Imigração

Congresso dos EUA aprova orçamento para conter crise na fronteira com o México

Presidente Donald Trump comemora; recursos se destinam às instalações na fronteira em meio a denúncias de más condições de abrigo e à comoção causada por foto de pai e filha mortos ao tentarem imigrar

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Migrantes caminham na linha de fronteira entre Ciudad Juárez, no México, e El Paso, no Texas
Migrantes caminham na linha de fronteira entre Ciudad Juárez, no México, e El Paso, no Texas (Reuters)

WASHINGTON - O Congresso dos Estados Unidos aprovou um orçamento de US$ 4,6 bilhões para conter a crise migratória na fronteira com o México. A aprovação representa uma vitória para o governo do presidente Donald Trump, que comemorou a medida.

"Um grande trabalho de todos! Precisamos agora trabalhar para nos livrar das lacunas legais e consertar o sistema de pedidos de asilo", escreveu Trump, no Twitter.

O dinheiro de emergência dará uma injeção financeira para as instalações ao longo da fronteira entre os Estados Unidos e o México, em meio a uma crise crescente pelas condições de alojamento dos menores, algumas vezes sem sabonetes, pasta de dentes ou chuveiros, com pouca supervisão de adultos e comida insuficiente.

A medida, que ainda precisa de assinatura do presidente, financiará agências como o Departamento de Segurança Interna e o Departamento de Saúde, afetado pelo fluxo de migrantes que chegam à fronteira sul, a maioria da América Central.

Trump também agradeceu ao México – país o qual o presidente ameaçou aplicar tarifas caso não aprovasse medidas contra o fluxo migratório rumo aos EUA. "Fizeram uma enorme diferença", disse o presidente. O país vizinho deslocou cerca de 6 mil militares à fronteira com a Guatemala, de onde sai parte das caravanas de migrantes.

O anúncio da aprovação veio em meio à divulgação de uma imagem que mostra pai e filha mortos ao tentarem cruzar o rio Grande, que separa os EUA do México. Na quarta-feira, 26, Trump disse que "odiou" ver a fotografia e culpou os opositores pela falta de aprovação de novas leis migratórias.

Oposição cede

Após aprovação no Senado, controlado pelo Partido Republicano – governista –, o texto passou pela Câmara dos Representantes, onde os Democratas formam maioria. Ainda assim, a lei foi aprovada por 305 votos a 102.

A oposição democrata tentou fazer o projeto incluir a proteção explícita a menores migrantes, mas cederam diante da negativa republicana.

"Temos que assegurar que estejam disponíveis os recursos necessários para proteger as crianças", disse a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi.

Os republicanos, porém, insistem que a injeção de dinheiro inclua dezenas de milhões de dólares em pagamentos de horas extras e outras remunerações para o pessoal fronteiriço. Eles também exigem a possibilidade do uso de efetivo militar e que haja investigação contra tráfico de seres humanos.

"Hoje prevaleceu o senso comum sobre o partidarismo no Congresso", disse Kevin McCarthy, líder dos republicanos na Câmara.

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