Medidas

Trump anuncia sanções contra líder supremo do Irã

Chanceler Javad Zarif, um dos principais negociadores do acordo nuclear abandonado por Trump em 2018, também será atingido; as medidas dos EUA são uma resposta ao que chamou de " comportamento agressivo " do Irã nas últimas semanas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
O presidente Donald Trump anunciou ontem novas sanções contra o governo iraniano
O presidente Donald Trump anunciou ontem novas sanções contra o governo iraniano (Reuters)

WASHINGTON E JEDÁ — O presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, anunciou ontem, 24, que os Estados Unidos vão impor novas sanções contra o Irã , mirando o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei . Segundo Trump, as medidas são uma resposta ao que chamou de " comportamento agressivo " do Irã nas últimas semanas, citando, entre elas, a derrubada de um drone americano na semana passada.

De acordo com o Escritório de Controle de Bens Estrangeiros ( Ofac, em inglês ), responsável pela aplicação de sanções econômicas, as ações contra Khamenei incluem o congelamento de bens ligados ao Líder Supremo e o bloqueio a fontes externas de financiamento . O Tesouro ainda ameaça punir instituições financeiras e pessoas que tenham qualquer ligação com a liderança iraniana.

Além de Khamenei, o Ofac incluiu na lista de sanções oito comandantes da Guarda Revolucionária , organização considerada terrorista pelo governo dos EUA.

De acordo com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, o chanceler do Irã, Javad Zarif , um dos principais negociadores do acordo nuclear que os abandonaram em 2018, também será atingido por punições no final desta semana. Ele não revelou quais seriam essas medidas.

Drone americano

Na quinta-feira, 20, Teerã anunciou que derrubou um drone americano que teria invadido seu território. Washington alega que o equipamento estava em espaço aéreo internacional, e o governo iraniano respondeu levando o caso à ONU. O episódio veio dias depois de os EUA culparem o país persa por ataques a dois navios no Estreito de Ormuz , região por onde passa cerca de 30% de todo o petróleo comercializado no mundo. Em resposta, Donald Trump autorizou um bombardeio a alvos iranianos, que teria sido cancelado dez minutos antes de seu início.

Os americanos voltaram a impor sanções econômicas ao Irã em novembro, seis meses após deixarem o tratado em que Teerã se comprometia a limitar seu programa nuclear em troca do alívio das punições econômicas. Em maio deste ano, a Casa Branca anunciou o fim das isenções que haviam sido dadas a alguns dos principais compradores do petróleo iraniano, como Japão e Índia, afirmando que seu objetivo era reduzir as exportações petrolíferas iranianas a zero.

No início de junho, o Departamento do Tesouro dos EUA colocou o maior conglomerado petroquímico do Irã na já longa lista de empresas alvos das restrições econômicas. A Persian Gulf Petrochemical Industries Company (PGPIC) foi acusada de colaborar com uma empresa ligada à Guarda Revolucionária, organização que recentemente foi incluída na lista americana de patrocinadores do terrorismo, mas que está presente em boa parte da economia iraniana. A rede de 39 companhias ligada à PGPIC também foi incluída nas sanções.

Coalizão no Golfo Pérsico

Também ontem, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo , chegou à Arábia Saudita para se reunir com o rei, Salman, e o príncipe Muhammad bin Salman. O objetivo é formar uma coalizão no Golfo para conter o que o governo americano considera ser uma "ameaça iraniana". Os sauditas veem o Irã como um inimigo, acusando o país de ser um "perigo constante à segurança regional". Ao fim do encontro, Mike Pompeo disse que foi uma reunião " produtiva ". Ele também deve ir aos Emirados Árabes Unidos.

Mais cedo, representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes e Arábia Saudita emitiram comunicado expressando preocupação com o que chamaram de " atividades desestabilizadoras " do Irã no Golfo Pérsico, além de criticarem o papel do país no conflito do Iêmen. O Irã é acusado de financiar os Houthis, que travam um longo conflito com o governo local, apoiado pelos sauditas.

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