Sobrevivente do Holocausto

Eva Kor, vítima dos experimentos de Mengele em Auschwitz, morre aos 85 anos

Aos 10 anos, ela e a irmã gêmea sobreviveram à experiência feita por médico nazista em campo de concentração. Libertada em 1945, viveu em Israel e depois se mudou para os EUA, onde fundou museu dedicado à recordação e reconciliação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Eva Mozes Kor em foto de 21 de abril de 2015
Eva Mozes Kor em foto de 21 de abril de 2015 (Reuters)

POLÔNIA - Eva Mozes Kor, sobrevivente do campo de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau e vítima dos experimentos desumanos do médico Josef Mengele, morreu quinta-feira,4, em Cracóvia (Polônia), aos 85 anos.

Nascida na Romênia, Eva Kor fundou o CANDLES Holocaust Museum and Education Center, nos Estados Unidos, dedicado à recordação e reconciliação.

"Estamos profundamente entristecidos de anunciar a morte de Eva Kor, sobrevivente do Holocausto, advogada do perdão e fundadora do CANDLES Holocaust Museum and Education Centre", afirmou a instituição no Twitter.

Eva Kor faleceu durante a viagem anual organizada pelo museu, que incluía uma visita ao campo de Auschwitz-Birkenau.

"Há apenas cinco dias, gravamos o depoimento de Eva Kor, sobrevivente de Auschwitz, para a conta @AuschwitzMuseum Archive. Hoje soubemos que ela faleceu", afirmou o museu de Auschwitz.

"Parte meu coração anunciar que Eva Kor faleceu e será enterrada nos Estados Unidos", declarou à AFP o grão-rabino da Polônia, Michael Schudrich.

Em 2015, ela compareceu ao julgamento de Oskar Groning, ex-contador do campo de extermínio, acusado de "cumplicidade" no envio de 300 mil judeus às câmaras de gás entre maio e julho de 1944.

Durante o processo, Eva Kor descreveu o tempo que passou no local, onde viu desaparecer na rampa, "em 40 minutos", seus pais e as irmãs de 12 e 14 anos.

Também recordou os experimentos aterrorizantes do tristemente célebre doutor Josef Mengele, especialmente com gêmeos, que o fascinavam.

Com apenas 10 anos, ela sobreviveu com a irmã gêmea Miriam entre ratos e piolhos, submetida às injeções do "anjo da morte" com uma substância para deter o crescimento de seus rins.

"Se eu tivesse falecido, Miriam seria morta com uma injeção no coração. Mengele teria feito uma autópsia comparativa", explicou.

Em 27 de janeiro de 1945, as irmãs testemunharam a libertação do campo por soldados russos.

Eva morou primeiro em Israel e depois se mudou para a cidade de Terre Haute, no estado americano de Indiana, onde fundou em 1995 o museu CANDLES sobre o Holocausto.

Em Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração, trabalho forçado e extermínio construído pela Alemanha nazista na Polônia ocupada, morreram 1,1 milhão de pessoas entre 1940 e 1945, em sua grande maioria judeus

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