Votação

Bancada ignora orientação de Dino na votação da Reforma da Previdência

Apenas três aliados do governador votaram de forma contrária ao texto-base da reforma na Câmara Federal: Bira do Pindaré, Márcio Jerry e Zé Carlos

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Dino não conseguiu articular com sua bancada voto contra a Previdência
Dino não conseguiu articular com sua bancada voto contra a Previdência (Flávio Dino)

O governador Flávio Dino (PCdoB) não obteve êxito na articulação política junto à bancada maranhense na Câmara Federal na votação do texto-base da Reforma da Previdência, aprovado na última quar­­ta-feira, 10.
Apenas três dos aliados de Dino foram contrários ao texto que abriu caminho para a efetivação da reforma no país: Márcio Jerry (PCdoB), Zé Carlos (PT) e Bira do Pindaré (PSB), este último, contudo, com relação já abalada desde o início do ano com o Palácio dos Leões.
Contrário à Reforma da Previdência, Flávio Dino se posicionou diversas vezes nacionalmente pela rejeição da matéria no Congresso Nacional. Ele chegou a se reunir com outros governadores da Região Nordeste para tentar impulsionar um movimento contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e reuniu os seus aliados da Câmara Federal para tratar da matéria.
Apesar disso, o comunista acumulou sucessivas derrotas na articulação do tema. Primeiro: governadores do Nordeste, que antes eram contrários à reforma, passaram a defender a inclusão dos estados no novo modelo previdenciário. Dino ficou isolado.
Em seguida, Dino não conseguiu assegurar votos contrários o suficiente – na bancada maranhense – para mostrar força política em Brasília, uma vez que ele já se posiciona como pré-candidato a presidente da República.
Entre os aliados do Palácio dos Leões que votaram de forma favorável à reforma estão: Gil Cutrim (PDT), Gastão Vieira (PROS), André Fufuca (PP), Juscelino Filho (DEM) [coordenador da bancada maranhense no Congresso Nacional]; Cléber Verde (PRB); Josimar de Maranhãozinho (PL); Júnior Lourenço (PL); Marreca Filho (PATRI) e Pedro Lucas Fernandes (PTB).

Oposição
Já em relação aos deputados que atuam na oposição ao Governo do Maranhão, apenas 1 votou de forma contrária à reforma: trata-se de Eduardo Braide (PMN).
Outros cinco votaram de forma favorável à matéria: Edilázio Júnior (PSD), Hildo Rocha (MDB), João Marcelo (MDB), Aluisio Mendes (PODE) e Pastor Gildenemyr (PL).
Depois de fracassar na articulação contrária a reforma, Flávio Dino optou pelo silêncio. Até o fechamento desta edição, ele não havia comentado sobre os votos dos aliados em Brasília.

OUTRO LADO

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado para obter um posicionamento do governador Flávio Dino sobre a votação de aliados na Câmara Federal, na ocasião da apreciação do texto-base da Reforma da Previdência. Até o fechamento desta edição, contudo, não obteve resposta.

Núcleo do PDT quer a expulsão de Gil Cutrim após voto na reforma

Após ter assegurado voto favorável ao texto-base da Reforma da Previdência, o deputado federal Gil Cutrim (PDT), da base aliada do governador Flávio Dino (PCdoB), se tornou alvo de um pedido de expulsão dos quadros da legenda, ingressado pela Juventude Socialista PDT no Maranhão.
O pedido da Juventude da sigla no estado toma por base as diretrizes alinhadas na última Convenção Nacional do PDT, que tratou da rejeição da Reforma da Previdência.
Além de Gil, outros sete deputados federais – todos de outros estados -, confirmaram votos favoráveis ao Projeto de Emenda Constitucional 006/2019, aprovado em primeiro turno.
Por meio de nota, a Juventude pedetista afirmou que o voto do parlamentar maranhense pode ser encarado como uma traição “não apenas aos princípios do partido, mas sobretudo ao povo trabalhador brasileiro, que sofrerá na carne as consequências desses ataques brutais”.

Defesa
Gil Cutrim, por sua vez, defendeu, também por meio de nota, o voto favorável à matéria. Ele explicou que, depois de analisar cada ponto da proposta, observou que vários deles foram corrigidos, como mudanças previstas na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos e deficientes de baixa renda; e do regime de capitalização que o Gover­no queria criar, o que tiraria das empresas a responsabilidade pela aposentadoria do trabalhador.
“É importante que a população saiba que, para que nosso país volte a crescer, reformas estruturais precisam ser realizadas, independentemente das ideologias partidárias. É preciso que nós, da classe política, enxerguemos só o povo como prioridade. Nossas vaidades não podem ser um impeditivo para avançar. Nosso principal objetivo deve ser uma agenda positiva, que vise à geração de emprego e renda e o bem-estar dos brasileiros. A Reforma da Previdência é uma medida dura, porém fundamental, à retomada da economia”, disse.

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