200 dias de Governo

Mudar a cultura de três décadas é trabalho árduo, diz Onyx

No balanço de 200 dias do governo Bolsonaro, a Reforma da Previdência e as privatizações foram os assuntos principais debatidos; estratégias para os próximos meses foram apresentadas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Bolsonaro e seus auxiliares fizeram balanço de 200 dias do governo
Bolsonaro e seus auxiliares fizeram balanço de 200 dias do governo (Jair Bolsonaro)

Brasília

Na celebração pelos 200 dias do governo Bolsonaro, o ministro da Ca­sa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o foco da gestão do presidente Jair Bolsonaro é o crescimento do país por meio do investimento de recursos oriundos de privatizações e concessões. Ele destacou também a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados e o leilão de petróleo da cessão onerosa.
"Nosso governo tem sim perfil liberal conservador. Já estamos tirando passo a passo o peso do Estado sobre a cidadania. (...) Mudar a cultura de três décadas é trabalho árduo. Sabíamos que não seria fácil. Mas, liderados pelo senhor, sabíamos que tínhamos um norte, com liderança e compromisso que o senhor reitera a cada reunião ministerial", disse. O ministro afirmou também que o PPI será "fortalecido e agilizado" pelo governo.
Onyx disse que o plano de governo apresentado na comemoração dos 100 dias de governo foi "ridicularizado" por não conter pacotes, mas defendeu a gestão ao dizer que ela tem conteúdo. "Tratava sim de princípios e valores e o que deve reger uma administração moderna é isso. Mas muitos diziam e ainda dizem que o governo não tem plano, mas esse governo tem conteúdo", dis­se. Ele afirmou ainda que o governo segue padrões de governança estabelecidos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Durante a cerimônia, Bolsonaro assinou um decreto que criará um conselho para a preparação e o acompanhamento do processo de entrada do Brasil na organização. Os integrantes do órgão não serão remunerados e caberá a eles a aprovação da estratégia do governo para a preparação e acompanhamento do processo.

Selo arte
Onyx destacou ainda outro decreto que deverá ser assinado que vai regulamentar a Lei do Selo Arte, que autoriza a venda interestadual de produtos alimentícios artesanais. Entre os produtos beneficiados pela lei estão queijos, mel, pescados e embutidos. Eles poderão ser comercializados em todo o território nacional desde que atendam às exigências de boas práticas agropecuárias e de fabricação. "O selo arte para produtores artesanais significa que o céu é o limite para eles", disse.
Em seu discurso, Onyx comemorou a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. "A aprovação foi um ato de brasilidade. As futuras gerações agradecem o ato dos senhores", disse.
O ministro também afirmou que o País terá em breve o "maior leilão de petróleo do mundo com a cessão onerosa" e disse que o governo deverá arrecadar mais de R$ 100 bilhões com o leilão. "Os recursos do leilão de petróleo irão para educação, saúde e Estados e municípios", informou.
Ele também disse que mais de 300 serviços foram digitalizados no País. "O governo não quer atrapalhar quem trabalha, tiramos a burocracia", disse.

Proteção ao
meio ambiente

Ainda dentro do balanço que fez sobre o início do governo Bolsonaro, Onyx afirmou que o Brasil é um dos países que mais protege suas matas nativas. "Nenhum país do mundo tem 17% do seu território de mata nativa. Onde formos, de Portugal ao leste europeu, encontramos florestas, mas quase sempre replantadas. Alguns que nos atacam, lá de fora, devem saber que o governo brasileiro se preocupa verdadeiramente com o meio ambiente", disse.

Bolsonaro diz que trabalho na embaixada é de recepção

O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem, durante cerimônia que marcou os 200 dias do governo, que o trabalho de um embaixador é ser um "cartão de visitas".
Ele fez afirmação durante discurso no qual defendeu a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), um dos seus cinco filhos, para embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Bolsonaro disse que o filho tem proximidade com a família do presidente norte-americano, Donald Trump, e usou o presidente argentino, Mauricio Macri, como exemplo hipotético das facilidades que essa proximidade poderia proporcionar.
“O trabalho de quem é embaixador, um dos mais importantes, é ser cartão de visitas. E eu falei com a imprensa esse dia: imagina se o Macri tivesse um filho embaixador aqui. Uma ligação para mim. Eu atenderia agora ou pediria ao ajudante de ordem para marcar uma data futura? Atenderia agora”, declarou.
Bolsonaro disse que, quando viveu nos Estados Unidos, o filho fritou hambúrguer e entregou pizza como forma de se manter.
"Meu filho Eduardo ia sair do Brasil. Estimulei. Qual pai quer que um filho saia? Presta um concurso, passou para a PF, já falava inglês e espanhol. Enquanto aguardava o recrutamento, ele fez intercâmbio, ficou seis meses nos Estados Unidos. Ele queria que eu pagasse a sua estadia para aperfeiçoar seu inglês. Eu falei não. Primeiro, que para mim pesa. Ele foi para fritar hambúrguer e entregar pizza", afirmou.

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