Arboviroses

Casos de dengue, chikungunya e zika aumentam 83% no Maranhão

De acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, as chamadas arboviroses aumentaram no período de 30 de dezembro do ano passado a 15 de junho deste ano, em comparação ao mesmo intervalo entre 2017 e 2018

Igor Linhares / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Acúmulo de água e lixo na periferia de São Luís tem contribuído para o aumento das chamadas arboviroses
Acúmulo de água e lixo na periferia de São Luís tem contribuído para o aumento das chamadas arboviroses (Dengue)

SÃO LUÍS - O número de casos das chamadas arboviroses (dengue, chikungunya e zika) no Maranhão aumentou em 83% no período de 30 de dezembro do ano passado a 15 de junho deste ano, em comparação ao mesmo intervalo entre 2017 e 2018, de acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 24 do mês passado. O Estado fechou a vigésima quarta Semana Epidemiológica (SE) com quatro mortes causadas pelo mosquito Aedes.

Até o dia 15 de junho, o Maranhão tinha um saldo de 4.169 casos de arboviroses - entre os quais 3.497 (maior 107.3%) eram de Dengue; 540 (maior 7.1%) de Chikungunya e 132 (maior 51.7%) de Zika. As notificações destes casos foram superiores à quantidade contabilizada pelo Ministério da Saúde no mesmo período do calendário 2017/2018, quando o registrado chegou a 2.278 casos. Ou seja, boletim deste ano é alerta para população maranhense.

O aumento do número de casos mostra, sobretudo, que muito pouco ainda tem sido feito para combater a epidemia a que o mosquito Aedes aegypti, causador da Dengue, Chikungunya e Zika, pode desencadear nos municípios maranhenses. Embora o estado tenha se despedido do verão, época em que os casos são mais frequentes em consequência às intensas chuvas, ainda assim a recomendação do Ministério da Saúde é não descuidar sob nenhuma hipótese.

Óbitos por Dengue

Até a 24° Semana Epidemiológica, o Maranhão havia registrado quatro mortes causadas pelo mosquito Aedes aegypti - contra duas notificadas durante o mesmo período no ano passado -, todas decorrentes à Dengue. Do total de casos da doença registrados neste ano, 90 foram classificados como quadros com sinais de alerta e 16 como quadro grave.

Em todo o Brasil, até o momento, foram confirmados 388 óbitos e 461 estão em investigação, e o aumento, em relação ao mesmo período do ano, atinge 578,26%. Vale lembrar que a Dengue é uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti) que pica apenas durante o dia. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do arbovírus, que produzem as mesmas manifestações.

Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubeola, e prurido (coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento (em geral no nariz ou nas gengivas). A doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra

SAIBA MAIS

Nota da SES

"A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que desenvolve ações de mobilização, educação em saúde e assessoria técnica no estado. Isto é, para realização de ações de monitoramento das atividades de campo e vigilância dos casos, a SES efetua capacitações técnicas para profissionais de saúde dos 217 municípios maranhenses, como medida preventiva.

Como resultado das estratégias desenvolvidas pela SES em parceria com os municípios, o Maranhão aparece com a menor incidência de casos notificados do Nordeste e nenhuma das 217 cidades maranhenses aparecem com alta incidência de dengue, zika e chikungunya. Após a redução de casos por dois anos consecutivos, a situação é considerada sob controle no estado.

Dentre as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti também realizadas pela SES estão a nebulização com carros fumacê, as inspeções em prédios públicos estaduais (escolas, unidades de saúde e secretarias estaduais), apoio institucional e assessoria técnica aos municípios para o controle das arboviroses."

NÚMEROS

Ano 2017/2018

Dengue – 1.687

Chikungunya – 504

Zika – 87

Mortes – 02

Ano 2018/2019

Dengue – 3.497

Chikungunya – 540

Zika – 123

Mortes - 04

FIQUE POR DENTRO

O que a população deve fazer para combater o mosquito Aedes Aegypti?

A principal ação que a população tem é se informar, conscientizar e evitar água parada em qualquer local em que ela possa se acumular, em qualquer época do ano.

As principais medidas de prevenção e combate ao Aedes Aegypti são:

- Manter bem tampado tonéis, caixas e barris de água;

- Lavar semanalmente com água e sabão tanques utilizados para armazenar água;

- Manter caixas d’agua bem fechadas;

- Remover galhos e folhas de calhas;

- Não deixar água acumulada sobre a laje;

- Encher pratinhos de vasos com areia ate a borda ou lavá-los uma vez por semana;

- Trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana;

- Colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas;

- Fechar bem os sacos de lixo e não deixar ao alcance de animais;

- Manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo;

- Acondicionar pneus em locais cobertos;

- Fazer sempre manutenção de piscinas;

- Tampar ralos;

- Colocar areia nos cacos de vidro de muros ou cimento;

- Não deixar água acumulada em folhas secas e tampinhas de garrafas;

- Vasos sanitários externos devem ser tampados e verificados semanalmente;

- Limpar sempre a bandeja do ar condicionado;

- Lonas para cobrir materiais de construção devem estar sempre bem esticadas para não acumular água;

- Catar sacos plásticos e lixo do quintal.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.