Punição

Gil Cutrim e mais sete são suspensos após apoio à reforma da Previdência

Parlamentar do Maranhão perde temporariamente vaga na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mas garante estar com a "consciência limpa"

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Gil Cutrim é um dos oito deputados que estão suspensos pelo PDT
Gil Cutrim é um dos oito deputados que estão suspensos pelo PDT (Gil Cutrim)

O deputado federal Gil Cutrim e outros sete parlamentares do PDT foram suspensos do partido por terem votado a favor da reforma da Previdência no 1º turno de votação da proposta na Câmara. Eles responderão a processo administrativo na Comissão de Ética da sigla, que prevê uma decisão em até 60 dias.
A Executiva Nacional do partido se reuniu ontem, 17, para debater os votos contrários à orientação do PDT, que havia fechado questão contra a reforma. "Por decisão da maioria, os deputados também estão com suas representações partidárias suspensas até que o processo seja concluído - o que pode demorar até 60 dias", informou a sigla.
De acordo com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, a decisão do Diretório Nacional é soberana e representa todas as instâncias partidárias.
"O diretório nacional decidiu. Temos uma proposta paralela que Ciro (Gomes, candidato do partido à Presidência em 2018) está nos ajudando a levar a todos os cantos do Brasil e que achamos que seja uma reforma justa. Todos tiveram todas as instâncias partidárias para discutir, apresentar propostas".
Lupi sinaliza que pode haver "evolução" nos casos - já que a reforma ainda será votada em 2º turno na Casa, em agosto.
"É importante lembrar também que ainda terá uma segunda votação na Câmara, em agosto. O ser humano vive da evolução. E acho que todos podem evoluir durante esse processo."
Em contato com a reportagem de O Estado, Gil Cutrim - que, por ora, perde vaga na Comissão de Constituição e Justiça - destacou que a suspensão trata-se de uma "decisão temporária" e que ele a acata. Disse, ainda, estar com a "consciência limpa" e acrescentou que se posicionará efetivamente sobre o assunto após o julgamento final pelo Conselho de Ética do partido.
“Acato essa decisão temporária do PDT com a consciência limpa. Só me posicionarei após o parecer do Conselho de Ética, que deve sair em um prazo de dois meses. Durante esse tempo, vamos continuar o nosso trabalho e projetando o melhor para o assuntos legislativos do país”, destacou.

Comissão de Ética

A Comissão de Ética do partido, que conta com cinco membros permanentes e mais três suplentes, iniciou ontem o processo disciplinar e garante que todos terão amplo espaço de defesa. Depois, um relatório será encaminhado à Executiva Nacional da legenda, que, por sua vez, levará ao pleno do Diretório Nacional. Além de Gil, votaram a favor da reforma e estão suspensos do PDT os deputados Tabata Amaral (SP), Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO) e Subtenente Gonzaga (MG).

Weverton pede cautela ao se tratar de expulsão

Presidente estadual do PDT no Maranhão e membro da Executiva Nacional, o senador Weverton Rocha confirmou a O Estado, ontem, que manifestou-se durante reunião do Conselho de Ética da sigla contra a possível expulsão dos parlamentares que apoiaram a reforma da Previdência.
Segundo ele, é necessário mais diálogo ao se tratar do tema. "Eu tenho defendido que o partido tenha mais cautela e diálogo junto a todos os colegas parlamentares", afirmou.
Rocha destacou que o comando da legenda tem uma "decisão difícil" a ser tomada, mas reforçou que não vê motivos para a exclusão de qualquer membro dos quadros do PDT.
"Trata-se de uma decisão difícil que o partido está tomando, até porque todos são comparnheiros valorosos, temos todos boas e ótimas relações, no meu caso especial com o companheiro Gil, que é do meu estado, e hoje [ontem] me posicionei absolutamente contra qualquer tipo de punição, principalmente a expulsão", completou.
Na opinião do senador, a suspensão já se encaixa como uma "sanção" adequada.
"Estarei atento e, claro, defendo que não haja essa punição de expulsão dos parlamentares. Quanto a outra possível sanção, isso é perfeitamente natural e faz parte, está no estatuto do partido", disse.

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