BRASÍLIA - Os detalhes sobre a liberação de recursos de contas do FGTS serão anunciados na próxima semana, e a medida não vai afetar a construção civil, disse nesta quinta-feira o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Em rápida entrevista - depois de mais cedo ter participado de reunião da Junta Orçamentária com o ministro da Economia, Paulo Guedes -, Onyx disse que os técnicos estão fazendo ajustes e provavelmente entre quarta e quinta-feira da semana que vem será apresentada uma medida provisória que trata do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e do PIS/Pasep.
Segundo o ministro da Casa Civil, o governo garante que não haverá nada que vai afetar a construção civil do país.
Na quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro adiantou que o anúncio de uma nova liberação de saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deveria ser feito ontem, mas não quis adiantar o modelo que será usado porque “faltam alguns ajustes”. Perguntado sobre os detalhes, Bolsonaro disse que ainda não foi “batido o martelo”.
O Palácio do Planalto havia preparado para a tarde desta quinta um evento em alusão aos 200 dias de governo e a intenção é anunciar, juntamente com outras medidas, a liberação do FGTS. Ontem, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o anúncio só ocorrerá semana que vem.
Elevação do PIB
A autorização para novos saques está sendo tratada pela equipe econômica como a melhor possibilidade de o governo conseguir recuperar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. Desde o início do ano, a previsão oficial de crescimento do governo já foi reduzida dos 1,6% originais para 0,81%.
De acordo com informações obtidas pela Reuters, o Ministério da Economia trabalha com dois modelos para a liberação do FGTS.
Um deles contempla a liberação de contas ativas e inativas, com saques escalonados na data de aniversário dos trabalhadores. O outro projeto envolve apenas as contas inativas, ligadas a vínculos empregatícios já encerrados.
No primeiro caso, as estimativas da equipe econômica apontavam uma liberação mais próxima de R$ 30 bilhões com os saques, em contraposição ao patamar de R$ 42 bilhões apontado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao jornal Valor , na quarta-feira.
A cifra mais modesta deve-se, de acordo com a fonte, a cálculos que foram atualizados para não colocar em risco o funding da habitação. O FGTS responde por quase metade dos recursos direcionados para a compra de moradia via crédito imobiliário.
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