Editorial

Confiança do micro e pequeno empresário

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Brasília

O fraco desempenho da economia continua refletindo na retração dos níveis de confiança do micro e pequeno empresariado brasileiro. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que após atingir valores máximos no começo do ano, esses números começam a recuar. Em maio, o Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário registrou 59,5 pontos frente a 65,7 em janeiro - uma queda de 9,4% nos últimos cinco meses. No entanto, na comparação com maio de 2018, quando o indicador marcou 54,1 pontos, foi observado um crescimento.

Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que, acima de 50 pontos, reflete confiança desses empresários e, abaixo dos 50 pontos, reflete desconfiança com os negócios e com a economia.

Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o clima de desapontamento com a economia pode ser explicado por ruídos na articulação política, que vem persistindo mês após mês. “Os dados mais uma vez sinalizam os ruídos políticos gerados ao longo dos meses, os quais trouxeram incertezas sobre a capacidade de aprovação das reformas e do próprio desempenho da economia, que vêm frustrando a classe empresarial e também consumidores”, explica.

O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e pelo Indicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos empresários sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.

O componente do indicador que avalia a percepção dos micro e pequenos empresários sobre os últimos seis meses da economia também apresentou retração, ao marcar 44,0 pontos em maio ante 49,5 em fevereiro. O número é mais um reflexo da atividade econômica que recuou no primeiro trimestre de 2019. O índice que mede as perspectivas em relação à economia para os próximos meses foi outro que registrou queda, com 65,8 pontos, frente 74,7 pontos em fevereiro.

Em termos percentuais, ao avaliar os últimos seis meses, apenas 24% dos micro e pequenos empresários notaram melhora da economia e somente 30% notaram melhora dos próprios negócios. Ainda assim, 65% estão, em alguma medida, confiantes com o futuro da economia do país e 72% projetam melhora com o futuro de seus negócios.

Entre os otimistas com a situação econômica, contudo, a maior parte (39%) não soube mencionar as razões, enquanto 37% disseram concordar com as medidas econômicas do governo. Outros 34% acreditam em um ambiente político mais favorável e 23% enxergam sinais de melhora diante de alguns indicadores. Já entre os otimistas com seus negócios, os recentes investimentos (31%) e a boa gestão interna (27%) são os fatores mais destacados pelos empresários ouvidos.

“O micro e pequeno empresário segue mais confiante do que no mesmo período do ano passado e na comparação com o auge da crise, mas a euforia que seguiu às eleições agora está mais contida. No segundo semestre, ainda haverá mais uma chance de esses indicadores voltarem a subir, no entanto, tudo vai depender de como será o ambiente político, ou seja, das medidas necessárias para a retomada da economia, como aprovação definitiva da Reforma da Previdência e do prosseguimento de outras agendas, como a reforma tributária”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

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