Editorial

Denúncia na rede

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Desde o último dia 15, uma das redes sociais mais movimentadas da Ilha passou a ser cenário de desabafos e denúncias de mulheres vítimas de assédio, estupro, pedofilia, constrangimentos. Elas escolheram aquele que seria o “Dia do Homem”, para denunciar os que chamaram de “machos escrotos de São Luís”. As denúncias começaram tímidas, mas logo foram se avolumando e, no mesmo dia, foi criada uma página para agregá-las. A página intitulada ExposedSLZ, chegou a ter mais de 1.600 seguidores, mas foi suspensa dois dias depois.

Foram centenas de homens denunciados, por meio de relatos anônimos. Ex-alunas de escolas particulares deram informações sobre professores, universitárias também reportaram fatos de vida acadêmica, e outras mulheres contaram histórias sobre namorados e assediadores.

Embora a página tenha sido suspensa, possivelmente por intervenção de denunciados, a repercussão fez com que a Delegacia Especial da Mulher (DEM) tomasse providência, uma vez que todos os prints foram encaminhados à Casa da Mulher Brasileira. As denunciantes foram citadas e devem comparecer à DEM para, enfim, tomarem uma atitude legal. Muitas afirmam ter provas do que denunciam, como cópias de conversas, assédios e até fotos.

Muitos casos foram relatados em escola, tendo como algozes outros alunos, mas principalmente professores. Centenas de casos diziam respeito a professores de segundo grau, de escolas particulares de São Luís, cujas ex-alunas afirmam que na época eram ainda adolescentes e temiam constrangimentos e perseguição, pois já havia denúncias anteriores e os acusados não foram sequer afastados de suas funções. Mas, que agora, diante de várias denúncias semelhantes, se sentiram seguras para expor também as suas, na esperança que fossem punidos.

Foram relatados casos novos e antigos, com muito compartilhamento e endosso de denúncias. Quanto mais casos de determinados indivíduos eram relatados, mais garotas surgiam denunciando.

As estudantes e jovens devem saber que, em caso de assédio ou estupro, podem se reportar diretamente à polícia e registrar um boletim de ocorrência. É imprescindível que a vítima guarde todas as informações referentes ao assédio, como dia, horário, local, nome e contato de testemunhas, características do agressor e, se possível tire fotos e filme.

Fatos como os relatados na rede social e que agora serão alvo de investigação, chamam atenção e servem de alerta aos pais, para o que suas filhas e filhos possam estar passando na escola. Nem sempre eles têm conhecimento de situações dessa natureza e precisam acompanhar a rotina dos filhos, ter o hábito de conversar com eles sobre o assunto e dar-lhes a confiança necessária para que possam contar, caso estejam sendo assediados, constrangidos, ou ainda tenham sido estuprados no ambiente escolar.

As escolas também devem manter apoio aos alunos, que abram um canal direto com eles. É necessário que cuidem do bem-estar de seus alunos e sobretudo os ouçam. Observem seus professores, verifiquem os motivos porque deixaram outras escolas e fiquem atentos às conversas foram da sala de aula e do ambiente escolar.

Se tudo o que foi relatado na rede social for confirmado, pode-se dizer que muitas escolas da capital estão cheias de assediadores.

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