Mostra

Arte contemporânea em mostra com programação diversificada

A décima quinta edição da mostra de performance e arte "Verbo" está em andamento até amanhã em São Luís, no Chão SLZ e no Coletivo Re(o)cupa, com vasta programação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Tieta Macau na performance Ancés
Tieta Macau na performance Ancés (Tieta Macau )

São Luís -

Vinte e cinco projetos, entre ações ao vivo, filmes e vídeos, conversas abertas ao público e uma oficina de criação compõem a 15ª edição da mostra de performance e arte “Verbo”, em andamento até quinta-feira, no Chão SLZ (Rua do Giz) e no Coletivo Re(o)cupa (Rua Afonso Pena). A curadoria é da artista, curadora e gestora cultural Samantha Moreira e do diretor artístico Marcos Gallon. A mostra foi criada pela Galeria Vermelho, em 2005. A oficina com Marco Paulo Rolla acontecerá hoje e amanhã no Coletivo Re(o)cupa, sendo hoje das 10h às 16h, e amanhã das 15h às 18h e das 19h às 22h, com a finalização e apresentação dos resultados no Chão SLZ.

O objetivo do evento é articular aproximações entre artes visuais, dança, literatura e teatro, entre outras linguagens, para expandir o terreno conceitual da performance arte herdada dos anos 1960 e 1970. “Esta é a primeira edição da mostra aqui em São Luís e é de suma importância essa experiência, uma vez que temos poucas iniciativas em nível local no que diz respeito à arte contemporânea. A ideia é que consigamos expandir mais, inclusive com a parte formativa, pois temos oficina”, disse Camila Grimaldi, da coordenação local (Chão SLZ).

Hoje, a programação no Chão SLZ começa às 19h. Participam, entre outros, “Yeah Yeah Yeah”, do Coletivo DiBando, com Juliana Rizzo, Ruan Francisco e Tieta Macau. Eles abordam as estratégias de dominação atuantes em composições artísticas açucaradas e descontraídas e mostram como os estrangeirismos constroem simulacros que orientam sonhos e ideais vigentes. Estruturada a partir de clichês dramatúrgicos que se propagam, a ação segue no prólogo e em três atos, uma composição que encontra na descontração alienada uma diversão consciente que não se distancia do rigor, que é dançar rumo a uma contracultura colonialista.

Na lista, tem ainda “Confessionário”, título da ação criada por D. C. que emprega depoimentos de 230 garotos brancos hetero-cis, que mantiveram relações sexuais com Bianca Castro, uma personagem travesti. O texto que integra a ação foi elaborado a partir desses depoimentos e revelam os desejos e medos desses garotos. O texto foi analisado por um conjunto de psicólogos, educadores e por 50 dos 230 garotos que ainda mantêm relação sexual com Bianca. Durante sua leitura, a voz que se ouve é daquele que mata.

Não se trata mais da violência gerada pela ausência do Estado, mas pela política de morte perpetrada diariamente pelo próprio Estado. Em “Lia Chaia”, um grupo de pessoas distribuirá máscaras de sorriso e o manifesto do sorriso. Considerando o momento social e político atual, fica clara a urgência em estabelecer relações baseadas no afeto e na troca de conhecimento que proporcionem novos encontros e novas formas de habitar o espaço público. A ação foi criada em 2002 para o projeto “O espirito do lugar/Circuito Cultural”, na Vila Buarque, com curadoria de Lorenzo Mammi e Marcos Morais.

Em “Vibrações Transitórias e Consecutivas”, Marco Paulo Rolla interpreta um homem em uma cadeira, com uma caixa de som. Sua voz é projetada no espaço criando vibrações. Essas vibrações tocam o ser e o espaço como um todo e não são localizáveis a não ser em sua totalidade. O artista se coloca como mediador deste organismo vivo e delicado onde todos serão convidados a sentir e a reagir com vibrações.

A ação é parte dos experimentos sonoros e improvisos acerca do espaço, iniciados com a performance “Preenchendo o Espaço”, criada para a exposição “Terra Comunal”, no Sesc Pompeia, em 2015. Desta vez, entretanto, Rolla utiliza outro instrumento o Shruti Box. De origem indiana, o instrumento se completa com o uso da voz. Tieta Macau também participa. Ela traça um percurso entre presença e ausência ativando memórias não codificadas em instâncias dizíveis ou lineares. Não planejada, crua, celular e instável, Ancés se desdobra em curvas em uma tentativa de traçar a genealogia de um corpo negro que dança; um corpo que se desenterra; que tenta desfazer o trajeto feito e que questiona o trajeto imposto.

Em “Ancé”, Tieta Macau traça um percurso entre presença e ausência, ativando memórias não codificadas em instâncias dizíveis ou lineares. Não planejada, crua, celular e instável, Ancés se desdobra em curvas em uma tentativa de traçar a genealogia de um corpo negro que dança, um corpo que se desenterra, que tenta desfazer o trajeto feito e que questiona o trajeto imposto.

Este ano, Verbo dá continuidade às parcerias com a Temporada de Dança Videobrasil e o Estudio Baile e o Centro Cultural São Paulo (CCSP), e inicia novas aproximações, desta vez com o Contemporão SP, espaço de performance, participação e performatividade, em São Paulo, com o Coletivo Re(o)cupa, e com o projeto de residência artística Casa do Sereio, localizado na cidade de Alcântara (MA). A versão 2019 conta com o apoio do Institut français du Brésil, do Consulado Geral da França em São Paulo e do Institut Français Recife, que viabilizam a participação das artistas Ana Pi e Célia Gondol na Verbo 2019.

Serviço

O quê

Mostra de performance e arte “Verbo”

Quando

Hoje e amanhã

Onde

Chão SLZ (Rua do Giz) e no Coletivo Re(o)cupa (Rua Afonso Pena)

Entrada franca






Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.