Doença

Maranhão registra 3 mil casos novos de hanseníase por ano

Segundo o Ministério da Saúde, é o estado com mais casos da doença; Maranhão aposta na informação para combater preconceito; o Sistema Único de Saúde disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em Unidades Básicas de Saúde e de referência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Mancha na pele caracteriza suspeita de hanseníase,segundo alerta do Ministério da Saúde
Mancha na pele caracteriza suspeita de hanseníase,segundo alerta do Ministério da Saúde (De Jesus)

BRASÍLIA - O Maranhão tem uma média de 3 mil casos novos de hanseníase por ano, taxa de incidência da doença que faz com que o estado tenha o segundo maior número de casos do país. Por conta disso, o Ministério da Saúde está lançando uma campanha nacional com orientação sobre a doença.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento da doença em Unidades Básicas de Saúde e de referência em todo o país. É importante lembrar que, logo no primeiro mês de tratamento, a pessoa já não transmite o bacilo. Por isso, é preciso que o paciente siga todo o tratamento, sempre de acordo com a orientação médica.

Segundo a coordenadora do Programa de Hanseníase da Secretaria Estadual de Saúde, Maria Raimunda Mendonça, a população dos 217 municípios maranhenses é orientada a se informar e ficar atenta aos sintomas.

“Qualquer mancha de pele, no Maranhão, é suspeita de hanseníase por conta desse grande número de casos que nós temos. A gente tem mais de 1.400 unidades de saúde com programas de hanseníase, encontrados nos 217 municípios. A gente estimula os municípios a divulgar os sinais de sintomas, a examinar as pessoas que vivem com os doentes de hanseníase, a reexaminar doentes, a questão da realização dos mutirões de atendimento, da intensificação de atendimento nas rotinas das unidades também”.

Diagnóstico

Uma empresária de 48 anos, que prefere não ser identificada, ficou surpresa quando os exames indicaram o diagnóstico de hanseníase. Ela não sabia, mas a infecção afeta o sistema nervoso e a pele, causando manchas que podem evoluir para lesões mais sérias. Nas regiões dessas marcas pode ocorrer perda de sensibilidade à dor, ao frio e ao calor. Outro sintoma é a perda de força física, tanto nos braços quanto nas pernas. Se não for tratada rapidamente, a doença pode causar ainda deformidades no corpo, o que ainda é motivo de muito estigma para quem convive com hanseníase.

Por conta do desconhecimento sobre a doença, a empresária precisou do apoio de psicólogos da rede pública enquanto fazia o tratamento. Além disso, ela sofreu algumas complicações que a forçaram a passar por cirurgias nas pernas para conseguir andar. Ela, que está no quinto mês de tratamento, ressalta que o apoio de amigos e familiares tem ajudado na sua recuperação.

“Pelo fato de você ter todo um cuidado normal e de repente você descobre que você está com uma doença dessa forma, acaba que você não aceita de imediato. O primeiro preconceito começa com você mesmo. Depois de algum tempo, você tendo acompanhamento, o apoio da sua família, apoio dos seus amigos, o apoio de outras pessoas que já estão no tratamento, aí é que você vai conseguindo digerir de uma forma melhor”.

Mais

De acordo com o Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença bacteriana, transmitida através de fluidos e secreções das vias respiratórias, como nariz e boca. Por isso, não é necessário ter medo de encostar ou ter contato momentâneo com pessoas infectadas pelo bacilo. O importante mesmo é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha que tenha a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, ao calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS.

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