SÃO LUÍS - Ações de melhorias puderam ser vistas, nesta semana, pela população que passa diariamente pelo Mercado das Tulhas, na Praia Grande, Centro de São Luís. Após solicitação de policiais do Batalhão de Polícia Militar de Turismo (BPTur), uma equipe de limpeza urbana realizou a lavagem das calçadas do mercado, na Rua da Feira da Praia Grande, Rua Dialma Dutra, Rua Portugal e Rua da Estrela.

Segundo Goreth Abreu, feirante que tem sua loja localizada na Rua da Feira, há mais de um ano aquele calçadão não passava por uma limpeza como essa. “Isso é muito bom porque, especificamente essa rua aqui é a mais frequentada pelos turistas, é a porta de entrada da nossa Praia Grande”, diz a comerciante.

Apesar da lavagem e dos vários lixos espalhados no local, já é possível encontrar lixo no chão da calçada. “Isso é algo que os próprios locais fazem, e é revoltante. Tem lixos enormes espalhados por todo canto aqui e a pessoa vai e joga no chão”, reitera Goreth Abreu.

Mesmo em meio a falta de conscientização de muitos populares que passam no local, para os comerciantes locais a ação de lavagem da calçada foi vista como um ponto positivo, e que deveria ser feito com mais frequência.

“A limpeza urbana diária é boa, mas uma lavagem dessa tira o odor de resto de bebidas do chão, e até de urina, que é muito comum nessa região”, conta Rosinaldo Ferreira, que trabalha no interior do mercado há 29 anos.

Segundo o feirante, todos os domingos o chão do interior do Mercado das Tulhas é lavado, para evitar que mau cheiro seja algo recorrente, visto que muitas especiarias e bebidas são vendidas no local e, por vezes, caem no chão deixando o ambiente sujo e com forte odor.

Melhoria nas vendas
O mês junino impulsionou a venda dos comerciantes do tradicional mercado em mais de 20%. A maior parte dos consumidores são turistas brasileiros, como conta Nazaré Jorge, dona de uma loja de souvenirs do local.

“Eles procuram lembranças pequenas e sempre avaliam o preço. Apesar disso, a saída nesse mês tem sido muito boa, e deve se manter assim até agosto”, diz a comerciante. Ações como a de limpeza do local são outro ponto destacado pela artesã, deixando o ambiente mais cômodo aos turistas.

A melhoria nas vendas dos comerciantes locais reforçam os dados liberados pelo Ministério do Turismo, que afirmam que cerca de 50 mil turistas devem desembarcar na Ilha apenas em junho. O aumento do fluxo de turistas, em junho e julho, movimenta o comércio e gera empregos antes, durante e depois das comemorações. Para se ter uma ideia, somente em Campina Grande (PB), que promove uma das maiores festas do país, se espera um público de 3 milhões de visitantes, com injeção de quase R$ 300 milhões na economia local e geração de 3 mil empregos diretos e indiretos na região.

Para o turista que escolhe São Luís como destino, o Observatório de Turismo do Maranhão destaca algumas características no perfil desse viajante.

É normal que o visitante passe de um a cinco dias na capital, considerado bom. O dinheiro gasto pelos visitantes também aumentou, sendo calculada uma média diária de R$ 200, número maior do que o calculado em 2016. Apesar de ser positiva a prospecção para o período, o Observatório de Turismo do Maranhão avalia que os números poderiam ser ainda melhores.

Novas regras
O Mercado das Tulhas se tornou um assunto recorrente em 2019. Após diversas reuniões envolvendo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), Batalhão de Polícia Militar de Turismo (BPTur), Delegacia de Costumes da capital e Associação dos Feirantes e Trabalhadores no Comércio da Praia Grande (Asfetcopag), algumas regras foram instauradas para que o funcionamento do local seja pleno.

O horário de funcionamento do local teve mudança em maio, alterando a rotina dos trabalhadores locais, que seguem em processo de adaptação para a nova realidade. A decisão limitou o horário de funcionamento para até as 20h de segunda a quinta-feira; 21h às sextas-feiras; 18h aos sábados e 13h aos domingos.

Classificada conforme Lei Estadual nº 6.546/95 como edificação de reunião de público, com área total construída de 3.500 m², o mercado ficou classificada como um complexo que conglomera várias atividades comerciais, com carga de incêndio elevada, não dispondo de preventivo contra incêndio e pânico, atualmente.

O Corpo de Bombeiros não identificou: proteção móvel (extintores), sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA), iluminação de emergência, sinalização de orientação e salvamento, saída de emergência e rede preventiva (hidrantes). Ainda, as instalações elétricas estão danificadas e a central de GLP (gás de cozinha), em desconformidade com a NBR 13523.

SAIBA MAIS

Exigências para o funcionamento pleno da feira
Segundo documento emitido pela Diretoria de Atividades Técnicas do CBMMA, são algumas exigências: apresentar projeto de combate a incêndio e pânico e laudo estrutural da edificação no Corpo de Bombeiros; como medida preventiva imediata, deverá instalar proteção por extintores de incêndio para todo complexo, conforme a seção III e IV da Lei nº 6.546/95; instalar sinalização de orientação e salvamento conforme NBR 13434 da ABNT; instalar sistema de iluminação de emergência para o complexo conforme NBR 10898 da ABNT; providenciar revisão e manutenção em todo sistema de energia elétrica do prédio, pois foram observados fiações elétricas expostas e quadros de distribuição fora do padrão; apresentar plano de ação de emergência conjuntamente com a relação nominal dos brigadistas e as referidas certificações de curso; e, por fim, apresentar junto ao CBMMA todos os laudos e notas fiscais de manutenção e aquisição dos equipamentos de segurança contra incêndio da edificação. Até que todo esse aparato seja providenciado, os horários de funcionamento da feira seguem como os descritos nesta reportagem.

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