando onde e em que contexto social surgiu o artista e como se desenvolveu sua carreira. Um escultor tão importante e proeminente não seguiu carreira internacional nem conseguiu fixar seu legado na memória da cultura brasileira, caindo no esquecimento. Dele e de sua arte quase ninguém mais ouviu falar depois da década de 1950. Nenhum órgão de imprensa noticiou sua morte, em 1984. Menos de uma dezena de pessoas acompanharam o enterro, no Cemitério do Catumbi, no Rio de Janeiro.

O cineasta Joaquim Haickel contou que o projeto começou a partir de uma pesquisa sobre os artistas plásticos do Maranhão. “Na mesma época, Eliézer Moreira lançou o livro ‘Celso Antônio, o Gênio Esquecido1, o que aumentou ainda mais a minha curiosidade. Nesse ínterim, o escritor Joaquim Itapary, sabendo de minha curiosidade, me passou o endereço do site de leilões com as peças dele e comprei tudo. Pegamos o contato da família e fomos ao Rio de Janeiro. Nos propusemos a fazer uma sala com material dele e eles toparam. Mas esse projeto não vingou. Aí resolvemos fazer o filme, em parceria com Play Vídeo e Matuck & Yamaji Filmes”, conta. “Realizar este filme passou a ser uma de minhas metas. Comecei a procurar por Celso Antônio, a pesquisar tudo que dissesse respeito a ele e o livro de Eliezer Moreira sobre Celso foi o estopim. Joaquim Itapary, sabendo de meu interesse, passou-me o endereço de um site de leilões de obras de arte e lá arrematei todas as peças do escultor que estavam disponíveis. Saí comprando tudo que pude encontrar, feito ele”, completa.

Celso Antônio fez sua formação na França, como assistente de um dos maiores escultores do século XX, Antoine Bourdelle (1861-19219), considerado o renovador da escultura moderna e discípulo de Auguste Rodin (1840-1917). O escultor maranhense havia chegado à França graças a uma bolsa de estudos concedida pelo governador Godofredo Viana. Lá, entre 1923 e 1926, conviveu com outros artistas brasileiros, como Anita Malfatti, Villa-Lobos, Brecheret, Rego Monteiro e Di Cavalcanti, de quem se tornaria inseparável. Mais tarde, esse grupo de artistas seria responsável por introduzir as bases da arte moderna no Brasil.

Serviço

O quê

Lançamento do documentário “Celso Antônio, Brasileiro”

Quando

Neste sábado, às 10h

Onde

Cinépolis do São Luís Shopping (Jaracati)

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.