Manifestações

Ato pró-Moro também reúne manifestantes em São Luís

Manifestação organizada pela ex-prefeita de Lago da Pedra e superintendente da Funasa no Maranhão, Maura Jorge, levou favoráveis às medidas do governo Bolsonaro à Av. Litorânea no domingo; atos ocorreram em diversas cidades

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Na Litorânea, grupo reunido em manifestação favorável ao ministro Sérgio Moro; evento foi organizado pela superintendente da Funasa, Maura Jorge
Na Litorânea, grupo reunido em manifestação favorável ao ministro Sérgio Moro; evento foi organizado pela superintendente da Funasa, Maura Jorge (Moro São Luís Maura Jorge)

Cidades brasileiras tiveram ontem manifestações em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro e à reforma da Previdência, à operação Lava Jato e ao pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Em São Luís, capital do Maranhão, a movimentação ocorreu na Avenida Litorânea e registrou pouca adesão. Até o início da noite deste domingo, 60 cidades de 19 estados e do Distrito Federal tinham registrado atos.
Grupos de manifestantes saíram em passeatas. Eles usavam roupas com cores da bandeira do Brasil e levavam faixas com frases de apoio a pautas defendidas por Bolsonaro. Até a última atualização desta reportagem, os atos eram pacíficos.
No Maranhão, a manifestação foi organizada pela superintendente da Funasa no Estado e ex-prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge. Ao contrário de atos anteriores em prol do Governo Federal, a manifestação registrou baixa adesão, na Avenida Litorânea.
Maura Jorge chegou a divulgar em suas redes sociais documentos comprovando que ela, como superintendente da Funasa no Maranhão, solicitou liberação de espaços para a manifestação a favor de Sérgio Moro na capital.

Brasil
A defesa do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e críticas ao Congresso Nacional predominaram ontem na manifestação a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira. Aparentemente, o número de participantes no ato foi inferior ao do anterior, realizado em 26 de maio. A Polícia Militar do Estado não divulga estimativa de participantes em manifestações públicas na cidade.
A advogada Kátia Borba disse ter ido à praça para defender a Operação Lava Jato, o pacote anticrime e, sobretudo, o juiz Moro "O ministro é patrimônio nacional. O Bolsonaro já falou. “O que fez pelo Brasil não tem preço”.
O técnico em informática Bruno Duarte, de 56 anos, afirmou que o momento é de deixar recado para o Congresso Nacional. "O (Rodrigo) Maia e o (Davi) Alcolumbre (presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente) estão travando o país", destacou, em avaliação sobre o andamento de projetos de lei de interesse do governo no Congresso.
Diante do cenário que traçou, o técnico afirmou ter tomado a decisão de não votar em nenhum candidato do DEM nas eleições municipais do ano que vem. "Ninguém vai dar voto para esse partido", disse. A manifestação na Praça da Liberdade começou por volta das 9h30 e durou aproximadamente quatro horas.
Três caminhões de som foram colocados em pontos da praça. Havia ainda um pequeno palco na parte central também para discursos, feitos pelos organizadores e manifestantes.

Organização
As manifestações deste domingo no país foram organizadas pelos Movimentos Vem pra Rua, Brasil Livre e Nas Ruas. Organizadores estavam prevendo concentrações em 203 cidades do Brasil. Em São Paulo, a manifestação começou por volta das 14h e ocupou a Avenida Paulista.
Cidades como Belém (PA) e Brasília (DF), além de Campinas e Ribeirão Preto, também tiveram atos pela manhã.

Mais

Em Belém do Pará, os manifestantes pró-Moro se concentram na avenida Nazaré, área central da capital paraense, desde as 8h. O protesto foi organizado pelos movimentos Direita Jovem Pará, Endireita Pará e Vem pra Rua.
Os organizadores esperam reunir 10 mil pessoas, mas ainda não há dados oficiais sobre o público presente até o momento. A intenção é caminhar até a avenida Doca de Souza Franco, área nobre da cidade.

Vereador comemora ações pró-governo

brasília

Em Brasília, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL-SP), participaram dos atos.
O ministro afirmou que os "esquedopatas e derrotistas" erraram sobre a provisão do encontro do G-20 e que o presidente Jair Bolsonaro saiu "homenageado" do Japão, onde ocorreu o encontro da cúpula.
É a primeira vez que um membro do primeiro escalão do governo participa diretamente de atos pró-governo desde que Bolsonaro assumiu a Presidência.
Os atos em Brasília terminaram por volta das 13h. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de público.

Rio
Apoiadores do governo ocuparam desde as 10h cerca de seis quadras da Avenida Atlântica, em Copacabana, em ato de apoio ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. A manifestação tem oito carros de som e dois guindastes com grandes bandeiras do Brasil. São gritadas palavras de ordem contra o STF, o Congresso e o PT.
Patrocinado pelos mesmos movimentos que estavam ao lado de Bolsonaro na campanha eleitoral - MBL, Vem pra rua e Endireita Brasil -, o manifesto nascido para apoiar o ministro da Justiça, Sergio Moro, acusado pelo site The Intercept Brasil de abuso de poder na Operação Lava Jato, tem como uma das trilhas sonoras o MC Reaça, que se suicidou após espancar a amante, revezando espaço com o Hino Nacional e as palavras de ordem como “O STF é uma vergonha”, “Rodrigo Maia se acha 1º ministro”, "Fora PT e a velha política".
A presença de carros de som e de integrantes do movimento MBL na manifestação de apoio ao ministro da Justiça está sendo criticada por boa parte dos apoiadores do ex-juiz e causou no início da tarde um pequeno tumulto que precisou da intervenção da polícia.

MBL participa de ato, mas exclui apoio a Jair Bolsonaro

brasília

Um dos principais organizadores das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2015, o Movimento Brasil Livre (MBL) foi hostilizado por ativistas ontem por não incluir o apoio ao presidente Jair Bolsonaro entre suas bandeiras.
Durante a manifestação em defesa de Sergio Moro, da Lava Jato e da reforma da Previdência realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, cerca de 20 integrantes do grupo DireitaSP foram até o caminhão do MBL em frente ao MASP para puxar palavras de ordem contra o grupo.
Houve um princípio de tumulto e a Polícia Militar teve que agir para evitar uma briga generalizada. Horas depois, o MBL publicou em suas redes sociais um "agradecimento" para a PM por ter agido na ocasião.

Exclusão
O MBL e o Vem Pra Rua, os dois maiores grupos anti-Dilma em 2015, optaram por excluir a defesa do presidente Jair Bolsonaro de suas agendas. "Seguranças do MBL atacaram nossos integrantes. Eles foram lá cobrar o comportamento de não dizerem que apoiam o Bolsonaro. O MBL é oportunista", disse Edson Salomão, presidente do DireitaSP
"Nós temos fotos e vídeos que já identificaram os agressores. Os vídeos mostram que eles foram lá e começaram a agressão", responde Renato Battista, coordenador nacional do MBL.
Segundo ele, o escritor Olavo de Carvalho teria dito na quarta-feira ( 26), que os manifestantes deveriam agredir o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL, nas manifestações.
"A gente não puxa o saco do Bolsonaro", finalizou o dirigente do MBL.

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