COLUNA

As incoerências

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

A justificativa foi praticamente a mesma: “O Brasil somente voltará a crescer se uma reforma estruturante for feita”. Assim agiu a maioria dos deputados da bancada maranhense em Brasília ao falar sobre o voto dado ao texto-base da Reforma da Previdência, na noite da última quarta-feira, 10. Mas entre os 14 dos 18 parlamentares do Maranhão que votaram a favor, nove chamam mais atenção.
E o fazem porque formam um grupo político que condenou até a última terça-feira, 9, o texto-base aprovado no dia seguinte. O governador Flávio Dino (PCdoB), que comanda esse grupo, atuou forte nas redes sociais, se posicionando contra as mudanças no sistema previdenciário do Brasil. E não assinou a carta dos governadores que apoiavam a reforma da Previdência.
Dino chegou a dizer que não apoiaria um “genocídio contra os mais pobres e mais necessitados”.
No entanto, tudo parece ter mudado depois de 13 portarias do Governo Federal publicadas no Diário Oficial da União (DOU). Nem o comandante do grupo nem seus aliados fizeram mais quaisquer críticas à reforma. O que atingiria os mais pobres e necessitados passou a ser visto como uma necessidade para fazer o Brasil voltar a crescer.
Assim justificaram seus votos os deputados Gil Cutrim (PDT), Juscelino Filho (DEM), André Fufuca (PP), Marreca Filho (Patriota), Josimar de Maranhãozinho (PL), Pedro Lucas Fernandes (PTB), Júnior Lourenço (PL) e Gastão Vieira (Pros), que disseram sim à reforma da Previdência. Todos eles são da base de apoio do governador. E agem no Maranhão acompanhando o discurso de Flávio Dino. Já em Brasília, flertam à luz do dia com o governo de Jair Bolsonaro.

Contra
Somente os deputados Márcio Jerry (PCdoB), Zé Carlos (PT) e Bira do Pindaré (PSB) se mantiveram dentro do que defende o aliado, Flávio Dino.
Talvez mais por uma posição partidária, já que as legendas deles fazem parte da oposição ao governo Bolsonaro, do que ser coerente com a postura adotada no Maranhão.
Além dos três, votou contra a reforma o deputado Eduardo Braide (PMN), que focou, claro, na sucessão em São Luís no próximo ano.

Sim pedetista
E quem não se preocupou em agradar nem os seus aliados e nem o seu partido - mesmo diante de ameaças - foi o deputado Gil Cutrim.
Sendo do PDT - partido de oposição ao governo Federal -, Cutrim não fez média e disse sim à Reforma da Previdência.
A Juventude Socialista do PDT já pediu a expulsão dele. O presidente nacional, Carlos Lupi, disse que vai acionar a comissão de ética. Já o presidente estadual da legenda, senador Weverton Rocha, preferiu o silêncio.

Também disseram sim
Votaram a favor da reforma da Previdência, além dos deputados dinistas, os declarados pró-governo Bolsonaro Aluisio Mendes (Pode), Edilázio Júnior (PSD), Pastor Gildenemyr (PL), João Marcelo de Sousa (MDB) e Hildo Rocha (MDB).
Esses não escondiam a posição sobre as mudanças no sistema previdenciário e sempre defenderam a aprovação da proposta do governo federal com alterações quanto aos trabalhadores rurais e beneficiários do BPC.
Mantiveram a coerência.

Encontro
Acontece hoje o encontro estadual do PSL no Maranhão. A reunião dos filiados do partido do presidente Jair Bolsonaro acontecerá na Assembleia Legislativa.
Na pauta do encontro, estão as eleições de 2020 e as estratégias que o partido deve seguir para aumentar bancadas de vereador e também de prefeitos em todo o estado.
O juiz federal Roberto Veloso vai proferir palestra sobre as regras previstas na Legislação Eleitoral que serão usadas no pleito do próximo ano.

Posse
A partir de segunda-feira, 15, a Câmara Municipal de São Luís terá um novo membro. O terceiro suplente Osvaldo Muller (PT) assumirá a cadeira do vereador Honorato Fernandes (PT).
Fernandes pediu licença por motivos de saúde e assumiu ontem sua cadeira Vieira Lima (PTC). Ele foi empossado, mas, em seguida, apresentou requerimento também se licenciando por motivos de saúde.
Com isso, Osvaldo Muller passará quatro meses como vereador da capital.

Fim de prazo
Encerra-se hoje o prazo para o recadastramento biométrico de eleitores dos municípios Nina Rodrigues e Presidente Vargas.
As duas cidades estão na lista de 125 municípios que estão passando ou ainda vão passar até o fim de dezembro deste ano pelo recadastramento biométrico.
A previsão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão é de que até o fim de 2019 mais de 1 milhão de eleitores estejam cadastrados no sistema de voto com a impressão digital.

DE OLHO

R$ 668,3 milhões é o valor da folha de pagamento do mês de junho do governo estadual. Desse total, já foram pagos pouco mais de R$ 290,1 milhões.

E MAIS

• Há quem já aposte que a senadora Eliziane Gama (Cidadania) vai votar a favor da Reforma da Previdência quando o texto chegar ao Senado.

• Ela pode seguir a lógica de quem jurou que não votaria a favor das mudanças por ser da base do governador Flávio Dino, mas acabou apertando sim pela reforma.

• O deputado Márcio Jerry vai presidir subcomissão que trabalha com o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas assinado entre Brasil e Estados Unidos. O comunista vai defender as comunidades quilombolas.

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