Kelvin Bandeira – educador social

Do hedonismo ao voluntariado social na Ilha

Ex-usuário de drogas que foi desenganado por médicos conseguiu superar o vício e hoje ajuda pessoas em situação de rua, risco e vulnerabilidade social

Evandro Júnior / O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Kelvin Bandeira tem atuação na área do Centro Histórico
Kelvin Bandeira tem atuação na área do Centro Histórico

SÃO LUÍS - “Todas as coisas cooperam”. A frase bíblica é como um amuleto para o educador social Kelvin Bandeira. Ele sempre diz que, se hoje está vivo, foi pela contribuição divina, pois é
ex-usuário de drogas e levava uma vida desregrada como praticante do hedonismo, doutrina que tem o prazer como bem supremo, finalidade e fundamento, e que faz com que a pessoa que o pratica não hesite em buscar os meios para tê-lo.

É que Kelvin Bandeira passou boa parte da vida usando crack, álcool, cigarro, cocaína e antidepressivos. Ele chegou a pesar pouco mais de 60 kg. Até que foi parar no hospital porque teve um aneurisma cerebral e ficou internado, tendo sido desenganado pelos médicos. “Eu apenas esperava a morte, mas Deus operou um milagre por meio dos médicos e hoje sou outra pessoa”, conta.

Aos 43 anos e pai de três filhos (Kendrey, Kelvin Júnior e Miquéias Noah) , a vida de Kelvin Bandeira mudou da água para o vinho. Agora, todas as suas forças estão concentradas na vontade de fazer o bem e ajudar outras pessoas. Há sete anos, ele e sua família integram o movimento “Cristão na Rua”, trabalho social conduzido por um grupo de pessoas voluntárias que dá visibilidade aos direitos violados das pessoas em situação de rua, vulnerabilidade e risco social. Atuando na Grande São Luís, principalmente no Centro Histórico, eles se reúnem todas as quartas-feiras no espaço Tenda das Tribos.

Acolhimento

O trabalho consiste no acolhimento dessas pessoas, que são encaminhadas para comunidades terapêuticas em São Luís e Teresina (PI). E é também preventivo, com palestras em escolas, visita a lares e acompanhamentos nas chamadas “cracolândias”.

Kelvin com a mulher, Liz, e um dos três filhos, Miquéias Noah
Kelvin com a mulher, Liz, e um dos três filhos, Miquéias Noah

“Deus não me deu o sofrimento. Ele usou o meu sofrimento para que eu pudesse entender e compartilhar que dentro de nós existe um milagre para ser alcançado”, acredita, dizendo que é o guardião de seus irmãos.

Kelvin Bandeira observa que as pessoas não despertaram ainda para uma doença implacável que tem assolado o Brasil, tal seja, a dependência das drogas. “No ano passado, estivemos na Rocinha e no Morro Santa Marta, no Rio de Janeiro, ministrando palestra e dando o nosso testemunho. Uma realidade muito triste e preocupante”, conta.

Atualmente, o educador social e o grupo de voluntários realizam ainda o Reviver Christian Reggae, festival de reggae cristão que arrecada recursos para a construção de um lar para acolher pessoas em situação de rua na grande São Luís.

Deus não me deu o sofrimento. Ele usou o meu sofrimento para que eu pudesse entender e compartilhar que dentro de nós existe um milagre para ser alcançado”

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