Crise na Venezuela

Chile proíbe entrada de mais de cem venezuelanos ligados a Maduro

Presidente chileno decretou medido após divulgação de relatório da ONU sobre violações a direitos humanos na Venezuela

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Presidente do Chile, Sebastian Piñera, negou pedido de venezuelanos ligados a Nicolás Maduro
Presidente do Chile, Sebastian Piñera, negou pedido de venezuelanos ligados a Nicolás Maduro (Reuters)

SANTIAGO - O presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou, na sexta-feira,5, que proibirá o ingresso no Chile de mais de cem venezuelanos ligados ao governo de Nicolás Maduro. A decisão acontece um dia depois da divulgação do relatório da ONU sobre a situação de direitos humanos na Venezuela.

Com base no informe sobre Venezuela apresentado em Genebra pela alta comissária da ONU para os Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, Piñera anunciou três medidas para enfrentar a crise venezuelana.

"Vamos proibir o ingresso no Chile de mais de cem pessoas que estão diretamente ligadas à ditadura da Venezuela. São pessoas que fazem parte do governo venezuelano", disse Piñera, em entrevista coletiva.

Piñera anunciou também que pedirá pra que Bachelet entregue todos os antecedentes e provas que sustentam o relatório ao Tribunal Penal Internacional.

O informe da ONU relata o assassinato de milhares de pessoas por parte das forças de segurança e afirma que o exercício das liberdades e dos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão no país sul-americano, são um risco de represálias e de repressão.

"É um relatório necessário e útil para poder avançar frente aos graves e trágicos problemas que afetam a Venezuela", afirmou Piñera.

Pedido para Maduro

O presidente chileno foi um dos mais duros críticos do governo de Maduro. Piñera já pediu para que o venezuelano pusesse fim à ditadura e convocasse novas eleições no menor tempo possível.

Também reconheceu o líder parlamentar de oposição Juan Guaidó como legítimo presidente da Venezuela.

Com cerca de 400 mil pessoas chegadas nos últimos anos fugindo da grave crise na Venezuela, o Chile é o terceiro maior receptor de venezuelanos na região, atrás de Colômbia e Peru.

A comunidade se tornou a maior colônia estrangeira no país, representando 30% da população imigrante.

O governo chileno estima que, até 2020, devem entrar outros 300 mil venezuelanos no país, pondo as autoridades em alerta diante das complicações que esse êxodo em massa pode causar internamente.

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