Articulação

Com Eduardo nos EUA, governo espera filho de Trump no Brasil

Para o Palácio do Planalto o presidente Donald Trump deverá designar nos próximos dias um de seus cinco filhos, Eric, para assumir a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil; tema é polêmico

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
(Trump e Bolsonaro)

BRASÍLIA - O governo brasileiro considera que o presidente Donald Trump poderá designar um de seus cinco filhos, Eric, para assumir a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. A avaliação é que, ao indicar um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo, para a Embaixada do Brasil nos EUA, os americanos enviariam alguém "com o mesmo perfil", o que ajudaria a estreitar as relações entre os dois países.

Segundo um interlocutor do governo, a indicação política seria "um sinal de prestígio sem igual", pois considera que os americanos costumam fazer esse tipo de indicação para países como Rússia, China, Reino Unido, Canadá, Israel, Polônia e Hungria. O Brasil, por sua vez, não possui tradição de fazer indicações políticas, especialmente para a Embaixada nos EUA, que é uma das mais disputadas no meio diplomático.

“Além da importância de abrir portas, há o fator compreensão do momento político dos dois países”, disse uma fonte.

Também existe o entendimento de que como o Brasil não tem essa tradição de fazer esse tipo de indicação e é mais difícil para o país emplacar um nome político, "o ônus está sobre nós", o que poderia influenciar a decisão dos americanos. Governistas também alegam que os americanos já teriam deixaram claro qual é o perfil que buscam para a troca de nomeações políticas para as embaixadas.

Depois de avisar há meses que trocaria o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro anunciou na quinta-feira, 11, a intenção de indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o posto diplomático mais importante e mais disputado não apenas no Brasil, mas em praticamente todos os países, a embaixada em Washington. Eduardo é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

Intercâmbio

O possível futuro embaixador do Brasil nos Estados Unidos, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse a jornalistas que tem o apoio do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores) para assumir o posto diplomático, considerado o mais importante e mais disputado. Afirmou, ainda, que é cotado por sua experiência - e não por ser filho do presidente Jair Bolsonaro.

"Ele (Ernesto) expressou apoio ao meu nome por ocasião de uma possível indicação para a embaixada dos Estados Unidos. Acredito que agora só falta conversar com o presidente Jair Bolsonaro e reafirmar se essa é mesmo a vontade dele, se ele mantém o que ele tem dito. Porque estamos acompanhando os fatos. Está tudo na esfera da cogitação e sendo encaminhado", disse.

Eduardo destacou a atuação que tem na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e o fato de ter feito intercâmbio e até mesmo fritado hambúrguer nos Estados Unidos.

"É difícil falar de si próprio, né? Mas não sou um filho de deputado que está do nada vindo a ser alçado a essa condição, tem muito trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho uma vivência pelo mundo, já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá, no frio do Colorado, em uma montanha lá. Aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros", disse o parlamentar.

Na quarta-feira, Eduardo completou 35 anos, idade mínima para um brasileiro assumir uma representação diplomática no exterior. Ele afirmou que como se trata ainda de uma "expectativa" de indicação, não há necessidade de deixar o mandato parlamentar. "Como está tudo na esfera da expectativa, acho que não há necessidade de sair do mandato, no máximo, talvez, uma licença", avaliou.

Eduardo Bolsonaro ressaltou que vai esperar a sabatina no Senado para decidir. "Não vejo nenhum desconforto, não acho que por ser filho do presidente ele vai me colocar numa vida boa na embaixada lá. Negativo. É uma representação do Brasil. Tem a missão de trazer negócios e investimentos", disse.

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